Aquele que escreve por
necessidade da alma sempre tem a sensação de que há algo por dizer.
Uma solidão, uma agonia, um
vazio gigantesco. Ou o humilhante complexo de que poderia ter sido melhor!
E essa sensação é constante.
Dura. Rasgo doído.
O antídoto parece ser a escrita,
o desabafo, a exteriorização dos fantasmas internos. Livrar-se do peso.
Escrever é como um simbólico funeral:
deixar morrer aquilo que em nós insiste em ficar ali, atiçando, cutucando,
querendo, sem querer, sair.
Ao mesmo tempo em que é um
nascimento: parir um doloroso filho e, quando este vier à tona, criar vida
própria e ganhar o mundo.
Como uma necessidade
fisiológica, o ato da escrita não é nem nunca foi mecânico, mas sim essa
capacidade que aqueles que se deixam tocar pela força das
palavras sentem!
Pensar é um ato metafísico
necessário; redigir é um complemento humano imprescindível.
É exatamente isso...adorei o texto, Gustavo!
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