Há algum tempo vem acontecendo uma celeuma aqui n'O Blog de
Redação sobre a questão de religião envolvendo o tema, ou como suporte para a
escrita dos textos de redação cobrados em vestibulares, concursos e Enem.
A religião (do latim religare, unir-se ao divino), qualquer
que seja ela, é uma questão de fé; a dissertação, por sua vez, é uma questão de
argumentação, a qual se baseia na lógica. São, portanto, duas áres situadas em
diferentes planos.
Não há como argumentar de modo convicente com base em dogmas
religiosos; os preceitos de fé independem de provas ou evidências constatáveis.
Torna-se, assim, completamente descabito fundamentar
qualquer tema dissertativo, por mais polêmico que seja, em ideias que se situem
em um plano que transcende a razão.
Veja o inconveniente desse procedimento, atráves deste
exemplo:
“Nas últimas décadas, o mundo tem assistido, com muita apreensão, a
conflitos localizados que emergem em diferentes pontos geográficos. Muitos
temem que estas guerras, embora restrita a determinadas regiões, acabem por
envolver as grandes potências, desencadeando uma guerra de caráter mundial.
Para combater esta contínua ameaça, só há uma solução: Jesus Cristo. O
homem precisa lembrar que Deus mandou seu único filho a fim de morrer na cruz
para nos salvar. Ele derramou Seu sangue por nós, para livrar a humanidade de
seus pecados. Só com Jesus poderemos sobreviver, pois Ele é o nosso Mestre e
Senhor!”
Enfim, percebendo a grande falácia e falta de consistência
argumentativa no texto acima, jamais utilize a dissertação para panfletagem
religiosa, disseminação de fé, de dogmas, de teologia, pois tornaria seu texto
nulo, sem base persuasiva.
Boa sorte!
Nossa, é muito difícil escrever sobre!
ResponderExcluir