segunda-feira, 25 de junho de 2012

REFORMA ORTOGRÁFICA FACILITADA



ALFABETO:

Ganha três letras.
Antes:
23 letras.

Depois:
26 letras: entram k, w e y

Obs.: Mais usadas em nomes próprios, siglas e símbolos químicos e na geografia (Aliás, você lembra a localização delas no alfabeto?)

ACENTUAÇÃO 01:

Trema - desaparece em todas as palavras

Antes:
Freqüente, lingüiça, agüentar.

Depois:
Frequente, linguiça, aguentar.

OBS.: Fica o acento em nomes estrangeiros, como Müller, e seus derivados, mülleriano.

ACENTUAÇÃO 02:

Acentuação - some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte)
Antes:
Européia, idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia, estréia, jóia, platéia, paranóia, jibóia, assembléia.

Depois:
Europeia, ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia, estreia, joia, plateia, paranoia, jiboia, assembleia.

OBS.: Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque são oxítonas, têm a última sílaba mais forte)

ACENTUAÇÃO 03:

Acentuação - some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas.

Antes:
Baiúca, bocaiúva, feiúra, Sauípe, taoísmo, cuiúba, etc.

Depois:
Baiuca, bocaiuva, feiura, Sauipe, taoismo, cuiuba,etc.

OBS.: Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí

ACENTUAÇÃO 04:

Acentuação - some o acento circunflexo dos hiatos êe e ôo. Vale também para as derivativas.

Antes:
Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos.

Depois:
Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos.

ACENTUAÇÃO 05:

Acentuação - some o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar.

Antes:
Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe você.

Depois:
Averigue, apazigue, ele argui, enxague você.

ACENTUAÇÃO 06:

Acentuação - some o acento diferencial.

Antes:
Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa.

Depois:
Para, pela, pelo, polo, pera, coa.

Permanece obrigatório apenas em pôr (verbo) e pôde (pretérito). Dêmos (P. P. do subjuntivo) e fôrma (substantivo) pode receber acento circunflexo (facultativo).

Observação: as demais regras de acentuação permanecem as mesmas.

HÍFEN 01:

Prefixos:
Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra, macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra...

Usa hífen: quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-imperalista, micro-ondas, mini-hotel.

Em todos os demais casos não se usa:
autorretrato, autossustentável, autoanálise, autocontrole, antirracista, antissocial, antivírus, minidicionário, minissaia, minirreforma, ultrassom.

RECAPITULANDO:

A – A / H
E – E / H
I – I / H
O – O / H
U – U / H

HÍFEN 02:

Prefixos:
Hiper, inter, super

Usa hífen: quando a palavra seguinte começa com r ou com h (R – R / H):
super-homem, inter-regional.

Em todos os demais casos não se usa:
hiperinflação, supersônico.

HÍFEN 03:

Prefixos:
Sub.

Usa hífen: quando a palavra seguinte começa com b, h ou r (B – B / H / R):
sub-base, sub-reino, sub-humano.

Em todos os demais casos não se usa:
subsecretário, subeditor.

HÍFEN 04:

Prefixo:
Vice, ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento), soto, sota e vizo.

Usa hífen: sempre.
vice-rei, vice-presidente, ex-almirante, sota-piloto, soto-mestre, vizo-rei.

HÍFEN 05:

Prefixo:
Circum, pan.

Usa hífen quando a palavra seguinte começa com m, n, h ou vogais (M – M / H / VOGAIS; N – N / H / VOGAIS):
pan-americano,  circum-hospitalar,  pan-negritude,  circum-adjacência.

Em todos os demais casos:
pansexual, circuncisão, pancontinental.

HÍFEN 06:

Prefixos:
Pós, pré e pró.

Usa hífen quando tônicos:
Pró-americano, pré-recarga, pós-moderno.

Não se usa quando átonos:
Predefinir, posterior, prosseguir, etc.


O QUE REPRESENTAM AS MUDANÇAS NA LÍNGUA
PORTUGUESA?

1) SIMPLIFICAÇÃO E UNIFICAÇÃO: As novas regras representam uniformidade de uso na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste (total de oito países).

2) VANTAGEM ECONÔMICA (ou ECONÓMICA): Um livro escrito em um desses países lusófonos pode ser comercializado em outro sem necessidade de revisão e reimpressão. Também facilita a redação de documentos oficiais entre essas nações.

3) VANTAGEM POLÍTICA: Com a implantação do Acordo, espera-se que a língua portuguesa seja reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma língua de padrão internacional, pois entre as línguas mais faladas no mundo, a portuguesa é a única que não é unificada. A Língua Portuguesa é considerada a quinta língua mais utilizada no planeta (240 milhões de pessoas, das quais 190 milhões são brasileiras).

4) LINGUAGEM FALADA x LINGUAGEM ESCRITA: O Acordo é meramente ortográfico e, portanto, não afeta a língua falada.

5) PALAVRAS ALCANÇADAS PELA REFORMA: Estima-se que a reforma afete entre 0,5 a 2% das palavras da língua portuguesa. A mudança em Portugal será maior, pois no Brasil as últimas reformas ocorreram em 1943 e 1971, enquanto em Portugal a última aconteceu em 1945 e, com isso, muitas diferenças continuaram.

6) PONTOS CONTROVERTIDOS: Ainda há alguns pontos controvertidos, principalmente em relação ao emprego do hífen, que o Acordo não esclarece.

7) FASE DE TRANSIÇÃO: Até dezembro de 2012, os concursos públicos, as provas escolares e vestibulares deverão considerar como corretas as duas formas ortográficas da língua: a antiga e a nova. No entanto, a redação deve ser pautada apenas em uma, sendo considerado erro o uso de ambas.

8) LIVROS DIDÁTICOS: O acordo entrou em vigor em janeiro de 2009, mas foi introduzido obrigatoriamente nos livros escolares a partir de 2010.

9) DISPOSITIVO LEGAL: No Brasil, o Acordo foi promulgado pelo Decreto 6583, de 29/09/2008, mas foi inicialmente redigido no ano de 1990, em Lisboa. Somente em 2009, entretanto, o Acordo foi finalmente implementado.

8 comentários:

  1. Muito bom o resumo da nova ortografia.

    Obrigada

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  2. muito bom!parabéns para seu blog

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  3. Parabéns pela excelente síntese. Só um pormenor a corrigir: a última reforma em Portugal ocorreu em fevereiro de 1973 (e não em 1945), determinando a queda do acento grave nas palavras terminadas em -mente, -inho(a) e -ito(a), regra aplicada no Brasil dois anos antes, em 1971.
    Abraço desde Lisboa.
    António Pereira

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  4. Gostei muito desta síntese. Muito útil.

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  5. Muito bom essa Reforma Ortográfica que você postou, vai nos ajudar muito nas provas de vestibulares e concursos públicos.

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  6. Caro Professor Haum, Com a reforma ortográfica, o que faremos agora com os nomes químicos como hidroxipropilbetaciclodextrina que até então era hidróxi propil beta-ciclodextrina? Curiosamente não encontro um único site online relevante na lingua portuguesa que aborda esta questão. O que fazemos com radicais químicos como hidróxi, metil, etc. ? Existe uma nova tendência para representar a nomenclatura de compostos orgânicos , como poliidróximetacrilato ou poli-hidróxi metracrilato, ou qualquer outra forma atual. Afinal está uma questão também da língua portuguesa. Um artigo correto, minucioso e abrangente em conjunto com a SBQ AQB, ABEQ ou ABQ etc. sobre como a nova reforma afeta a nomenclatura de nomes/compostos químicos será profundamente bem vindo e um refrigério para os profissionais de escrita científica. E. Berg

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