Somos
todos corruptos?
Antonio Carlos Olivieri, da Página 3 Pedagogia &
Comunicação 31/12/2016
Nos
últimos anos, houve muitas manifestações contra a corrupção em praticamente
todos os estados brasileiros. No entanto, o problema não se limita ao âmbito
político e está disseminado nacionalmente.
Uma foto que viralizou nas
redes sociais – com mais de 70 mil curtidas e 15 mil compartilhamentos – gerou
um debate sobre as pequenas corrupções do dia-a-dia e o popular "jeitinho
brasileiro". "As pessoas defendem o fim da corrupção, mas não se dão
conta de que suas próprias atitudes são corruptas", foi a conclusão a que
chegou a autora da foto em questão.
Você concorda com ela? De
fato, há muita gente que considera a gigantesca corrupção no âmbito político –
que atinge os três poderes da República, bem como governos estaduais e
municipais, – como um reflexo de uma atitude comum à maioria dos brasileiros: a
malandragem, o "jeitinho", a vontade de levar vantagem em tudo. O que
você pensa disso? Acredita que há corrupção em todos os níveis da sociedade
brasileira? Somos todos corruptos? Ou isso é somente um estereótipo, uma imagem
que, de fato, não nos reflete como povo? Afinal, nós, brasileiros, somos
honestos ou desonestos?
Redija uma dissertação
argumentativa, expondo e defendendo seu ponto de vista sobre o assunto.
Isotônico grátis
(...)
A imagem retrata uma
mulher que, munida de uma sacola, teria usado a identidade de várias amigas
para apanhar a maior quantidade de bebida isotônica em uma campanha de
distribuição gratuita do produto na rua.
O episódio foi relatado
pela paulistana Natália Bilibio, 27, em sua conta pessoal no Facebook. Ela
conta que estava em um ponto de ônibus no fim da tarde da última quinta (8),
perto da avenida Paulista, em São Paulo, aguardando a condução de volta para
casa, quando observou uma cena que a deixou "indignada".
"Vi uma mulher com
uma sacola de pano, dessas de supermercado, usando os CPFs de amigas para
retirar o maior número possível de Gatorades (marca de bebida isotônica) de uma
máquina instalada ao meu lado", relembra Natália à BBC Brasil.
A campanha, do banco
Santander, distribuía o produto gratuitamente a pedestres. A única exigência
para obtê-lo era digitar o CPF. "Vi a máquina sendo abastecida no dia
anterior. Inicialmente, ela entrou na fila e pegou dois Gatorades. Em seguida,
começou a ligar para as amigas e pedir o CPF delas para pegar mais e mais. Não
me contive e a repreendi", diz Natália.
"Perguntei se ela
estava com a consciência tranquila. Ela disse que sim. A partir daí, começou a
me xingar e gritar comigo", completa. Natália acrescenta que, como voltou
à fila diversas vezes, a mulher acabou com o estoque do produto.
"Pelas minhas contas,
ela deve ter pego, no mínimo, dez Gatorades. Pessoas que chegaram depois não
conseguiram mais pegar a bebida", avalia. "Nossa discussão durou
cerca de dez minutos, até eu tomar o ônibus de volta para casa. Ela continuou
me xingando e gritando da rua", acrescenta.
Ao voltar para casa,
Natália decidiu postar a foto. "As pessoas defendem o fim da corrupção,
mas não se dão conta de que suas próprias atitudes são corruptas",
sentencia Natália.
Em seu Facebook, os
usuários criticaram a atitude da mulher. A BBC Brasil não conseguiu ouvir sua
versão dos fatos uma vez que a identidade da mulher não foi revelada.
"Como teremos um
governo decente se as pessoas pensam dessa maneira? Lembrem-se de que a mudança
deve começar por nós, pela base!", escreveu um usuário.
"O problema do Brasil
é o brasileiro", acrescentou outro.
"O famoso ditado
'farinha pouca, meu pirão primeiro'. Muito feio. Não é o mundo que está difícil
e ruim. São as pessoas que habitam nele que estão se tornando cada vez mais
intratáveis e menos altruístas. Pobres de espírito, pobres de afeto pelo
próximo", descreveu uma usuária. [Folha de S. Paulo, editado, 2016]
Observações
§ Seu
texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa.
§ Deve
ter uma estrutura dissertativa-argumentativa.
§ Não
deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração.
§
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo
30 linhas escritas.