sábado, 31 de agosto de 2013

APROVADA EM 08 VESTIBULARES DE MEDICINA

24/02/2012 - 06h00 / Atualizada 24/02/2012 - 17h27

"Achei que não passaria em nenhuma", diz estudante aprovada para medicina em oito instituições públicas

Suellen Smosinski
Do UOL, em São Paulo
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  • A estudante mineira Mariana Silva Vilas Boas, 19, posa para foto de propaganda do cursinho
    A estudante mineira Mariana Silva Vilas Boas, 19, posa para foto de propaganda do cursinho
O medo de não passar em nenhum vestibular fez Mariana Silva Vilas Boas, 19, se inscrever em mais de dez processos seletivos e ser aprovada em oito instituições públicas para medicina, entre elas a USP (Universidade de São Paulo), onde vai estudar. “Eu não tinha segurança, por isso fiz tanto vestibular e passei desse jeito. Fiz muita prova e estudava por elas”, contou a jovem mineira, da cidade de Pouso Alegre, a cerca de 400 quilômetros de Belo Horizonte.
Além da USP, ela também foi aprovada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), na UFF (Universidade Federal Fluminense), na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), na Famema (Faculdade de Medicina de Marília), na Univás (Universidade do Vale do Sapucaí), na FMIT (Faculdade de Medicina de Itajubá) e na Unifenas (Universidade José do Rosário Vellano).  “Acho que de medicina foram essas”, disse a estudante um pouco confusa com tantas aprovações.

Concorrências dos vestibulares de medicina

InstituiçãoCandidatos/vaga
USP51,18
Unicamp114,4
Unifesp115,99
UFJF74,73
UFF72,36
Unirio86,88
UFMG50,01
Famema69,59
“Nunca pensei que iria passar na USP. Pensei que não tinha estudado do jeito certo. Sei que em São Paulo o pessoal leva muito a sério, achava que não tinha como competir. Aqui é mais direcionado para o vestibular da cidade, é outra realidade”, afirmou. No começo, Mariana não achava que ia passar nem nas faculdades particulares que prestou: “Nas particulares, o cursinho que pagou minhas inscrições e eu achava que não ia passar nem nessas. Depois, pensei que pudesse conseguir alguma federal, mas não achava que ia ser nas melhores”, contou.

Desânimo antes das aprovações

Além dos vestibulares, a estudante também fez a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e teve média 786, mas não ficou feliz com o resultado. “Eu acertei 168 questões. Quando corrigi meu Enem fiquei muito feliz, achei que minha média ia ser mais de 800. Então, quando vi minha nota fiquei muito mal mesmo.”
Ela disse que só ficou um pouco mais aliviada quando saiu a primeira aprovação, que foi na Unirio (por meio da nota do Enem). A estudante ficou satisfeita, mas ainda sonhava com outras instituições. “No dia seguinte saiu a UFMG, fiquei muito feliz com a aprovação, acabaram minhas dúvidas e angústias. Ai saiu a USP e eu já tinha arrumado apartamento para ficar em Belo Horizonte, não esperava de jeito nenhum passar na USP. Quando vi meu nome fiquei muito feliz, contei pra minha mãe na hora, depois achei que tinha confundido e passado na Santa Casa, até liguei em São Paulo para saber se era isso mesmo. Ainda não acredito, é muito bom pra ser verdade”, afirmou Mariana.
A estudante disse achar estranho a quantidade de aprovações e contou que teve alguém que vibrou mais do que ela: “Minha mãe gritou e chorou toda vez que eu passava em alguma faculdade, muito mais do que eu. Minha mãe e toda minha família. Não que eu não vibrasse, mas ela ficava muito louca toda vez que eu passava. Isso também foi uma surpresa para ela”.

Sem rotina de estudos

  • Arquivo pessoal
    “Não sou uma ‘nerd’, mas eu gosto de estudar, gosto de ler e gostava de assistir algumas aulas”, diz Mariana
Mariana estudou até a 3ª série do ensino fundamental em escola pública e depois conseguiu uma bolsa de estudos em uma escola particular, na qual concluiu o ensino médio. A bolsa não era integral, mas ela diz que sempre pagou “muito pouco no colégio”.
Como não conseguiu ser aprovada em nenhuma faculdade pública logo após terminar os estudos, ela entrou em um cursinho pré-vestibular, também com bolsa. "Como sempre estudei no mesmo colégio, resolvi mudar para variar um pouco, usar um material diferente e ter aulas com outros professores."

A caloura de medicina diz que não tinha uma rotina de estudos definida e, quando questionada sobre dicas que poderia dar aos vestibulandos, afirmou não ser "o melhor exemplo de rotina e metódos de estudo".
A estudante disse que até a metade do ano se dedicava mais e estudava quase o dia inteiro. “No meio do ano, desanimei muito porque não passei na federal. Todo mundo da sala passou em uma faculdade particular e eu não pude ir por falta de dinheiro. Eu já não ia muito às aulas, perdi meu ritmo. Não gostava muito de assistir todas as aulas. Como não podia sair da sala eu estudava sozinha, ficava lendo a teoria e fazendo meus exercícios ”, contou.
Mesmo com o desânimo, a jovem não desistiu de estudar e acredita que as aprovações se devem ao conteúdo que aprendeu no colégio, no cursinho e nos processos seletivos: "Fiz muitos vestibulares e estudava pelas provas. Eu vi muita questão parecida em vários exames, se não tivesse caido em uma prova eu não teria acertado na outra. Aprendi muito com isso também".

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SALA DE AULA...


PEQUENO DESABAFO

Ser professor já me trouxe grandes alegrias e enormes decepções.
Creio que todo docente sofre desse mal.
Amigos vieram e se foram...
Alunos interesseiros; outros descolados resenhistas...
Festas em sala... Bagunças insuportáveis.
Valor e desrespeito.
Recitais poéticos... Tédio inenarrável.

Cobrança dos superiores, pressa de tudo acontecer, fio da navalha...
Sou feliz por ser professor. Sou triste por ser professor.

Algumas vezes acordo com gosto de saber e ajudar o outro a saber.
Às vezes acordo com desgosto de não saber ajudar o outro a saber.
Tantas vezes acordo com o esgoto de não entender que o outro se lixa para o saber!

Escrever é solitário,
é doloroso,
é vital!
Mas muitos não querem nem compreender o (f)ato!
Ler se tornou utopia no planeta virtual,
coisa diranossáurica!

Mesmo assim é bom conhecer o outro,
é surpreendente preparar o outro,
é compensador despertar o outro!

Eu não me canso de dizer a máxima verdade:
Ser professor é, verdadeiramente, padecer no paraíso!

GAH - 30/08/13

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

LEI DO CAMINHÃO DE LIXO

Um dia peguei um táxi para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa, quando de repente um carro preto saiu de um estacionamento e cortou bruscamente o nosso caminho.

O taxista pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!

O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente. Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.

Indignado lhe perguntei: 'Por que você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!'

Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de   "A Lei do Caminhão de Lixo."

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e de desapontamento. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente

Não  tome isso pessoalmente. Isto não é problema seu!

Apenas sorria, acene, deseje-lhes o bem, e vá em frente.   Não pegue o lixo
 de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA, ou nas ruas. Fique tranquilo... respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.

O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta, não leve lixo. 

Limpe os sentimentos
 ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações.

Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.

A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!
 
Tenha um bom dia e se livre de lixo!

 (Autoria Anônima)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

MAS QUE COISA!!!


Para quem gosta da Língua Portuguesa, curiosidade como esta é interessante. Acompanhe o texto e veja que "coisa estranha" para se pensar. 
O substantivo "coisa" assumiu tantos valores que cabe em quase todas as situações cotidianas . 
A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português. 
A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar ”. 
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. 
Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas. 
Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!". 

Devido lugar 

"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa). 
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus". 
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. 
No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro". 

Cheio das coisas 

As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem." 
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma. 
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas! 

Coisa à toa 

Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa". 
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más. 
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas"
Entendeu o espírito da coisa?

domingo, 25 de agosto de 2013

CONFLITO DE GERAÇÕES E O MEIO AMBIENTE


Na fila do supermercado o caixa diz a uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”


O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com  nosso meio ambiente. "


"Você está certo", responde a velha senhora, “nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.

“Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada re-uso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

“Realmente não nos preocupávamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.


“Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.


“Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

“Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

“Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.


“Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.


“Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só  uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

“Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?”

Autoria Anônima

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A COMUNICAÇÃO JURÍDICA


O ato comunicativo jurídico ocorre quando há cooperação entre os interlocutores. O emissor da mensagem tem o pensamento e busca a expressão verbal para expressá-lo (direção onomasiológica); o receptor, por sua vez, possui a expressão verbal e busca o pensamento, objetivando a compreensão da mensagem (direção semasiológica).

De acordo com o esquema:

Quanto ao emissor:

• Antes de possuir o pensamento, o emissor deve realizar relações paradigmáticas (livre associação de ideias). Essas ideias, após obtidas, serão organizadas por meio de roteiro onomasiológico, que compreende as seguintes perguntas:

Roteiro onomasiológico 

a) Quem sou eu, emissor?
b) O que dizer? Estabelecer com precisão as ideias a serem codificadas.
c) Para quem?
d) Qual a finalidade? O emissor nunca pode perder de vista o objetivo comunicativo.
e) Qual o meio? Língua portuguesa, culta e escrita, na maioria dos casos.

• Ao roteiro onomasiológico cumpre organizar as ideias, selecionando e estruturando aquelas adequadas a seu pensamento. Esse processo de escolha das ideias e da forma de estruturá-las denomina-se relações sintagmáticas.

Quanto ao receptor:

ROTEIRO SEMASIOLÓGICO

A direção semasiológica também requer um roteiro para interpretar o roteiro do emissor:

a) alter / outro (compreensão): o emissor deve captar literalmente a mensagem do emissor, por meio de análise gramatical do enunciado;
b) ego / eu (interpretação): compreendida a mensagem, o emissor deve julgá-la, avaliá-la, com seu posicionamento ou com auxílio de outros emissores;


c) alter/ego, outro/eu (crítica): criticar é avaliar a validade/eficácia da ideia no mundo concreto.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

FORA DO AR

Depois de duas semanas sem internet, estamos de volta, rumo ao Enem 2013, concursos e vestibulares do Brasil afora.

Desculpem a demora em atualizar e responder.

Obrigado,

Prof. Gustavo

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

LINGUAGEM JURÍDICA PARA OS "MANOS"

Se ligue em Os Manos!

Você lê uma sentença no Diário da Justiça e fica completamente perdido? Acha a linguagem forense de outro planeta?
ENTÃO, MANO, SEUS PROBLEMAS ACABARAM: VAI AI UMA TRADUÇÃO DE IMPORTANTES DIALETOS JURÍDICOS PARA A LÍNGUA DOS MANOS…
1-Princípio da iniciativa das partes – ‘faz a sua que eu faço a minha’…
2 -Princípio da fungibilidade – ‘só tem tu, vai tu mesmo’ (parte da doutrina e da jurisprudência entende como sendo ‘quem não tem cão caça com gato’).
3 – Sucumbência- ‘a casa caiu !!!’, ‘o tambor girou pro seu lado’
4 – Legítima defesa – ‘tomou, levou’.
5 – Legítima defesa de terceiro – ‘deu no mano, leva na oreia’.
6 – Legítima defesa putativa – ‘foi mal’.
7 – Oposição- ‘sai batido que o barato é meu’.
8 – Nomeação à autoria – ‘vou cagoetar todo mundo’.
9 – Chamamento ao processo – ‘o maluco ali também deve’.
10 – Assistência- ‘então brother, é nóis.’
11 – Direito de apelar em liberdade – ‘fui!’ (parte da doutrina entende como ‘só se for agora’).
12 – Princípio do contraditório – ‘agora é eu’.
13 – Revelia, preclusão, perempção, prescrição e decadência – ‘camarão que dorme a onda leva’ (SENSACIONAL!!!!!).
14 – Honorários advocatícios – ‘cada um com seus problemas’.
15 – Co-autoria, e litisconsórcio passivo – ‘passarinho que acompanha morcego dá de cara com muro’.
16 -Reconvenção – ‘tá louco, mermão. A culpa é sua’.
17 – Comoriência- ‘um pipoco pra dois’ ou ‘dois coelhos com uma paulada só’.
18 – Preparo – ‘então…, deixa uma merrequinha aí.’
19 – Deserção -’deixa quieto’.
20 – Recurso adesivo – ‘vou no vácuo’.
21 – Sigilo profissional – ‘na miúda, só entre a gente’.
22 – Estelionato – ‘malandro é malandro, e mané é mané’.
23 – Falso testemunho – ‘X nove…’.
24 – Reincidência- ‘porra mermão, de novo?’.
25 – Investigação de paternidade – ‘toma que o filho é teu’.
26 – Execução de alimentos – ‘quem não chora não mama’.
27 – Res nullius – ‘achado não é roubado’.
28 – De cujus – ‘presunto’.
29 – Despejo coercitivo – ‘sai batido’.
30 – Usucapião- ‘tá dominado, tá tudo dominado’.
PRONTO, AGORA VC NÃO PRECISA DE 05 ANOS DE FACULDADE!!! 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

LIÇÕES DE VIDA!

Uma belíssima lição de vida e exemplo de como ser um cristão verdadeiro!


Sensacional!!!


LEIA O QUE ESTE PASTOR FEZ!

O pastor Jeremias Steepek (foto) se disfarçou de mendigo e foi a igreja de 10 mil membros onde ia ser apresentado como pastor principal pela manhã. Caminhou ao redor da igreja por 30 minutos enquanto ela se enchia de pessoas para o culto. Somente 3 de cada 7 das 10.000 pessoas diziam "oi" para ele. Para algumas pessoas, ele pediu moedas para comprar comida. Ninguém na Igreja lhe deu algo. Entrou no templo e tentou sentar-se na parte da frente, mas os diáconos o pediram que ele se sentasse na parte de trás da igreja. Ele cumprimentava as pessoas que o devolviam olhares sujos e de julgamento ao olhá-lo de cima à baixo.

Enquanto estava sentado na parte de trás da igreja, escutou os anúncios do culto e logo em seguida a liderança subiu ao altar e anunciaram que se sentiam emocionados em apresentar o novo pastor da congregação: "Gostaríamos de apresentar à vocês o Pastor Jeremias Steepek". As pessoas olharam ao redor aplaudindo com alegria e ansiedade. Foi quando o homem sem lar, o mendigo que se sentava nos últimos bancos, se colocou em pé e começou a caminhar pelo corredor. Os aplausos pararam. E todos o olhavam. Ele se aproximou do altar e pegou o microfone. Conteve-se por um momento e falou:

“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’."

Depois de haver recitado o texto de Mateus 25:34-40, olhou a congregação e lhes contou tudo que havia experimentado aquela manhã. Muitos começaram a chorar, muitas cabeças se inclinaram pela vergonha. O pastor disse então: "Hoje vejo uma reunião de pessoas, não a Igreja de Jesus Cristo. O mundo tem pessoas suficientes, mas não suficientes discípulos. Quando vocês se tornarão discípulos?". Logo depois, encerrou o culto e despediu-se: "Até semana que vem"! Ser cristão é mais que algo que você defende. É algo que vive e compartilha com outras pessoas. 

Pense nisso.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PAPER

Imagem do paper de Einstein.
PAPER - O QUE É E COMO FAZER?
21-07-2010 14:40

1- Conceito de paper

O paper, position paper ou posicionamento pessoal é um pequeno artigo científico a respeito de um tema pré-determinado. Sua elaboração consiste na discussão e divulgação de idéias, fatos, situações, métodos, técnicas, processos ou resultados de pesquisas científicas (bibliográfica, documental, experimental ou de campo), relacionadas a assuntos pertinentes a uma área de estudo.
Na elaboração de um paper, o autor irá desenvolver análises e argumentações, com objetividade e clareza, podendo considerar, também, opiniões de especialistas. Por sua reduzida dimensão e conteúdo, o paper difere de trabalhos científicos, como monografias, dissertações ou teses. 
O paper deve ser redigido com estrita observância das regras da norma culta, objetividade, precisão e coerência. Devem ser evitadas as gírias, expressões coloquiais e que contenham juízos de valor ou adjetivos desnecessários. Também é preciso evitar explicações repetitivas ou supérfluas, ao mesmo tempo em que se deve cuidar para que o texto não seja compacto em demasia, o que pode prejudicar a sua compreensão. A definição do título do artigo deve corresponder, de forma adequada, ao conteúdo desenvolvido.

2- Propósitos do paper
De um modo geral, o paper é produzido para divulgar resultados de pesquisas científicas. Entretanto, esse tipo de trabalho também pode ser elaborado com os seguintes propósitos:
- Discutir aspectos de assuntos ainda pouco estudados ou não estudados (inovadores); 
- Aprofundar discussões sobre assuntos já estudados e que pressupõem o alcance de novos resultados; 
- Estudar temáticas clássicas sob enfoques contemporâneos; 
- Aprofundar ou dar continuidade à análise dos resultados de pesquisas, a partir de novos enfoques ou perspectivas; 
- Resgatar ou refutar resultados controversos ou que caracterizaram erros em processos de pesquisa, buscando a resolução satisfatória ou a explicação à controvérsia gerada. 
Além desses objetivos, o paper pode abordar conceitos, idéias, teorias ou mesmo hipóteses de forma a discutí-los ou pormenorizar aspectos. 
Ao produzir o artigo, o aluno inicia uma aproximação aos conceitos e à linguagem científica que necessitará desenvolver no momento da elaboração do trabalho de conclusão de curso. 
A elaboração de artigos estimula, ainda, a análise e a crítica de conteúdos teóricos e de idéias de diferentes autores, contribuindo para que o aluno aprenda a sintetizar conceitos, fazer comparações, formular críticas sobre um determinado tema à luz de pressupostos teóricos ou de evidências empíricas já sistematizadas. 

3- Elaboração do paper
Para que o conteúdo do paper seja bem trabalhado e fundamentado sugere-se que o mesmo tenha entre 10 e 15 páginas. Como o paper deve ser sempre fundamentado cientificamente, deve-se utilizar no mínimo 3 autores na pesquisa. 
Antes de começar a escrever o artigo, é preciso que o autor primeiro reúna as informações e conhecimentos necessários por meio de livros, revistas, artigos e outros documentos de valor científico. Em seguida, deve-se organizar um esqueleto ou roteiro básico das idéias, iniciando com a apresentação geral do assunto e dos propósitos do artigo, seguidos da indicação das partes principais do tema e suas subdivisões e, por fim, destacando os aspectos a serem enfatizados no trabalho.
A elaboração deste plano é útil, em primeiro lugar, para sistematizar a comunicação a ser feita, evitando que o autor se perca durante a elaboração. Por outro lado, também auxilia como recurso pedagógico para reflexão e organização lógica das idéias a serem abordadas;
Em termos de procedimentos para a escrita de um artigo científico, é necessário observar os propósitos do trabalho a ser elaborado. Todavia, independente de ter propósitos distintos, o artigo científico deve apresentar a estrutura básica que caracteriza todos os tipos de trabalhos científicos ou acadêmicos: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.

Introdução

É o primeiro contato do leitor com a obra. Deve-se, nela, fazer o leitor entender com clareza o contexto da pesquisa, de forma didática. A introdução do paper tem, geralmente, uma ou duas páginas e deve abordar os seguintes elementos: 
- Assunto/tema do artigo e seus objetivos; 
- Justificativa do trabalho e sua importância teórica ou prática; 
- Síntese da metodologia utilizada na pesquisa; 
- Limitações quanto à extensão e profundidade do trabalho; 
- Como o artigo está organizado.

Desenvolvimento (corpo do artigo)

O desenvolvimento é o elemento essencial da pesquisa, isto é, o seu coração, e no geral concentra de 80 a 90 por cento do total de páginas do relatório. 
Nesta etapa o aluno deverá dividir o tema em discussão para uma maior clareza e compreensão por parte do leitor. É preciso evitar, porém, o excesso de subdivisões, cujos títulos devem ser curtos e adequados aos aspectos mais relevantes do conteúdo, motivando para a leitura. Vale ressaltar que as divisões, subdivisões e títulos do artigo não garantem a sua consistência ou importância. É preciso que as referidas partes e respectivas idéias estejam articuladas de forma lógica, conferindo ao conjunto a indispensável unidade e homogeneidade. 
No desenvolvimento são apresentados os dados do estudo, incluindo a exposição e explicação das idéias e do material pesquisado, referencial teórico (apresentação de conceitos sistematizados com base na literatura), discussão e análise das informações colhidas e avaliação dos resultados, confrontando-se os dados obtidos na pesquisa e o conteúdo abordado nos referenciais teóricos.

Conclusão

A conclusão apresenta as informações que vão finalizar o trabalho buscando-se integrar todas as partes discutidas. É a dedução lógica do estudo, na qual destacam-se os seus resultados, relacionando-os aos objetivos propostos na introdução. Podem ser incluídas as limitações do trabalho, sugestões ou recomendações para outras pesquisas, porém de forma breve e sintética. 
Em termo formais, a conclusão é uma exposição factual sobre o que foi investigado, analisado, interpretado; é uma síntese comentada das idéias essenciais e dos principais resultados obtidos, explicitados com precisão e clareza. Assim, a leitura da conclusão deve permitir ao leitor o entendimento de todo o trabalho desenvolvido, das particularidades da empresa aos resultados esperados na implantação do projeto proposto.

4- Quanto à forma de apresentação

O paper é apresentado, usualmente, seguindo-se as normas prescritas para apresentação de trabalhos acadêmicos, ressalvando-se os trabalhos preparados para eventos ou com fins de publicação em periódicos científicos, que devem atender aos critérios e modelos estabelecidos por seus organizadores e/ou editores. Como trabalho acadêmico, especificamente, o paper deve estar orientado pelas normas constantes no manual da própria faculdade, as quais são certamente baseadas nas normas da ABNT. Na apresentação do paper, é preciso realmente observar as orientações prescritas nos manuais, pois, caso isso não aconteça, corre-se o risco de comprometer a aprovação do artigo.

5- Avaliação

O paper pode ser avaliado segundo inúmeros critérios, decorrentes dos objetivos propostos pelo professor. Normalmente, os artigos científicos são elaborados por alunos que se encontram em fase final do curso de graduação, muito embora nada impeça que o professor os solicite em etapas anteriores, adequando-o às possibilidades e recursos já desenvolvidos por seus alunos. 
Para a avaliação de artigos científicos, então, podem ser descritos vários critérios, tais como:

a) Quanto ao conteúdo: 

- Clareza na apresentação dos objetivos, justificativa e importância do artigo; 
- Identificação dos limites do artigo (definição do foco do artigo e dos aspectos que não serão abordados); 
- Clareza na especificação das unidades de análise (como por exemplo: indivíduo, organização, sociedade); 
- Demonstração de conhecimento suficiente sobre o assunto; 
- Referencial teórico claramente identificado, coerente e adequado aos propósitos do artigo;
- Ausência de dispersão ou de redundância das informações/conteúdos; 
- Apresentação de suposições (hipóteses) sustentadas em teorias e crenças consideradas verdadeiras a partir do paradigma do qual se originam; as suposições devem ser claras e justificadas;
- Coerência entre as informações e no encadeamento do raciocínio lógico; 
- Ausência de saltos de raciocínio na passagem de um parágrafo para outro, ou de um conceito para outro; 
- Elaboração de análise e síntese diante de conceitos teóricos semelhantes e/ou divergentes;
- Uso adequado de exemplos complementares para clarificar o significado do texto; 
- Demonstração de argumentos ou provas suficientes para apoiar as conclusões; 
- Articulação entre sugestões ou recomendações e as discussões apresentadas no texto; 
- Originalidade e inovação do assunto abordado; 
- Postura ética no trato do tema e desenvolvimento da análise (imparcialidade e equilíbrio).

b) Quanto à forma: 
- Atendimento aos objetivos propostos; 
- Objetividade, precisão e coerência na escrita do texto; 
- Uso fiel das fontes mencionadas no artigo, com a correta relação com os fatos
analisados;
- Uso/seleção de literatura pertinente à análise; 
- Linguagem acessível; 
- Unidade e articulação do texto (encadeamento lógico); 
- Elementos de transição entre parágrafos adequados ao sentido e à lógica dos
conteúdos;
- Afirmativas unívocas, sem duplo sentido; 
- Coerência e padronização dos termos técnicos; 
- Observância das regras da norma culta; 
- Uso correto de citações devidamente referenciadas; 
- Adequação do título ao conteúdo; resumo claro e informativo;
- As normas técnicas de apresentação de trabalhos acadêmico-científicos determinadas são respeitadas?
O artigo pode ser rejeitado tanto pelo acúmulo de pequenas falhas em diversos critérios quanto pelo número excessivo de falhas em um mesmo critério.

[Prof. Sergio Enrique Faria]

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ALGUNS TEXTOS JORNALÍSTICOS IV

A ENTREVISTA DIRETA E INDIRETA

Geralmente tem um texto introdutório contendo informações de mais impacto e um breve perfil do entrevistado (minibiografia). A técnica da entrevista é fácil: consiste em perguntas e respostas, também chamado de ping-pong ou bate e volta, que podem ser anotadas, gravadas ou enviadas por e-mail. Porém, é necessário conhecer a fundo quem será entrevistado e o assunto que será discutido para não chegar despreparado. Existe também a técnica da entrevista indireta, onde o pensamento do entrevistado é resumido e mostrado em forma de texto em prosa, sem perguntas e respostas.

Exemplo I:

Marcelo Rubens Paiva entrevista Marcelo Rubens Paiva


"Não existe pessoa que conhece melhor o escritor Marcelo Rubens Paiva do que eu. Sou o único que leu todos os seus livros, peças, bilhetes, cartas, e-mails e pensamentos". Soube, pelo repórter Lúcio Ribeiro, que Paiva anda entediado, evitando jornalistas que, segundo declarou, "fazem sempre as mesmas perguntas“.

Foi Ribeiro, então, quem sugeriu que o repórter Marcelo Rubens Paiva entrevistasse o escritor Marcelo Rubens Paiva, para falar da reestreia do espetáculo "Feliz Ano Velho", baseado em seu primeiro romance. 
Nesta entrevista exclusiva, Paiva se mostrou impaciente, petulante, arrogante e cínico. Fazer o quê?

Marcelo Rubens Paiva (repórter) - Qual é a primeira pergunta que fazem os jornalistas que o entrevistam?
Marcelo Rubens Paiva (escritor) - O que mudou dos tempos de "Feliz Ano Velho" para os tempos de hoje.

MRP (repórter) - E o que mudou?
 MRP (escritor) - Antes, os chacrinhas ficavam na frente, e as chacretes, atrás. Agora, elas ficam na frente e comandam os programas.

MRP (repórter) - Mas e o Brasil, melhorou? 
MRP (escritor) - Os ricos ficaram mais ricos, os pobres, mais pobres, e as loiras, mais loiras. E a Argentina joga mais futebol que o Brasil.

MRP (repórter) - Você é saudosista? 
MRP (escritor) - Você não acha o Jimi Hendrix melhor do que o Só Pra Contrariar?

MRP (repórter) - No último ano, você esteve por trás dos programas de Adriane Galisteu, Tiazinha e Sabrina. O que isso mudou na sua vida?
MRP (escritor) - Muitos amigos passaram a me visitar no trabalho.

MRP (repórter) - Por trás de toda bela, há uma fera? 
MRP (escritor) - Obrigado por me chamar de bela.

MRP (repórter) - Você decidiu largar a literatura para se dedicar ao teatro? 
MRP (escritor) - O problema do teatro é que todos querem convites. Ninguém gosta de pagar ingressos.

MRP (repórter) - Mas você paga ingressos das peças a que assiste?
MRP (escritor) - Não. Mas eu levo a minha própria cadeira e ocupo um lugar no corredor.

MRP (repórter) - Por que remontar a peça "Feliz Ano Velho"? 
MRP (escritor) - Porque é um tema relevante, que o Brasil precisa relembrar, repensar. 
(Texto publicado no caderno Ilustrada do jornal Folha de São Paulo.)

Exemplo II:

Trechos da Entrevista ao ‘Valor’ do professor Werneck Viana

11 de janeiro de 2012, em Direitos Humanos, Opinião, Política, por Galante

1. Mundo Mudou! Nós estamos vivendo uma mudança de época. O mundo mudou. Sabemos do que estamos nos afastando, mas ainda não pressentimos para onde vamos. Estamos indo para um mundo onde temas centrais da vida moderna são tratados por organismos que exercem jurisdição internacional, por exemplo, os que mexem com economia, meio ambiente e terrorismo. Exemplo forte é o da Justiça internacional, com o Tribunal Penal, acima dos Estados nacionais. É uma época de inovação, de criação. Esse deslizamento está acontecendo numa escala mundial. O Estado-nação perde força. E as ideologias, comportamentos e atitudes que vieram com ele vêm se esmaecendo.

2. Sindicatos e Elite Econômica! A Dilma herda esse eixo, mas só que o mundo deslizou, vem deslizando. A armação que Lula concebeu e fez funcionar está destruída. Este sindicalismo não tem mais o velho lugar, quando sentava com o presidente da República e deliberava como ia ser o salário mínimo futuro – tanto de produtividade, tanto de inflação – e que virou lei agora. Isso foi feito com Lula e eles. Não tem mais Dilma e eles. A conta é alta. Passa pela Previdência, pelo salário mínimo, ajuste fiscal, custo Brasil, não dá mais. Essa crise está limpando a névoa, está obrigando a que o argumento econômico seja mais respeitado. Há exemplos de fora: Itália, Espanha. As medidas dela não terão como objeto os que estão em cima, as elites econômicas, mas quem está embaixo. Você continua a viver num condomínio entre governo e elites econômicas do país. Sempre disse isso.

3. Comissão da Verdade! A minha posição não acompanha as posições majoritárias aí na intelligentsia. Acho que a gente deve recuperar a história, mas o passado passou. Página virada. Cada país fez, em circunstâncias diferentes. Você, à esta altura, rasgar a Lei da Anistia, seria jogar o país numa crise, não sei para quê. Mas, vem cá, as grandes lideranças que nos trouxeram à democracia tiveram muito clara essa questão: anistia real, geral e irrestrita. As forças derrotadas, ou seja, a luta armada, querem reabrir esta questão? Não foram elas que nos trouxeram à democracia. Nos momentos capitais, ela não estava à frente, na luta eleitoral, na luta política, na Constituinte. Era um outro projeto. É politicamente anacrônica. O país foi para frente. Os direitos humanos dizem respeito aos vivos. Aos mortos, o velho direito de serem enterrados como Antígona [protagonista da tragédia grega de Sófocles] quis enterrar o irmão em solo pátrio. É o que esta Comissão da Verdade está fazendo.

PARA FINALIZAR:


Normalmente, o processo de produção de um texto jornalístico se divide em quatro fases: a pauta (escolha do assunto), a apuração (verificação dos fatos e de provas), a redação (organização das ideias transformando-as em texto) e a edição (locação desses textos no jornal, correção e revisão dos mesmos).