quinta-feira, 26 de junho de 2014

SOLIDÃO!

Professor no Brasil se sente sozinho, diz pesquisadora
6

Karina Yamamoto
Do UOL, em São Paulo
Compartilhe1973
 Imprimir Comunicar erro
"O professor no Brasil se sente sozinho, ele tem muito pouco apoio, se compararmos sua situação com a dos seus colegas na OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico]", afirma pesquisadora brasileira Gabriela Moriconi.
"Ele não recebe a preparação adequada durante a faculdade [50% não tem didática para tudo o que ensina], não foi formado para lidar com os problemas práticos da sala de aula [40% diz não ter treinamento para a prática] e não tem o apoio suficiente [nos países ricos, há aconselhamento profissional e psicológico para os alunos, por exemplo]", completa Moriconi.
Pesquisadora da FCC (Fundação Carlos Chagas), Moriconi faz parte do time responsável pela nota sobre o Brasil na Talis, pesquisa da OCDE com 34 países e territórios para mapear as condições de trabalho dos professores. O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta (25), em Paris.

Os resultados da pesquisa internacional chamam atenção também para a carga horária média desses profissionais - no Brasil, o docente trabalha cerca de 25 horas semanais nas aulas contra a média de 19 horas dos países que participaram do estudo.

"Na maioria dos países da OCDE, o professor trabalha em uma única escola, em tempo integral e leciona, em média, 19 horas na semana. Aqui no Brasil, o número de alunos com o qual o professor trabalha quase dobra se pensarmos que os docentes ensinam 25 horas e em salas com mais alunos. Fora a grande parcela que diz trabalhar como professor em tempo parcial, o que significa que ele pode ter um outro trabalho para o qual deve dedicar seu tempo", diz Moriconi.

E ela propõe um questionamento: "Diante dos dados [de gasto de tempo com planejamento de aula], ficam algumas perguntas: mesmo que ele queira, será que o professor brasileiro consegue preparar uma aula em que os alunos tenham tantas oportunidades de aprender quanto dos seus colegas em países da OCDE? Ele tende a ter mais turmas, já dá seis horas a mais de aula em média, mas gasta o mesmo tempo com planejamento".

Dedicação

Em sala, o professor usa 67% do seu tempo para dar aula -- em 20% do tempo está mantendo a disciplina e em 12% cuida de questões administrativas como distribuir material ou conferir a presença dos alunos. Para se ter uma ideia, na Finlândia, país considerado bom exemplo na educação, os docentes dão aula em 81% do tempo.
"No Brasil, via de regra, as redes contratam o professor para ser um dador de aula, o que pode ocorrer em diversas escolas, de modo fragmentado", diz Moriconi a respeito do nosso sistema com um currículo fragmentado e pouca valorização da carreira desse profissional.
"Em muitos outros países, o professor é contratado para ser um profissional daquela escola específica, que atua de diversas formas para que os alunos tenham a oportunidade de aprender: tanto na sala de aula, quanto sendo um tutor que acompanha a vida escolar de um grupo de alunos, ou sendo o mentor de outro professor menos experiente, seja assumindo a responsabilidade por alguma política da escola (como a política de comportamento dos alunos, por exemplo), etc. Por isso, a carga horária de aulas é menor e parte do tempo é utilizado para que o professor não só se prepare melhor para suas aulas, mas também desempenhem essas funções."

quarta-feira, 25 de junho de 2014

INDISCIPLINA!

Professor brasileiro gasta 20% do tempo de aula com indisciplina

Karina Yamamoto
Do UOL, em São Paulo
Compartilhe2092,0 mil
 Imprimir Comunicar erro
Os professores brasileiros gastam, em média, 20% do tempo de aula mantendo a disciplina na classe, segundo levantamento internacional. Ou seja, o docente gasta um em cada cinco minutos pedindo silêncio ou chamando a atenção por bagunça.
O desempenho brasileiro é o pior entre os 32 países que responderam à essa parte da pesquisa. A média entre os países é de 13%. Na Finlândia, país tido como exemplar no quesito educação, o percentual de tempo dedicado a essa atividade chega a 13%.
As informações são da edição 2013 da Talis, Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem coordenada mundialmente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta (25).
De aula mesmo, ensinando os alunos, o percentual de tempo gasto em sala no Brasil é 67% enquanto a média internacional é de 79% e a da Finlândia é 81%.
Em 12% do período de cada aula, o professor lida com questões administrativas, como o controle de presença (chamada) -- contra a média de 8% dos países que participaram da pesquisa e 6% da Finlândia.
 "Nos países da OCDE, o professor trabalha em uma única escola, em tempo integral e leciona, em média, 19 horas. Aqui no Brasil, a jornada quase dobra se pensarmos que os docentes trabalham 26 horas em mais de uma escola e em salas maiores", diz a pesquisadora Gabriela Moriconi.
Segundo o relatório, professores e alunos poderiam se beneficiar da redução do tempo gasto com tarefas administrativas e com manutenção do clima adequado para a aprendizagem.
O clima na sala de aula é uma das condições para a aprendizagem, segundo a pesquisa da OCDE. Os professores brasileiros, na média, trabalham mais horas (25 horas por semana) que a média dos docentes que participaram da pesquisa (19 horas por semana), conduzida com dados do segundo semestre de 2012.

O que é a Talis

Talis é a sigla para Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Teaching and Learning International Survey em inglês), coordenada pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). No Brasil, a coordenação da pesquisa fica por conta do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
A edição de 2013 é a segunda desde a criação do estudo, em 2008. Seu objetivo é levantar as condições de trabalho dos professores e o ambiente de aprendizagem nas escolas para amparar decisões de políticas públicas no setor.
Participaram desta edição 34 países (24 países da OCDE e outros 10 países parceiros, como o Brasil). Cerca de 106 mil professores responderam à pesquisa. No Brasil, foram questionados 14.291 professores do fundamental 2 e 1057 diretores de 1070 escolas.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

REDAÇÃO CESPE/UnB




Postado por Juliana de Albuquerque Em fevereiro - 28 – 2011



Muitos concurseiros ficam curiosos para saber os segredos de como fazer uma boa uma redação em um concurso público e  como conseguir uma nota acima de 9,0, principalmente quando a banca organizadora do certame é bastante exigente, como o Cespe/UnB. Confira um texto, produzido por uma concurseira que preferiu não se identificar, referente à prova discursiva para o cargo de técnico administrativo do concurso promovido, em 2010, pelo Ministério Público da União (MPU). A redação foi feita  nas 30 linhas exigidas pela organizadora e recebeu nota 9,87 da comissão do Cespe/UnB, responsável por corrigir as redações.  O candidato deveria redigir um texto dissertativo acerca do seguinte tema: A importância do planejamento (estratégico, tático e operacional) para o sucesso da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Confira.

A escolha de um país par sediar um evento de importância e visibilidade mundial, como a Copa do Mundo, traz benefícios econômicos, políticos, sociais e culturais incalculáveis para o local sede da competição. Tal oportunidade deve ser planejada, gerida e ter suas ações controladas da melhor forma possível e por uma equipe competente e capaz de colocar em prática  o que foi estabelecido pela direção. Um plano de ação eficiente e eficaz é o início para o sucesso do espetáculo esportivo e fruto de uma harmonia e integração entre os planejamentos estratégico, tático e operacional.
O ideal é que, no máximo dois meses antes da Copa do Mundo de 2014, o Brasil esteja pronto para receber a competição e as pessoas provenientes de vários países. Para isso, é preciso que a direção do evento estabeleça um planejamento estratégico, contínuo, permanente, porém flexível às demandas que forem surgindo ao longo de sua execução. Assim, serviços de infra-estrutura, construção de estádios e melhorias em transporte e segurança, por exemplo, não serão realizados aleatoriamente. As ações, os prazos para finalização das atividades, as prioridades, orçamento, recursos disponíveis e possíveis parcerias serão estabelecidas nesse planejamento estratégico. O mesmo é feito a partir de um diagnóstico estratégico, da definição dos objetivos, metas, cenários e estratégias para driblar dificuldades, como escassez de recursos.
Após o estabelecimento do plano estratégico pela direção, o mesmo é repassado para os supervisores da organização da Copa do Mundo. Esses terão como missão repassar para o pessoal envolvido diretamente nas atividades o plano feito inicialmente. O planejamento tático consolidará esse controle entre o estabelecido pela direção e o efetuado no dia-a-dia. Já o plano operacional estabelecerá a avaliação e a checagem do que está sendo feito, do cumprimento dos prazos, dos materiais necessários que estão faltando para o andamento da obra, por exemplo.
Para que o Brasil se consolide no cenário mundial, como um País que organiza de forma eficiente e eficaz um evento do nível de uma Copa do Mundo, é necessário planejar. Recursos e boa estrutura não suprem a ausência de um planejamento bem feito. Esse por sua vez só será alcançado a partir de uma excelente interligação e harmonia entre os planos estratégico, tático e operacional.

terça-feira, 10 de junho de 2014

MICROCONTO


No balanço leve da rede, calculando a modorra da tarde, o vento quente atrapalhava o seu silêncio, carregando com ele as letras do seu teclado.
Gustavo Atallah Haun