quinta-feira, 12 de agosto de 2021

A COMPETÊNCIA I: DOMÍNIO DA NORMA CULTA

A primeira competência da Matriz de Referência diz respeito ao elemento mais evidente na leitura de um texto: O DOMÍNIO DA MODALIDADE ESCRITA FORMAL DA LÍNGUA PORTUGUESA. A sua avaliação é pautada pelo que dispõe a norma padrão da língua escrita e deve levar em consideração que o domínio dessa norma está estratificado em níveis que dizem respeito tanto ao léxico e à gramática quanto à fluidez da leitura, a qual pode ser prejudicada ou beneficiada por uma construção sintática ruim ou boa. 

Na avaliação da COMPETÊNCIA I, também é importante que compreendamos a que se referem os níveis precário, insuficiente, mediano, bom e excelente de domínio da escrita formal da Língua Portuguesa, estes estão previstos nos níveis 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente, da Matriz de Referência para Redação do Enem. O desconhecimento total da expressão formal na modalidade escrita refere-se ao nível 0.

0 - Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. 

1 - Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita. 

2 - Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita. 

3 - Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita. 

4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. 

5 - Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizem reincidência. 

ALGUNS DESVIOS MAIS COMUNS:

Uso de Á / há / A / À; 
Usos indevidos de maiúsculas E minúsculas;  
Desvios de vírgula;
Separação de verbo E objeto; 
Pontuação (ausência, excesso E inadequações);

No trecho “Hoje nos deparamos com várias situações de violência por conta de religião. Pessoas que não respeitam a opinião do próximo. Muitas vezes acontecem por conta da falta de compreensão do outro”, gerou-se uma separação de ideias por ponto final que compromete a estrutura sintática do texto. 
Idealmente, esse participante teria que ter organizado suas ideias em períodos mais bem elaborados, em algo como: 

“Hoje, nos deparamos com várias situações de violência por conta de religião, como pessoas que não respeitam a opinião do próximo. Isso, muitas vezes, acontece por conta da falta de compreensão do outro”. 

Não é uma questão de estilo, mas o fato de haver uma oração incompleta, nesse caso “Pessoas que não respeitam a opinião do próximo”, sem autonomia. Deixa-se, dessa forma, a impressão de que há falta de outra oração (talvez, “Pessoas que não respeitam a opinião do próximo fazem isso porque não compreendem o outro”). 

Problemas de estruturação sintática;
Uso inadequado de pronomes pessoais;
Uso de pronome pessoal do caso reto no lugar do oblíquo como complemento de verbos transitivos diretos; 
Exemplo: 
A sociedade muda, mas o homem vê ela como imutável. 

A frase:
“Ela não se intimidou diante da situação dênuncia as vezes as pessoas tem medo de denúncia os agresares”
Possivelmente significa, se corretamente escrita:
“Ela não se intimidou diante da situação. Denunciou. Às vezes as pessoas têm medo de denunciar os agressores”.

 Essa justaposição dos trechos numa única frase comprometeu o entendimento e a leitura. 

Colocação pronominal;
O uso incorreto do “onde”;
O uso incorreto de “onde” sem função locativa, como no exemplo a seguir, deve ser penalizado na Competência IV. Exemplo: A intolerância religiosa é um problema grave, onde devemos combater. 
 Todavia, há casos em que o “onde” é usado com função locativa, mas o participante utiliza o advérbio “aonde” (ou vice-versa). Nessas situações, a penalização ocorre na Competência I, como no exemplo: A igreja é um lugar sagrado aonde as pessoas congregam e buscam a paz espiritual. 

IMPRECISÃO VOCABULAR:
Há situações em que a escolha dos termos compromete sensivelmente a clareza das ideias. Num caso em que o participante escreve “O Brasil é um país muito democrático. É inaceitável que para resolvermos um simples problema temos que preencher tantos papéis”. O contexto deixa claro que a palavra “democrático” foi usada imprecisamente no lugar de “burocrático”. 
Problemas de imprecisão vocabular também ocorrem quando uma palavra aparece no texto, e o sentido que se queria dar era o de outra palavra, devido à proximidade grafossonora entre elas. 

USO IMPRECISO DE VOCÁBULÁRIO:
“a cerca de” (indica aproximação: Minha família mora a cerca de 2 km daqui);
“acerca de” (locução prepositiva e equivale a “sobre”, “a respeito de”: Estávamos conversando acerca de Educação); e
“há cerca de” (indica tempo decorrido: Compraram aquela casa há cerca de três anos). 
“a fim” (faz parte da locução “a fim de” e significa “para, com o propósito, com o intuito” e indica finalidade: Fez tudo aquilo a fim de nos convencer de sua inocência) e 
“afim” (é um adjetivo e significa “igual, semelhante, parecido”: Suas ideias são afins). 
“descriminalizar” (ato de absolver uma pessoa de crime) e 
“discriminar” (atitude de distinguir, de separar ou segregar uma coisa da outra);
“perca” (forma verbal do verbo “perder”) e 
“perda” (substantivo que significa “se privar, desapossar, excluir” de alguém ou de algo que se tinha). 
“por ventura” (locução sinônima de “por sorte”, sendo usada para indicar uma situação favorável: Foi por ventura que conseguimos escapar daquela confusão.) e
“porventura” (advérbio sinônimo de “por acaso”, sendo usado para indicar uma situação hipotética: Se porventura vocês mudarem de ideia, por favor avisem o mais rápido possível.).
“retificar” (corrigir algo, emendar) e
 “ratificar” (validar algo acertado, confirmar, reafirmar); 
“se não” (união da conjunção se + advérbio não. Usado quando puder ser substituído por “caso não”: Se não der para você vir, não tem problema.) e
“senão” (Use quando puder substituir por “do contrário”, “porém”, “a não ser”, “mas sim”, “mas também”: Não lhe resta outra coisa senão pedir perdão). 
“sob” (embaixo de, em estado de, sujeito à influência ou ao comando de algo: Não consigo trabalhar sob pressão / Passamos sob a ponte esta tarde.) e
“sobre” (em cima de, acima de ou a respeito de: A aula de hoje é sobre a Competência 1 / Deixei meus óculos sobre a mesa da sala.). 
“à medida que” (locução conjuntiva com o sentido de proporcionalidade. Equivale à locução “à proporção que”: À medida que o tempo passa, ele fica mais exigente.);
“na medida em que” (corresponde a “tendo em vista que”, “já que”, “uma vez que”: Na medida em que não chegou a um acordo, foi despedido.);
“a medida em que” (não existe).
“ao encontro de” (expressão usada para indicar concordância: Essa lei vem ao encontro dos interesses da população. (Essa lei vem a favor, em direção aos interesses da população) ) e 
“de encontro a” (tem significado de “contra, em oposição a”: Esta questão está indo de encontro aos interesses da empresa. (Esta questão está indo contra os interesses da empresa).). 

É NECESSÁRIO; É PRECISO:
Será cobrada a concordância de “ser necessário” e “ser preciso” quando o elemento que vier na sequência for introduzido por um determinante (artigo, pronome indefinido, pronome demonstrativo). Assim, em “é necessário campanhas” não há desvio; entretanto, em “é necessário uma campanha”, há um desvio, pois o correto seria “é necessária uma campanha”. Todavia, caso não haja determinante algum e a concordância se verificar, não será considerado desvio. 

RESUME ESSES APONTAMENTOS:
“É necessário campanhas” (CERTO)
“São necessárias algumas campanhas” (CERTO)
“É necessária uma campanha” (CERTO)
“É necessário uma campanha” (ERRADO)
“É necessário que haja uma campanha” (CERTO)
“É necessária que haja campanha” (ERRADO)
“É necessário fazer campanhas” (CERTO) 
“São necessárias fazer campanhas” (ERRADO)

SUCESSO!!!

quinta-feira, 25 de março de 2021

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