quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A ESCOLA NO CINEMA

Na mesma tônica da frase “de louco e de médico todo mundo tem um pouco”, a Educação sofre de idêntica vertigem: todos acham que podem e devem opinar sobre o assunto, mesmo não se diplomando em uma licenciatura ou tendo experiência em sala de aula.
Ainda assim, alguns curtas e longas-metragens vêm trazendo à tona um arsenal muito rico e bastante variado sobre a docência, estudantes, métodos, salas de aula, problemáticas educacionais, entre outros assuntos que se interrelacionam com esses.


Ao Mestre, Com Carinho (1966) emocionou uma legião de fãs que, depois de assisti-lo, tornaram-se professores. Sidney Poitier, o primeiro negro a ganhar um Oscar nos EUA como ator principal, faz um engenheiro desempregado que resolve dar aula em uma escola no subúrbio de Londres. Vale a pena assistir, deliciar-se com os desafios propostos pelos alunos rebeldes e, emocionar-se no final, quando todos veneram o professor que conseguiu conquistá-los. Ao Mestre, Com Carinho foi refilmado para a TV, em 1995.
Seguindo uma linha totalmente difusa, o filme Pink Floyd The Wall (1982) ficou mundialmente famoso por retratar uma cena que se passa com o protagonista quando ainda estudante. Ridicularizado pelo professor por escrever poesia, ele era sempre a cobaia do mestre, chegando a imaginar uma total destruição da escola. Tal fragmento do filme virou o próprio videoclipe da banda. Produzido pelo diretor britânico Alan Parker, lançado pela MGM, o roteiro foi escrito pelo então vocalista e baixista da banda Pink Floyd, Roger Waters. Apesar de Waters ter cogitado ser o próprio protagonista do filme, foi escolhido o ator Bob Geldof.


Já o filme Mentes Perigosas (1995), estrelado pela bela Michelle Pfeiffer, é uma “sessão da tarde” interessante. Michelle faz uma oficial da marinha que abandona a carreira militar para realizar o antigo sonho de ser professora de inglês. Mas, o grupo de alunos rebeldes que tem pela frente logo na primeira escola em que leciona será capaz de deixar o telespectador colado na telinha para saber até onde ela é capaz de agir, tentar mudar as consciências, etc.


Mais recentemente, foi lançado nos EUA um longa baseado em uma experiência real, Escritores da Liberdade (2007), tendo a atriz Hilary Swank como protagonista. O filme aborda, de uma forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Hilary vive a personagem da professora Erin Gruwell, por volta do ano de 1992, na cidade de Los Angeles, que passa por uma verdadeira guerra nos seus bairros mais pobres, causada, sobretudo, por gangues que são movidas pelas tensões raciais. Vale a pena conferir e se emocionar!


Por fim, gostaria de falar sobre um documentário brasileiro tão pouco visto e que, infelizmente, não teve o debate e o respaldo merecidos pela imprensa no Brasil. O brilhante Pro Dia Nascer Feliz (2006), do diretor João Jardim, apresenta um panorama sobre as adversidades enfrentadas pelo adolescente brasileiro da escola pública e também a visão de mundo dos jovens urbanos da escola particular. Um excelente documentário, que mudará muitos preconceitos arraigados no imaginário do país sobre a escola que temos.
Seja como for, a sorte está lançada. Dentre tantas películas boas que o cinéfilo tem à sua disposição, eis algumas poucas que tratam da Educação. Agora é só conferir.
Gustavo Atallah Haun - Professor.

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