Questões
discursivas: Cinco cuidados para uma boa resposta
Sueli de
Britto Salles, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
UOL,
09/09/2010 16h20
O que significa escrever bem?
Seria essa habilidade avaliada apenas na prova de redação? A grande preocupação
de alunos e professores com as provas de redação em concursos e vestibulares
faz com que, muitas vezes, crie-se um véu de esquecimento sobre a importância
da boa escrita nas questões discursivas. Essa é uma falha grave e precisa ser
corrigida.
Assim como nas provas de
redação, todos os tipos de questões que precisam de respostas escritas (ou
seja, as que não são objetivas, como os testes) avaliam o candidato em suas
habilidades de leitura, interpretação e produção de texto. Isso acontece porque
não basta que o candidato tenha conhecimento do assunto questionado: a pergunta
precisa ser bem compreendida para que a produção da resposta esteja adequada ao
que foi solicitado.
A dificuldade na elaboração de
respostas discursivas é um problema que acompanha a maioria dos estudantes em
todo o período escolar. Para lidar com este problema, observemos algumas de
suas possíveis causas.
Resposta
excessivamente objetiva
Perguntas orais, normalmente, recebem respostas
curtas, diretas. Assim, diante da pergunta: "Qual a capital da
Argentina?", comumente se responde apenas: "Buenos Aires".
Entretanto, esse excesso de objetividade não é adequado para provas escritas,
pois nesse caso a resposta não passará de palavras soltas que, isoladamente,
não possuem sentido. A primeira dica importante para responder às questões
discursivas de qualquer disciplina, é a visão da resposta como um pequeno
texto, que deve possuir sentido completo.
Tema certo, resposta errada
No nervosismo decorrente da prova, o candidato lê a
pergunta e, feliz por conhecer o assunto e ansioso por responder logo, passando
para a próxima questão, registra seu pensamento de qualquer jeito, sem reler o
que escreveu. Resultado: muitas vezes expõe muitos dados ligados ao tema, mas
não responde ao que foi perguntado.
Pergunta
objetiva, resposta prolixa
Na insegurança de dar uma resposta curta e errar, o
candidato opta por escrever tudo que sabe sobre o assunto, inclusive a resposta
esperada, mas sem destacá-la. O problema, porém, é que o avaliador não saberá
se o candidato realmente sabe a resposta ou está arriscando colocar vários
dados para ver se algum preenche o solicitado. Resultado: prejuízo na nota.
Resposta incompleta
Algumas perguntas são divididas em tópicos. Em
alguns casos, isso vem marcado claramente (item a, b, c...), mas em outros não,
ou seja, durante a redação da pergunta encontram-se várias solicitações. Em
ambos os casos, o candidato deve ficar atento para responder a todas essas
solicitações, criando um texto com todas as informações necessárias.
Excesso de abstrações em questão
dissertativa
As questões dissertativas, normalmente, trazem um
tema polêmico, que deve ser analisado de modo crítico, num espaço relativamente
longo (cerca de quinze linhas). O problema é que, por ter mais espaço que o
normal para responder uma pergunta, o candidato pode cair em divagações
abstratas, ou perder-se na hora de organizar o conjunto de informações de que
dispõe sobre o tema. E não se esqueça de revisar os aspectos gramaticais, como
ortografia, acentuação, regência, concordâncias e sintaxe, garantindo que todas
as frases estejam corretas e bem construídas. Vale a pena gastar um pouco mais
de tempo com a elaboração das respostas para garantir o máximo de pontuação em
cada uma delas. Uma resposta bem elaborada pode valer muito mais do que duas
com notas parciais.
(Sueli de Britto Salles, Especial para a Página 3
Pedagogia & Comunicação é mestra em língua portuguesa, leciona em cursos
universitários e participa de bancas corretoras de redações em Vestibulares)
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