Além da baixa informatividade, também
pode comprometer a qualidade de um texto dissertativo argumentativo o emprego
de argumentos baseados no senso comum, isto é, em julgamentos que, embora não
apresentem nenhuma base científica, acabam sendo tomados como “verdades”
sociais.
Leia o seguinte parágrafo de um texto
dissertativo-argumentativo (transcrito tal qual foi produzido e, por isso,
apresentando diversos problemas gramaticais), produzido a propósito da
violência:
“Muitas
pessoas pobres, ficam muitas vezes indignadas ao ver, uma outra pessoa como
ela, só que não passa fome como ela, ou seja, é rica e na maioria, ladrão, que
rouba do povo e isso faz com que a população fique revoltada, e se manifestará
em conflitos entre camadas sociais no qual um favelado odeie outro de uma
classe superior, e tendo oportunidade para acabar com o outro não vai perder a
chance.”
(Redação
de aluno, 3º ano do ensino médio)
Além dos inúmeros erros de pontuação,
oralidade e coesão, o autor constrói seus argumentos a partir de ideias
preconceituosas – baseadas no senso comum - segundo as quais o rico geralmente
é ladrão e o pobre ou o favelado é violento. Ideias como essas e outras como
“todos os políticos são corruptos”, “o jovem é sempre rebelde”, “o brasileiro é
oportunista”, “homem que é homem não chora”, “as mulheres dirigem pior do que
os homens”, “futebol não é assunto para mulheres”, “todo oriental é honesto e
trabalhador” etc. devem ser evitadas, pois, além de não terem nenhum fundamento,
tornam o texto fraco do ponto de vista argumentativo.
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