1. ANÁLISE CRONOLÓGICA DA HISTÓRIA DA ARTE
Em todas as
civilizações há uma atividade humana que está sempre presente: a arte e suas
manifestações (canto, dança, pintura, escultura, etc.).
A arte tem sido
usada como um dos principais meios de manifestação dos sentimentos, crenças,
valores & emoções dos homens.
Ao longo dos
séculos, a arte passou por grandes transformações, mas não podemos afirmar
que ela evoluiu como se estivesse passando de um estágio primitivo para um
avançado. A grande arte é um eterno presente, ela não envelhece.
1.1 ARTE RUPESTRE
Nas paredes das cavernas, artistas pré-históricos traçaram linhas,
compuseram desenhos e figuras e nos legaram uma imagem do seu mundo.
A arte Pré-Histórica se divide em período Paleolítico (inferior e
superior) e Neolítico. No primeiro, também chamado de época da Pedra Lascada, a
arte era incipiente e usada principalmente em rituais, crenças religiosas. O
homem paleolítico superior (30.000 a. C.) é o responsável pelas artes deixadas
nas cavernas, como Lascaux, na França, ou Altamira, na Espanha; pegadas humanas
nas grutas, ou seja, pelo que chegou a nós da arte rupestre. Na segunda fase,
chamada de época da Pedra-Polida, houve o desenvolvimento da agricultura,
aldeias foram formadas, cestas, vasos cerâmicos e metalurgia começaram a ser
usados. São dessa época os menis, cromlek e os dólmens, sendo o mais famosos
deste último o Stonehenge, no Reino Unido.
1.2 ARTE GREGA E ROMANA
O apogeu da arte grega ocorreu no século V a. C. É a época de Péricles
(o grande estadista ateniense), dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles e
dos grandes poetas trágicos Sófocles, Eurípedes e Esquilo.
Nessa época a escultura alcança sua expressão máxima, dominada por um
humanismo radical, coloca o homem no centro de suas representações.
As características básicas desse período são: o realismo anatômico, a
expressividade individual, a procura da harmonia (proporção) e a captação dos
movimentos nas figuras.
A arquitetura dá seus melhores frutos através da construção de templos,
teatros e estádios (Acrópole, Paternon, Templo de Atena Vitoriosa, Templo
de Erectéion, etc.)
1.3 PERÍODO HELENÍSTICO
As conquistas militares de Alexandre Magno no século IV a. C. e a
construção de um imenso império grego marcam o surgimento de um novo período,
não mais estritamente grego, mas nasce da influência da tradição grega com as
tradições de outros povos integrados na órbita do império, fundado por
Alexandre, O Grande.
Obras famosas desse período: estátua da Vitória Latra de Samotrácia e a conhecida Vênus de Millo (ambas estão no museu do Louvre); o grupo
escultórico que representa a morte do
ateniense Laocoonte e seus filhos quando são atacados e
mortos por duas serpentes monstruosas (desenterrado em 1506 em Roma, inspirou
Michelângelo, na Renascença).
1.4 ARTE ROMANA
Chegado o momento dos impérios universais, uma nova potência se
aproveita da ocasião: Roma, que aos poucos se apodera das colônias gregas. Em
146 a. C. a Grécia torna-se colônia romana, mas a arte grega não desaparece. Os
romanos assimilam, dando continuidade e impulso, levando-a aos mais distantes
povos do seu império.
Na arquitetura, o belo convive com o útil, e
esse é o ponto chave da arte romana. Na escultura inspiram-se claramente nos
artistas gregos e copiam numerosas obras. A pintura romana sobreviveu em grande
quantidade (ao contrário da pintura grega) e os mosaicos que adornavam paredes
e pavimentos nos revelam o aspecto criativo do artista romano.
1.5 ARTE MEDIEVAL
A Idade Média (I.M.) foi um período muito longo (durou de 500 até 1500).
Presenciou a consolidação do poder do Catolicismo. Houve vários momentos de
crise, mas a igreja Católica conseguiu superá-los e manteve sua hegemonia até o
século XVI, quando ocorreu o movimento da reforma protestante, liderada por
Lutero.
A arte é basicamente uma arte religiosa.
As pinturas e esculturas serviam para transmitir mensagens para os fiéis
(passagens bíblicas e fatos das vidas dos santos). Não faltavam também
representações do inferno, que serviam para incutir medo aos fiéis e temor a
Deus, representados com um realismo impressionante.
Na arquitetura destacam-se dos estilos principais de construção de
templos ou basílicas: Românico e o Gótico.
1.6 ROMÂNICO
Significa à moda romana. Teve seu apogeu no século XI e na primeira
metade do século XII. Caracterizando-se pelo uso do arco redondo, pela presença
de grossas paredes de pedra e janelas pequenas. Os portais e colunas eram
decorados com escultura, as paredes e os tetos eram decorados com afrescos (Ascensão de Cristo e Juízo Final).
1.7 GÓTICO
Ao longo do século XII e XIII, o romano foi sendo substituído pelo
Gótico. Com o desenvolvimento da engenharia, os construtores aprimoraram as
proporções arquitetônicas para dar às estruturas uma altura cada vez maior.
O estilo gótico apresenta arcos ogivais, agulhas altíssimas, vitrais
rosáceos e elaboradas fachadas esculpidas. O seu interior recebia muita luz
devido aos vitrais que eram decorados com imagens e cenas religiosas.
As esculturas eram muito mais realistas do que
tinham sido até então na I. M. Época das grandes catedrais européias. Difusão
da pintura sobre madeira.
O artista gótico está interessado em exprimir principalmente a atmosfera
mística e divina dos episódios religiosos. Por isso não se preocupa em dar à
obra uma rigorosa profundidade espacial, ou seja, a terceira dimensão, que
tornaria a obra mais realista. Os rostos humanos serenos e idealizados exibem
traços estilizados, assim como elementos arquitetônicos (janelas, arcos, etc.)
e os elementos naturais (como árvores, rocha, etc.).
Difundiu-se por toda a Europa. Em alguns
lugares até o século XVI.
O artista mais original dessa época é o holandês Jeronimus Bosch (Os Sete Pecados Capitais).
A escultura gótica concentra-se principalmente no exterior das catedrais
e apresenta como característica a forma alongada das figuras. Por outro lado, o
tema da virgem Maria com o menino Jesus é muito explorado. Assim como os temas
da crucificação e da Pietá. Originalmente eram pintadas, as vestes tinham cores
vivas e nelas eram muitas vezes engastados vidros coloridos ou pedras
coloridas.
1.8 RENASCENÇA
Renovação científica e cultural ocorrida na Europa (séculos XV e XVI).
Começou em Florença, na Itália, e foi criando aspectos diferentes à medida que
se difundia na Europa. A base desse movimento encontra-se no crescimento
gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades
européias. O aperfeiçoamento da imprensa (Gutenberg) facilitou a difusão de
novas idéias, contribuindo para o enriquecimento do ambiente cultural.
Os artistas (pintores, escultores, arquitetos, etc.) inspiravam-se nas
antigas obras dos gregos e romanos, que se transformaram em modelos, por isso
dizia-se que a gloriosa arte antiga estava RENASCENDO.
Um dos precursores foi o pintor Gioto (1267 - 1337), que antecipa o
renascimento.
A representação fiel do corpo humano e a preocupação com a elaboração da
perspectiva estão presentes nos afrescos de Masatio (afresco da Trindade, Igreja Santa Maria Novela, em
1427).
No renascimento a burguesia torna-se também uma poderosa patrocinadora
das artes, ao lado do clero e da aristocracia. Exemplo disso é o quadro O Casal Yardofine, pintado pelo
holandês Ian Vanaick.
No renascimento desenvolveu-se também o estudo do corpo humano e do
mundo natural, que passam a serem representados pelos pintores de forma bem
detalhada, como nunca se tinha feito antes.
A escultura por sua vez independeu-se da arquitetura e readquiriu a
autonomia que possuia na antiguidade clássica, desenvolvendo-se admiravelmente.
O escultor mais famoso: Michelângelo (estátua
de Davi e o grupo escultórico da
Pietá).
Ao lado das histórias bíblicas, as mitologias gregas e romanas são
explorados como tema para pinturas, esculturas, decoração de teto e parede,
artesanato, etc. (Nascimento de Vênus,
de Sandro Bocicelli).
A pintura da Capela Cistina feita
por Michelângelo em 1508 a 1512 é um dos pontos altos da arte do Renascimento e
do mundo.
O retrato tem em Leonardo da Vinci seu principal nome (La Gioconda ou Monalisa)
1.9 BARROCO
A arte barroca estendeu-se por todo o século XVII e primeiras décadas do
século XVIII. Surgiu em Roma e espalhou-se aos poucos pela Europa e América
Latina, assumindo características diversas ao longo do tempo. O barroco nasceu
na Roma dos papas e foi frequentemente usado como forma de expressão da
mensagem Católica da Contra-reforma.
É uma arte que procura emocionar ou comover o espectador. Nesse sentido
a igreja converte-se numa espécie de espaço cênico sagrado onde são
representados os dramas da salvação humana, numa mistura de arte e catequese.
A música muito valorizada nos ofícios religiosos a partir da
Contra-reforma desenvolveu-se muito e contribuiu, junto com as artes plásticas,
para envolver os fiéis numa experiência religiosa (Johan Sebastian Bach). De
certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da I.
M., numa espécie de ressurgimento da visão teocêntrica do mundo.
A exuberância da arte barroca foi considerada de mal gosto pelos
Neoclássicos do século XVIII, e foi a partir de 1750 que a palavra
"barroco" passou a ter sentido pejorativo, designando uma arte
extravagante. Só a partir do ano de 1850 que a arte barroca começou a ser
revalorizada.
Característica marcante é o efeito de ilusão buscada pelos artistas.
Isso se manifesta principalmente nas pinturas feitas em tetos e paredes de
igrejas ou palácios. Os artistas pintam cenas e elementos arquitetônicos (como
colunas, escadas, balcões e degraus) que dão uma incrível ilusão de movimento e
ampliação de espaço.
Na arquitetura barroca o emprego frequente da coluna sinuosa é uma forma
de romper com a rigidez renascentista, inspirada na antiguidade grega e romana
(Baldaquino de Bronze, Gian Lorenzo
Benini, altar-mor da Basílica de São Pedro).
Mas do que estrutura, porém, o artista barroco procurava o embelezamento
de portas e janelas e a ornamentação de interiores. Colunas, altares e púlpitos
eram recobertos com espirais, flores, monstros e anjos, num jogo de cores e
formas, que juntando pintura, escultura e arquitetura, provocavam um grande
impacto visual.
A característica marcante da pintura barroca é a iluminação dramática
das cenas, numa exploração dos jogos de luz e sombra que acentuam o caráter
místico e emocional que predomina no barroco. (El Grecco: A Agonia de Cristo no Jardim das Oliveiras; e Juan Valdez Leal: Num Piscar de Olhos). Caravagio é um
dos principais nomes da pintura barroca. Seu quadro A Morte de São Mateus é uma das obras mais importantes. Outro
grande pintor que explorava bastante o jogo de luzes foi Rembrandt. Uma das
telas mais importantes também desse período é As Meninas, do espanhol Diego Velásquez, considerada uma obra prima
da arte.
A escultura barroca privilegia o movimento. As figuras deixam de ser
representadas numa atitude de repouso para serem flagradas no meio de uma ação.
Uma das obras primas é a decoração que Benini representou na Capela da família
Cornaro, na igreja Santa Maria da Vitória, em Roma.
A arte barroca teve desenvolvimento no Brasil com a descoberta de minas
de ouro e pedras preciosas. O maior representante é Antônio Francisco Lisboa, o
aleijadinho.
1.10 NEOCLASSICISMO
Por volta de 1750, começa a surgir uma reação contra os exageros da arte
barroca: o Neoclassicismo Essa reação propunha uma retomada da simplicidade e
harmonia das formas clássicas, inspirando-se na antiga arte grega e romana.
Vigorando até o início do século XIX quando então é superado pelo movimento
romântico.
Os temas e modelos da antiga arte clássica voltaram à moda e um dos
fatores que provocaram essa revalorização foi a redescoberta, no século XVIII,
de Pompéia e Herculano, cidades romanas destruídas pela erupção do Vesúvio, no
ano de 79 da era cristã.
Muitos escritores, artistas e historiadores visitaram as ruínas das duas
cidades e divulgaram os achados
encontrados nos escombros, que passou a ser imitada nas pinturas, na escultura,
na arquitetura e nas artes decorativas.
Na escultura um dos principais nomes é o de Antônio Canova.
1.11
ROMANTISMO
O século XIX presenciou o surgimento de importantes movimentos
artísticos, dentre eles o romantismo, que durou até 1850.
Caracteriza-se pelo predomínio da emoção e do sentimento, sobre a razão.
É o triunfo da paixão e da sensibilidade.
O artista romântico é profundamente subjetivo e tem grande atração pelos
ambientes solitários, noturnos e misteriosos. Deleita-se com o espetáculo da
natureza, principalmente com a majestade das imensas florestas, os largos
horizontes, as noites enluaradas, quando então seu espírito pode divagar e
sonhar. E nessa solidão busca o contato íntimo com Deus, numa experiência de
intensa religiosidade. Para o espírito melancólico do artista romântico, a visão
das ruínas é um momento muito especial, contemplando os restos de uma época
gloriosa, os românticos meditam sobre as incertezas do destino dos homens e a
brevidade da vida.
Intenso nacionalismo e sua exaltação apaixonada da liberdade da
liberdade, não só individual, como também política, que o faz lutar contra
todas as formas de opressão. (Delacroix, A
Liberdade Guiando o Povo, 1830). Alguns dos grandes nomes da pintura é
Whilliam Blake e Francisco Goya.
1.12
REALISMO
O excesso de fantasia e subjetivismo que predominava na arte romântica,
provocou reação num grupo de jovens pintores franceses, que acreditavam ser
missão do artista pintar exclusivamente o que podiam vivenciar com os sentidos,
numa volta à realidade social e material.
Alguns artistas voltam-se então para a representação da vida dura e
sofrida, da massa anônima, dos homens e mulheres que trabalham no campo ou no
interior das fábricas.
Alguns grandes nomes da pintura realista: Françoise Myé, Charle Cotê,
Gustave Coubert e Edouard Manet.
Contemporâneo dos realistas, mas ocupando um lugar à parte por seu
estilo forte e original está Rodin, o escultor mais importante do século XIX e
da história da arte. Rodin tirou a escultura duma fase de cópia e estagnação e
transformou-a novamente numa forma de arte de forte expressão individual.
1.13
IMPRESSIONISMO
Monet e Renoir viam o realismo como uma abordagem estética
exageradamente presa ao real. Também recusavam a arte acadêmica, mas queriam
algo diferente. Começaram a sair do ateliê para pintarem ao ar livre, buscando
captar os fugazes efeitos da luz. Abandonando os temas históricos e mitológicos
e a composição física da pintura tradicional, os impressionistas querem captar
o momento presente. São pintores fascinados pela luz. De 1874 a 1886, sua inovação
fecundaram outros movimentos e influenciaram muitos pintores importantes.
1.14
PÓS-IMPRESSIONISTAS
Grupo de artista que estiveram em atividade no final do século XIX.
Embora sejam muito diferentes entre si, revelam influência marcante do
impressionismo.
Os pintores mais destacados dessa fase são: Cézanne, Gaugin e Van Gogh.
1.15
ARTE NO SÉCULO XX
Em 1907, o espanhol Pablo Picasso e o francês Jorge Brach desenvolvem as
idéias do CUBISMO. Na pintura cubista o artista dá simultaneamente várias
visões de um só tema, tomada a partir de diversos pontos. Há um abandono da
perspectiva e os elementos do quadro são estilizados em forma geométrica. Essa
forma inusitada de representar a natureza e a figura humana provocou
estranhamento que pertubou o público e gerou muitas polêmicas. (Picasso, As Senhoritas
de Avignon).
Exprimir as emoções e o mundo interior do artista, usando a distorção
violenta, a cor forte e o traço exagerado, esse era o objetivo do
EXPRESSIONISMO, surgido nos primeiros anos do século XX. O precursor e maior
nome é do norueguês Edvar Moong (O Grito).
Nascido na primeira década do século XX, o ABSTRACIONISMO se baseia na
convicção de que cor e forma têm seu valor artístico intrínseco, não sendo
necessário imitar ou representar a realidade exterior. O abstracionismo tem
relações com o cubismo mas leva mais longe a autonomia do artista. Se o cubismo
fragmenta o objeto em formas geométricas, no fundo tem a intenção de fazer a
imagem inicial surgir de modo mais intenso, dentro de um espaço próprio.
O mesmo ocorre com o FUTURISMO cujas investigações sobre o movimento
procura imprimir com mais vigor o tema tratado. Por mais difícil que seja
identificar o objeto num quadro cubista ou futurista, eles estão ali. No
abstracionismo o objeto desaparece completamente, o quadro deixa de figurar, de
representar, de uma vez por todas, a realidade exterior. Vale por si mesmo,
independentemente de qualquer referência externa. Isso constituiu uma
verdadeira revolução no conceito de arte. Principal pintor abstrato foi o russo
Vassili Kamynski.
O SURREALISMO surgido em 1924, na Suiça, é um importante movimento que
marcou o século XX. Buscava libertar o artista dos limites da razão, propondo a
expressão plena dos conteúdos da imaginação e do inconsciente, num registro
automático sem nenhuma espécie de censura. Sob a influência de Freud, os
surrealistas passaram a explorar os sonhos e a livre associação de idéias,
procurando expressar os conteúdos mais profundos da mente. Principais nomes
são: George Piquirico, Salvador Dalí, Juan Miró, entre outros.
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A arte
continuará a ser a referência que a humanidade terá sobre o seu passado,
presente e também o futuro. Por isso, aprofundar-se nesse tema é algo grandioso
e, ao mesmo tempo, enriquecedor: aprende-se a olhar para a sua própria história
e, em conseqüência disso, para a história do mundo.
3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1º
edição, 4ª impressão. São Paulo: Editora Ática, 2009.
TUFANO, Douglas. História da Arte. VHS. São Paulo:
Editora Ática, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário