ELEMENTOS DA NARRAÇÃO:
NARRADOR: pode ser em 1ª pessoa,
sendo chamado de narrador-personagem ou narrador-participante; pode ser também
em 3ª pessoa, sendo assim chamado de narrador-observador ou
narrador-onisciente.
PERSONAGENS: são os seres de que
trata a história: pessoa, animal, sentimento, elemento da natureza, etc. Podem
ser estudados quanto à importância [dividindo-se em principais (protagonistas e
antagonistas)e secundários] e quanto à caracterização [esféricos/cíclicos ou
planos/lineares.]
3. TEMPO: quando aconteceu a
narração. Existe o tempo da história, o tempo cronológico e o tempo
psicológico.
4. ESPAÇO: o(s) lugar(es) onde
se passa a história, ou o(s) ambiente(s). Muitas vezes reflete o interior dos
personagens.
5. ENREDO: é o fato ou o
acontecimento em si. O enredo, o esqueleto do texto, divide-se em 04 (quatro)
partes:
5.1. Apresentação (início, onde
se introduz os personagens, o tempo e o espaço)
5.2. Complicação (o surgimento
do conflito, do problema, na história)
5.3. Clímax (a tensão, a
expectativa maior do texto)
5.4. Desfecho (o final, como
tudo se resolve, ou não)
EXEMPLO:
(UNICAMP 2010)
PROPOSTA B:
Leia a coletânea e elabore sua narrativa a partir do
seguinte recorte temático: O convívio entre gerações tem lugar privilegiado no
ambiente familiar.
INSTRUÇÕES:
·
Imagine uma personagem jovem que vai estudar em
outra cidade e passa a morar com os avós.
·
Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida
entre os sentimentos em relação aos avós e as dificuldades de convívio com essa
outra geração.
·
Sua história pode ser narrada em primeira ou
terceira pessoa.
REDAÇÃO SEM TÍTULO:
A percussão rígida da máquina de
escrever contrastava com a suavidade daquela mão suave (sic), enrugadinha,
típica de doce matriarca. A neta observava atenta, curiosa, nostálgica da
infância marcada pelos carinhos da avó. A atmosfera que pairava sob a luz das
velas permeava de alento, finalmente, aquelas duas gerações.
A jovem havia se mudado para
Piracicaba para morar com os avós há alguns meses atrás (sic). Seus pais
estavam enfrentando dificuldades financeiras, principalmente para pagar as
mensalidades do colégio. Então, estudante esmerada que era, e por nutrir
sentimentos de muito amor e respeito pelos avós, aceitou o convite de ir morar
com eles.
As primeiras semanas foram
maravilhosas. A jovem matou a saudade dos mimos dos velhinhos e passou a
frequentar uma ótima escola. Ela sentia admiração por eles, pela experiência de
vida que haviam adquirido ao longo dos anos e achava graça nos seus hábitos e
manias tão diferentes dos dela, menina da capital, de vida agitada e
completamente imersa na Era Digital.
Todavia, conforme o tempo foi
passando, a convivência entre os avós e a neta permitiu transparecer os choques
e conflitos típicos devido às diferenças entre duas gerações. O casal, que
apreciava fazer passeios ao ar livre e bater papo com os amigos na praça da
igreja, não podia compreender o motivo da neta gostar tanto de passar tardes
inteiras trancada no quarto, navegando na internet.
Na juventude deles, época de que
tinham tantas lembranças boas, sequer existia computador! O bom mesmo era ir
pro baile, pra (sic) matinê. Mesmo agora, diante do advento da informática e
dos argumentos da neta, achavam toda aquela parafernália tecnológica
perfeitamente dispensável para seu estilo de vida.
A neta atormentava-se. Ela não
imaginava o mundo sem internet, até porque havia nascido num (sic) mundo já
digitalizado. Não compreendia como seus avós, pessoas que ela admirava tanto
por sua sabedoria e vivência(sic), desprezavam as facilidades que a tecnologia
poderia oferecer.
Sentia-se dividida. Todo o
afeto, o respeito e o bem-querer que tinha por eles agora confundia-se com
intolerância e com a sensação de que eles eram mesmo obsoletos, alienados,
incompatíveis com o vigente modo de vida da sociedade.
Todos os dias o casal adentrava
o quarto dela e dissertava persistentemente contra os hábitos da neta e a favor
de que ela passasse mais tempo com eles. Entretanto, a jovem chateada com o
desapreço deles pelos interesses dela e, tendo perdido gradualmente a admiração
por eles, já não os ouvia.
A atmosfera da casa foi ficando
cada vez mais pesada e a jovem, dividida. Certa vez, tentou ensinar a avó a
mandar e-mails, mas ela frustrou-se logo com as primeiras dificuldades (sic). A
inflexibilidade tão característica da adolescência e da velhice ainda agravava
o convívio com as inúmeras diferenças que separam duas gerações e coroam-se com
os anos.
Naquele domingo chuvoso a
situação mudou. Como consequência da tempestade, Piracicaba ficou sem
eletricidade. A jovem estava digitando um trabalho escolar que seria entregue
na manhã seguinte quando houve o “blackout”. Vulneráveis devido à escuridão,
acabaram por se reaproximarem. Os avós se comoveram com o problema da neta e se
propuseram a ajudá-la. Ela permitiu que o amor que sentia por eles se
sobrepusesse à intolerância e às suas diferenças. Reunidos em torno da máquina
de escrever, as chamas das velas revelavam nuances de olhares apaziguados,
acalentados pelos conhecimentos do avô, o dedilhar cuidadoso da avó e a paz no
coração da neta.
(Redação divulgada pela UNICAMP
considerada acima da média para a proposta B – narração)
obg prof° seu blog me ajudou muito a desenvolver uma redação.
ResponderExcluir