Atualizado: 06/02/2013 09:17 | Por Estadão.edu, com Agência
Brasil, estadao.com.br
Estudantes que fizeram o Enem 2012 já podem
ver correção das redações
Correções terão apenas finalidade pedagógica e não serão passíveis de
recurso
* Atualizada às 12:45
Os
estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio 2012 (Enem) já podem
ter acesso à correção de suas redações. Para acessá-la, o estudante deverá
acessar o site
do Enem, com o CPF ou o número de inscrição e a senha. As correções
terão apenas finalidade pedagógica, ou seja, não serão passíveis de recurso. Ao
todo, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep)
foram corrigidas 4.113.558 redações, das quais 1,82% estavam em branco e 1,76%
obtiveram nota zero. Os candidatos já tiveram acesso às notas, divulgadas no
dia 28 de dezembro do ano passado.
No início
do ano, estudantes de todas as regiões do país recorreram à Justiça para
conseguir acesso à correção antes do período de inscrição do Sistema de Seleção
Unificada (Sisu), pelo qual instituições públicas de educação superior oferecem
vagas a candidatos participantes do Enem. Casos como o de Thanisa Ferraz de
Borba chegaram a ameaçar o cronograma do Sisu que, por decisão da Justiça
Federal em Bagé, no Rio Grande do Sul, só poderia encerrar o prazo de inscrição
após o julgamento da ação.
No
entanto, os tribunais regionais federais das diferentes regiões suspenderam as
liminares que determinavam a vista antecipada dos espelhos de correção,
entendendo que o edital do Enem prevê apenas a vista pedagógica e que leva em
conta rigorosamente o previsto no termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado
pelo Ministério da Educação com o Ministério Público Federal.
Muitos
estudantes sentiram-se injustiçados. Thais Bastos obteve a nota 400 na redação
do Enem. "No ano passado, tirei 700. Neste ano, estudei muito mais, não
posso ter ficado com essa nota", disse. Além disso, ela comparou o que
escreveu com redações disponíveis em revistas e manuais, "As redações que
receberiam a nota que eu tirei continham erros de português e um vocaubulário
infantil". Ela foi uma das que levaram o caso à Justiça e chegou a ganhar
o direito da vista antecipada, até que o ministério recorreu e venceu.
Thais
deseja cursar engenharia química na Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), instituição cujo ingresso é feito, para a maior parte das vagas, apenas
pelo Sisu, com base na nota do Enem. Como o exame é anual, no segundo semestre
a estudante concorrerá com a mesma nota que, segundo ela, é insuficiente. Mesmo
que não esteja previsto no edital do exame, ela pretende entrar novamente com
recurso, caso discorde da correção.
Ela não
está sozinha. No Facebook, mais de 3 mil ususários apoiam a página Ação
Judicial - Enem. No espaço, trocam experiências e pedem modelos mais
transparentes de seleção.
Em nota, o
MEC diz que os "critérios de correção das redações do Enem foram
aperfeiçoados e são mais rigorosos". Segundo a pasta, os textos produzidos
pelos candidatos passaram por dois corretores de forma independente e foram
avaliados segundo cinco itens de objetividade. Caso haja diferença maior que
20% na nota final entre esses dois corretores, a redação é lida por um terceiro
corretor. E se, ainda assim, a discrepância persistir, ou seja, a diferença
entre as três notas for superior a 200 pontos, a dissertação passa para uma
banca examinadora composta por três professores avaliadores, que dão então a
nota final ao participante.
Os cinco
itens de competência avaliados foram: domínio da língua portuguesa, compreensão
do tema proposto, capacidade de selecionar e organizar ideias, demonstração de
conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da
argumentação e apresentação de solução para a proposta dissertativa. Cada um
dos corretores atribuiu nota até 200 pontos para cada uma dessas competências.
Havendo discrepância maior que 80 pontos em cada uma das competências, o
terceiro corretor avalia e atribui notas segundo o mesmo critério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário