ALFABETO:
Ganha três letras.
Antes:
23 letras.
Depois:
26 letras: entram k, w e y
Obs.: Mais usadas em nomes próprios, siglas e símbolos
químicos e na geografia (Aliás, você lembra a localização delas no alfabeto?)
ACENTUAÇÃO 01:
Trema - desaparece em todas as palavras
Antes:
Freqüente, lingüiça, agüentar.
Depois:
Frequente, linguiça, aguentar.
OBS.: Fica o acento em nomes estrangeiros, como Müller, e
seus derivados, mülleriano.
ACENTUAÇÃO 02:
Acentuação - some o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte)
Antes:
Européia, idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia,
estréia, jóia, platéia, paranóia, jibóia, assembléia.
Depois:
Europeia, ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia,
estreia, joia, plateia, paranoia, jiboia, assembleia.
OBS.: Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque são
oxítonas, têm a última sílaba mais forte)
ACENTUAÇÃO 03:
Acentuação - some o acento no i e no u fortes depois de
ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas.
Antes:
Baiúca, bocaiúva, feiúra, Sauípe, taoísmo, cuiúba, etc.
Depois:
Baiuca, bocaiuva, feiura, Sauipe, taoismo, cuiuba,etc.
OBS.: Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento
continua como em: tuiuiú ou Piauí
ACENTUAÇÃO 04:
Acentuação - some o acento circunflexo dos hiatos êe e ôo.
Vale também para as derivativas.
Antes:
Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos.
Depois:
Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos.
ACENTUAÇÃO 05:
Acentuação - some o acento agudo no u forte nos grupos gue,
gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir,
enxaguar.
Antes:
Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe você.
Depois:
Averigue, apazigue, ele argui, enxague você.
ACENTUAÇÃO 06:
Acentuação - some o acento diferencial.
Antes:
Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa.
Depois:
Para, pela, pelo, polo, pera, coa.
Permanece obrigatório apenas em pôr (verbo) e pôde
(pretérito). Dêmos (P. P. do subjuntivo) e fôrma (substantivo) pode receber
acento circunflexo (facultativo).
Observação: as demais regras de acentuação permanecem as
mesmas.
HÍFEN 01:
Prefixos:
Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra,
macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra...
Usa hífen: quando a palavra seguinte começa com h ou com
vogal igual à última do prefixo: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói,
anti-imperalista, micro-ondas, mini-hotel.
Em todos os demais casos não se usa:
autorretrato, autossustentável, autoanálise, autocontrole,
antirracista, antissocial, antivírus, minidicionário, minissaia, minirreforma,
ultrassom.
RECAPITULANDO:
A – A / H
E – E / H
I – I / H
O – O / H
U – U / H
HÍFEN 02:
Prefixos:
Hiper, inter, super
Usa hífen: quando a palavra seguinte começa com r ou com h
(R – R / H):
super-homem, inter-regional.
Em todos os demais casos não se usa:
hiperinflação, supersônico.
HÍFEN 03:
Prefixos:
Sub.
Usa hífen: quando a palavra seguinte começa com b, h ou r (B
– B / H / R):
sub-base, sub-reino, sub-humano.
Em todos os demais casos não se usa:
subsecretário, subeditor.
HÍFEN 04:
Prefixo:
Vice, ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento),
soto, sota e vizo.
Usa hífen: sempre.
vice-rei, vice-presidente, ex-almirante, sota-piloto,
soto-mestre, vizo-rei.
HÍFEN 05:
Prefixo:
Circum, pan.
Usa hífen quando a palavra seguinte começa com m, n, h ou
vogais (M – M / H / VOGAIS; N – N / H / VOGAIS):
pan-americano,
circum-hospitalar,
pan-negritude, circum-adjacência.
Em todos os demais casos:
pansexual, circuncisão, pancontinental.
HÍFEN 06:
Prefixos:
Pós, pré e pró.
Usa hífen quando tônicos:
Pró-americano, pré-recarga, pós-moderno.
Não se usa quando átonos:
Predefinir, posterior, prosseguir, etc.
O QUE REPRESENTAM AS MUDANÇAS NA LÍNGUA
PORTUGUESA?
1) SIMPLIFICAÇÃO E UNIFICAÇÃO: As novas regras representam
uniformidade de uso na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP):
Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau e Timor Leste (total de oito países).
2) VANTAGEM ECONÔMICA (ou ECONÓMICA): Um livro escrito em um
desses países lusófonos pode ser comercializado em outro sem necessidade de
revisão e reimpressão. Também facilita a redação de documentos oficiais entre
essas nações.
3) VANTAGEM POLÍTICA: Com a implantação do Acordo, espera-se
que a língua portuguesa seja reconhecida pela ONU (Organização das Nações
Unidas) como uma língua de padrão internacional, pois entre as línguas mais
faladas no mundo, a portuguesa é a única que não é unificada. A Língua Portuguesa
é considerada a quinta língua mais utilizada no planeta (240 milhões de
pessoas, das quais 190 milhões são brasileiras).
4) LINGUAGEM FALADA x LINGUAGEM ESCRITA: O Acordo é
meramente ortográfico e, portanto, não afeta a língua falada.
5) PALAVRAS ALCANÇADAS PELA REFORMA: Estima-se que a reforma
afete entre 0,5 a 2% das palavras da língua portuguesa. A mudança em Portugal
será maior, pois no Brasil as últimas reformas ocorreram em 1943 e 1971,
enquanto em Portugal a última aconteceu em 1945 e, com isso, muitas diferenças
continuaram.
6) PONTOS CONTROVERTIDOS: Ainda há alguns pontos
controvertidos, principalmente em relação ao emprego do hífen, que o Acordo
não esclarece.
7) FASE DE TRANSIÇÃO: Até dezembro de 2012, os concursos
públicos, as provas escolares e vestibulares deverão considerar como corretas
as duas formas ortográficas da língua: a antiga e a nova. No entanto, a redação
deve ser pautada apenas em uma, sendo considerado erro o uso de ambas.
8) LIVROS DIDÁTICOS: O acordo entrou em vigor em janeiro de
2009, mas foi introduzido obrigatoriamente nos livros escolares a partir de
2010.
9) DISPOSITIVO LEGAL: No Brasil, o Acordo foi promulgado
pelo Decreto 6583, de 29/09/2008, mas foi inicialmente redigido no ano de 1990,
em Lisboa. Somente em 2009, entretanto, o Acordo foi finalmente implementado.
Muito bom o resumo da nova ortografia.
ResponderExcluirObrigada
muito bom!parabéns para seu blog
ResponderExcluirParabéns pela excelente síntese. Só um pormenor a corrigir: a última reforma em Portugal ocorreu em fevereiro de 1973 (e não em 1945), determinando a queda do acento grave nas palavras terminadas em -mente, -inho(a) e -ito(a), regra aplicada no Brasil dois anos antes, em 1971.
ResponderExcluirAbraço desde Lisboa.
António Pereira
Gostei muito desta síntese. Muito útil.
ResponderExcluirMuito bom essa Reforma Ortográfica que você postou, vai nos ajudar muito nas provas de vestibulares e concursos públicos.
ResponderExcluirCaro Professor Haum, Com a reforma ortográfica, o que faremos agora com os nomes químicos como hidroxipropilbetaciclodextrina que até então era hidróxi propil beta-ciclodextrina? Curiosamente não encontro um único site online relevante na lingua portuguesa que aborda esta questão. O que fazemos com radicais químicos como hidróxi, metil, etc. ? Existe uma nova tendência para representar a nomenclatura de compostos orgânicos , como poliidróximetacrilato ou poli-hidróxi metracrilato, ou qualquer outra forma atual. Afinal está uma questão também da língua portuguesa. Um artigo correto, minucioso e abrangente em conjunto com a SBQ AQB, ABEQ ou ABQ etc. sobre como a nova reforma afeta a nomenclatura de nomes/compostos químicos será profundamente bem vindo e um refrigério para os profissionais de escrita científica. E. Berg
ResponderExcluirmuito informativo, esse blog!.
ResponderExcluiradorei!!!
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