quinta-feira, 21 de março de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
E MAIS DO ENEM...
Enem 2012: hino do
Palmeiras garante 500 pontos à redação
Estudante usa dois parágrafos do
texto para escrever canção do time
Publicado: 19/03/13 - 19h23
Atualizado: 19/03/13 - 21h08
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Em redação que recebeu nota 500, candidato escreve o hino do Palmeiras em dois dos quatro parágrafos Reprodução |
RIO - Vale tudo na redação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), até
declarar o amor pelo time de futebol. Foi o que fez um candidato na última
edição da prova ao escrever o hino do Palmeiras em seu texto. Apesar de dedicar
dois dos quatro parágrafos à canção, o estudante tirou 500 pontos num total de
1000. O aluno até aborda o tema “Movimentos imigratórios para o Brasil no
século XXI”, mas nos parágrafos de desenvolvimento se dedica à paixão por seu
clube.
O autor do texto é o paulista Fernando
Maioto, que já havia sido aprovado em Medicina na Faculdade Faceres, em São
José do Rio Preto. Ele conta que sua intenção foi a de testar a banca de
correção do Enem.
— Sempre escutei histórias de pessoas
que fizeram a redação e colocaram receitas de bolo. Como eu sabia que este ano
a redação poderia ser visualizada, resolvi escrever o hino do meu time. Mas o
grande intuito mesmo era mostrar que os corretores não leem completamente a
redação — diz Fernando, que acredita que merecia zero na redação.
No segundo parágrafo, após a frase
introdutória “As capitais, praia e as maiores cidades são os alvos mais
frequentes dos imigrantes”, ele começa a escrever parte do hino: “porque quando
surge o alviverde imponente no gramado onde a luta o aguarda, sabe bem o que
vem pela frente e que a dureza do prélio não tarde. E o palmeiras no ardor da
partida, transformando a lealdade em padrão. Sabe sempre levar de vencida e
mostrar que de fato é campeão”. Depois do trecho do hino, ele retoma o tema da
imigração, ainda no mesmo parágrafo, com a frase “Por este o principal motivo
de invasão de imigrantes”.
No parágrafo seguinte, o estudante
acrescenta a conjunção adversativa “entretanto”, antes de voltar ao hino com o
trecho “defesa que ninguém passa, linha e atacante de raça torcida que canta e
vibra por nosso alviverde inteiro. Porque quem sabe ser brasileiro, hostenta
(sic) a sua fibra”. Como o hino chega ao fim, ele fecha o parágrafo com
“Fazendo com que muitos imigrantes se tornem escravados (sic) do século XXI”.
Em nota, o Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) esclarece que os avaliadores
identificaram a impertinência do texto inserido, o que trouxe para a redação
palavras e expressões sem sentido e em estilo inadequado ao tipo textual
exigido na prova. Segundo o Inep, a redação obteve nota 500, tendo nota baixa
especialmente nas competências I e II. De acordo com a nota “desconsiderada a
inserção inadequada, o texto tratou do tema sugerido e apresentou ideias e argumentos
compatíveis. O texto indica compreensão da proposta da redação, não fugiu ao
tema por completo e não feriu os direitos humanos”.
Já para o professor de Letras e
vice-reitor da Universidade Estácio de Sá, Deonísio da Silva, mesmo que
candidato tenha comentado parcialmente o tema, sua prova deveria ser
desconsiderada e sua nota, zerada.
— Ele usou o hino do Palmeiras no meio
da frase para disfarçar. Eu penso que é deboche, mas, mesmo se não for, ainda
sim ele quebrou com a lógica argumentativa. Eu daria zero — opinou o
vice-reitor.
Já Lucília Garcez, doutora em
linguística aplicada defende a nota 500, dizendo que a orientação aos
corretores é aproveitar o que for possível no texto.
— Se você observar bem a redação,
excluindo a brincadeira de colocar o hino do Palmeiras, o participante escreve
bem, não comete muitos erros de língua portuguesa, articula bem as ideias. E
não fugiu totalmente do tema, chegou a desenvolvê-lo bem. Talvez, se ele não tivesse
feito essa brincadeira, poderia até tirar nota máxima. Ele foi apenado por
inserir um trecho fora do tema — diz Lucília.
Ex-corretor da banca, o professor
Wander Lourenço afirma que exemplos como esse texto devem ser desconsiderados
pelo avaliador.
— Esses casos mostram uma grande crise
de ética. Eles têm o propósito de enganar a banca — argumenta.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/enem-2012-hino-do-palmeiras-garante-500-pontos-redacao-7887684#ixzz2O2ofNoBI
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terça-feira, 19 de março de 2013
SÓ SÃO JOSÉ... II
19/03/2013 11h00 - Atualizado em 19/03/2013 12h01
'Queria testar a correção
do Enem', diz jovem que pôs receita na redação
Candidato
ganhou nota 560 após escrever um parágrafo sobre o Miojo.
MEC diz que ele foi penalizado
por fugir ao tema, mas não anula o texto.
Paulo Guilherme
Do G1, em São Paulo
Um candidato inseriu uma
receita de macarrão instantâneo no meio da redação do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) e obteve 560 pontos na prova (a nota máxima é 1.000 pontos). O
estudante postou a prova no seu perfil do Facebook junto com as justificativas
dos corretores do exame com o comentário “Bela avaliação”. O caso foi destacado
na edição desta terça-feira (19) do jornal "O Globo".
Em entrevista ao G1, o estudante mineiro Carlos Guilherme Ferreira,
de 19 anos, disse que escreveu um parágrafo com a receita “para testar o novo
sistema de avaliação do Enem”.
A redação foi considerada
"adequada" pelos corretores do Enem. Segundo o MEC, o texto não
apresentou discrepância de nota acima de 200 pontos entre os dois corretores e
não precisou ir para um terceiro corretor.
"Acho que vendo essa redação, esse ano a correção vai ser ainda mais
rigorosa e isso é bom né"
Carlos
Guilherme Ferreira, autor da redação
A redação tem os dois primeiros
parágrafos dissertando sobre o tema "Movimento imigratório para o
Brasil no século 21".. Em seguida, o texto diz: "Para não ficar muito
cansativo vou agora ensinar a fazer um belo miojo, ferva trezentos mls de água
em uma panela, quando estiver fervendo coloque o miojo, espere cozinhar por
três minutos, retire o miojo do fogão, misture bem e sirva." O texto
termina com mais um parágrafo sobre o tema da imigração.
"Escrevi a receita para
testar o novo método de avaliação dos corretores, já que falaram que em 2012
seria diferente, a prova passaria por três corretores diferentes", afirma
Ferreira. Ele explica que se inscreveu no Enem quando estava sem estudar, mas
no meio do ano entrou no curso de engenharia civil do Centro Universitário
Lavras (Unilavras), e resolveu fazer o exame do MEC sem muito compromisso.
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Redação com receita do macarrão instantâneo recebeu nota 560 no Enem (Foto: Reprodução/Facebook) |
O jovem espera que com a
repercussão de sua redação inusitada, os critérios para o próximo Enem sejam
mais rigorosos. "Acho que vendo essa redação, esse ano a correção vai ser
ainda mais rigorosa e isso é bom né?"
A redação do Enem deve
obedecer cinco competências previstas no edital. A realização da prova de
redação deveria cumprir as exigências de cinco competências determinadas no
edital do MEC:
1ª competência: Demonstrar domínio da norma
padrão da língua escrita.
2ª competência: Compreender a proposta de
redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o
tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
3ª competência: Selecionar, relacionar,
organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de
um ponto de vista.
4ª competência: Demonstrar conhecimento dos
mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação.
5ª competência: Elaborar proposta de
intervenção para o problema abordado, respeitando
Na correção, o estudante
recebeu 40 pontos de um total de 200 na competência V: “Elaborar proposta de
intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos”. Segundo
a correção da prova, o candidato atingiu 20% da Competência 5, atendendo aos
critérios definidos a seguir. O participante elabora proposta de intervenção
tangencial ao tema ou subentendida no desenvolvimento da argumentação.
“Não cabe dizer que o participante teve a intenção de anular sua
redação, uma vez que dissertou sobre o tema e não usou palavras ofensivas.”
Nota do
Ministério da Educação
Em nota, o Ministério da
Educação alegou que "o texto, em sua totalidade, não fugiu ao tema, e não
feriu os direitos humanos. Tampouco cabe dizer que o participante teve a
intenção de anular sua redação, uma vez que dissertou sobre o tema e não usou
palavras ofensivas".
Ainda segundo a nota, "o
participante dissertou sobre o tema sugerido, obtendo nota final (560 pontos).
No processo de avaliação das redações, a presença de uma receita no texto do
participante foi detectada pelos corretores e considerada inoportuna e
inadequada, provocando forte penalização especialmente nas competências III
(selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e
argumentos em defesa de um ponto de vista) e V (elaborar proposta de
intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos e
considerando a diversidade sociocultural)".
Ainda de acordo com o MEC, a
redação em questão possui 24 linhas, sendo vinte referentes ao tema, atendendo
às competências, e quatro referentes à receita, com o que sofreu severa
penalização.
Erros de português
Redações que obtiveram nota
máxima no Enem apresentaram graves erros de português, segundo reportagem
publicada nesta segunda-feira (18) no jornal "O Globo".
Palavras escritas com erros de grafia como "rasoável",
"enchergar" e "trousse" apareceram em alguns textos que
ganharam nota 1.000. Também foram percebidos erros de concordância em algumas redações.
O Ministério da
Educação explicou que o texto é analisado como um todo, e o
que importa mesmo é que candidato tenha um excelente domínio do português,
mesmo que ele cometa pequenos desvios gramaticais.
De acordo com o guia elaborado
pelo MEC para explicar a correção da prova de redação, a nota máxima na
primeira competência significa que apresentou nenhum ou "pouquíssimos
desvios gramaticais leves e de convenções da escrita". O erro de grafia em
palavras simples e o fato de que ele não ocorre em várias partes do texto,
segundo o ministério, "revela que as exigências da norma padrão foram
incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais".
Cálculo da nota
A nota final da redação
corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas por dois
corretores. Caso houvesse discrepância de 200 pontos ou mais na nota final
atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1.000), ou de 80 pontos ou
mais em pelo menos uma das competências, a redação passaria por um terceiro
corretor, em um mecanismo que o Inep chama de "recurso de oficio".
Se a discrepância persistisse,
uma banca certificadora composta por três avaliadores examinaria a prova. Os
candidatos poderiam solicitar vistas da correção, porém não puderam pedir a
revisão da nota.
Dados divulgados pelo MEC em
janeiro mostraram que 4.113.558 redações foram corrigidas no exame deste ano, e
826.798 entraram no sistema de terceira correção.
Ainda de acordo com o MEC, 1,82%
das redações foi entregue em branco e 1,76% teve nota zero, o que acontece caso
o estudante quebre uma das regras da prova (como escrever com caneta preta, com
um número mínimo de linhas ou copiar os textos usados como base). Das mais de
826 mil redações com discrepância, 100.087 redações, após a terceira correção,
foram encaminhadas ainda para uma banca examinadora, caso previsto para as
provas que mantêm uma discrepância mesmo após a terceira correção.
(Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/queria-testar-correcao-do-enem-diz-jovem-que-pos-receita-na-redacao.html)
segunda-feira, 18 de março de 2013
TEMAS DE REDAÇÕES DA FUVEST (USP) DE 1990 A 2006
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Treinar para passar! Só assim... |
Tema da
Dissertação
"–
Não é preciso zangar-se. Todos nós temos as nossas opiniões.
– Sem
dúvida. Mas é tolice querer uma pessoa ter opinião sobre assunto que
desconhece. (...) Que diabo! Eu nunca andei discutindo gramática. Mas as coisas
da minha fazenda julgo que devo saber. E era bom que não me viessem dar lições.
Vocês me fazem perder a paciência."
Você tem
opinião sobre as afirmações acima?
Se tem,
defenda sua opinião.
Se não, explique
por quê.
FUVEST 91
O
trabalhador brasileiro, em sua grande maioria, recebe salário mensal que tem
como ponto de referência a chamada "Cesta Básica". Leia o texto a
seguir e, baseado no que ele significa para você, escreva a sua redação, dissertativa.
COMIDA
(Arnaldo Antunes/ Marcelo Fromer/Sérgio Britto)
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
(Arnaldo Antunes/ Marcelo Fromer/Sérgio Britto)
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
Bebida é
água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
(Titãs,
1988)
FUVEST 92
PROPOSTA
Faça uma dissertação discutindo as opiniões expostas a seguir. É importante que você assuma uma posição a favor ou contra as idéias apresentadas. Justifique-a com argumentos convincentes.
Faça uma dissertação discutindo as opiniões expostas a seguir. É importante que você assuma uma posição a favor ou contra as idéias apresentadas. Justifique-a com argumentos convincentes.
Você
poderá também assumir uma posição diferente, alinhando argumentos que a
sustentem.
I.
Alega-se, com freqüência, que o vestibular, como forma de seleção dos
candidatos à escola superior, favorece os alunos de melhor situação econômica
que têm condições de cursar as melhores escolas e prejudica os menos
favorecidos que são obrigados a estudar em escolas de padrão inferior de
ensino.
II. Por
outro lado, há quem considere que o vestibular é apenas um processo de seleção
que procura avaliar o conhecimento dos candidatos num determinado momento,
escolhendo aqueles que se apresentam melhor preparados para ingressar na
Universidade. Culpá-lo por possíveis injustiças é o mesmo que culpar o
termômetro pela febre.
O trecho
a seguir do conto "A Igreja do Diabo", de Machado de Assis, descreve
a necessidade que o homem teria de regras que lhe digam o que fazer e como se
comportar. Uma vez conseguido isso, ele passaria a violar secretamente as
normas que tanto desejou.
Escreva uma dissertação que analise esta visão que o autor tem do comportamento humano. Você pode discordar ou concordar com ela, desde que seus argumentos sejam fundamentados.
O maior mérito estará numa argumentação coesa capaz de levar a uma conclusão coerente.
Escreva uma dissertação que analise esta visão que o autor tem do comportamento humano. Você pode discordar ou concordar com ela, desde que seus argumentos sejam fundamentados.
O maior mérito estará numa argumentação coesa capaz de levar a uma conclusão coerente.
Conta um
velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar
uma Igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se
humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem
regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos
remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. (...) Está claro que
(o Diabo) combateu o perdão das injúrias e outras máximas de brandura e
cordialidade. Não proibiu formalmente a calúnia, mas induziu a exercê-la
mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie. (...) A Igreja
fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a
conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo
alçou brados de triunfo.
Um dia,
porém, longos anos depois, notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às
escondidas, praticavam as antigas virtudes. (...) Certos glutões
recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano (...) muitos
avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores
do erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou
outra vez, com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para
fazer crer que estavam embaçando os outros. [Nota: embaçar:
lograr, enganar]
FUVEST 94
Relacione
os textos abaixo e redija uma dissertação, em prosa, discutindo as idéias neles
contidas e apresentando argumentos que comprovem e/ou refutem essas ideias.
"Antes
mundo era pequeno
Porque Terra era grande
Hoje o mundo é muito grande
Porque Terra é pequena
Do tamanho da antena parabolicamará”
(Gilberto Gil)
Porque Terra era grande
Hoje o mundo é muito grande
Porque Terra é pequena
Do tamanho da antena parabolicamará”
(Gilberto Gil)
"Como
democratizar a TV, o rádio, a imprensa, que são o oxigênio e a fumaça que a
nossa imaginação respira? Como seria uma TV sem manipulação? São perguntas difíceis,
mas a luta social efetiva, e, sobretudo um projeto de futuro, são impossíveis
sem entrar nesse terreno.”
(Roberto Schwarz)
(Roberto Schwarz)
"Tevê
colorida
fará azul-rósea
a cor da vida?"
(Carlos Drummond de Andrade)
fará azul-rósea
a cor da vida?"
(Carlos Drummond de Andrade)
FUVEST 95
Relacione
os textos e a imagem seguintes e escreva uma dissertação em prosa, discutindo
as idéias neles contidas e expondo argumentos que sustentem o ponto de vista
que você adotou.
Em muitas
pessoas já é um descaramento dizerem "Eu".
T.W.
Adorno
Não há
sempre sujeito, ou sujeitos. (...)
Digamos
que o sujeito é raro, tão raro quanto as verdades.
A. Badiou
Todos são
livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização
histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras
seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção
econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é
sempre a mesma coisa.
T.W.
Adorno
1. Leia
atentamente os textos dados, procurando identificar a questão neles tratada.
2. Escreva uma dissertação em prosa, relacionando os dois textos e expondo argumentos que sustentem seu próprio ponto de vista.
2. Escreva uma dissertação em prosa, relacionando os dois textos e expondo argumentos que sustentem seu próprio ponto de vista.
Texto 1
Entre os
Maoris, um povo polinésio, existe uma dança destinada a proteger as sementeiras
de batatas, que quando novas são muito vulneráveis aos ventos do leste: as
mulheres executam a dança, entre os batatais, simulando com os movimentos dos
corpos o vento, a chuva, o desenvolvimento e o florescimento do batatal, sendo
esta dança acompanhada de uma canção que é um apelo para que o batatal siga o
exemplo do bailado. As mulheres interpretam em fantasia a realização prática de
um desejo. É nisto que consiste a magia: uma técnica ilusória destinada a
suplementar a técnica real.
Mas essa
técnica ilusória não é vã. A dança não pode exercer qualquer feito direto sobre
as batatas, mas pode ter (como de fato tem) um efeito apreciável sobre as
mulheres. Inspiradas pela convicção de que a dança protege a colheita,
entregam-se ao trabalho com mais confiança e mais energia. E, deste modo, a
dança acaba, afinal, por ter um efeito sobre a colheita.
[George
Thomson]
Texto 2
A ciência
livra-nos do medo, combatendo com respostas objetivas esse veneno subjetivo.
Com um bom pára-raios, quem em casa teme as tempestades? Todo ritual mítico
está condenado a desaparecer; a função dos mitos se estreita a cada invenção, e
todo vazio em que o pensamento mágico imperava está sendo preenchido pelo
efeito de uma operação racional. Quanto à arte, continuará a fazer o que pode:
entreter o homem nas pausas de seu trabalho, desembaraçada agora de qualquer
outra missão, que não mais é preciso lhe atribuir.
[Hercule
Granville]
FUVEST 97
Redija
uma DISSERTAÇÃO em prosa, relacionando os três textos abaixo.
Texto 1
Na prova
de Redação dos vestibulares, talvez a verdadeira questão seja sempre a mesma:
"Conseguirei?". Cada candidato aplica-se às reflexões e às frases na
difícil tarefa de falar de um tema A proposto, com a preocupação em B –
"Conseguirei?" –, para convencer um leitor X.
Texto 2
Ao
escrever "Lutar com palavras / é a luta mais vã. / Entanto lutamos / mal
rompe a manhã", Carlos Drummond de Andrade já era um poeta maior da nossa
língua.
Texto 3
É difícil defender,
só com palavras, a vida
É difícil defender,
só com palavras, a vida
[João
Cabral de Melo Neto]
A partir
da leitura dos textos abaixo, redija uma DISSERTAÇÃO em prosa, discutindo as
idéias neles contidas.
(...) o
inferno são os Outros.
(Jean-Paul
Sartre)
(...)
padecer a convicção de que, na estreiteza das relações da vida, a alma alheia
comprime-nos, penetra-nos, suprime a nossa, e existe dentro de nós, como uma
consciência imposta, um demônio usurpador que se assenhoreia do governo dos
nossos nervos, da direção do nosso querer; que é esse estranho espírito, esse
espírito invasor que faz às vezes de nosso espírito, e que de fora, a nossa
alma, mísera exilada, contempla inerte a tirania violenta dessa alma, outrem,
que manda nos seus domínios, que rege as intenções, as resoluções e os atos
muito diferentemente do que fizera ela própria (...)
(Raul
Pompéia)
– ``Os
outros têm uma espécie de cachorro farejador, dentro de cada um, eles mesmos
não sabem. Isso feito um cachorro, que eles têm dentro deles, é que fareja,
todo o tempo, se a gente por dentro da gente está mole, está sujo ou está ruim,
ou errado... As pessoas, mesmas, não sabem. Mas, então, elas ficam assim com
uma precisão de judiar com a gente...''
(João
Guimarães Rosa)
(...)
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
(Carlos Drummond de Andrade)
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
(Carlos Drummond de Andrade)
O
filósofo e psicólogo William James chamou a atenção para o grau em que nossa
identidade é formada por outras pessoas: são os outros que nos permitem
desenvolver um sentimento de identidade, e as pessoas com as quais nos sentimos
mais à vontade são aquelas que nos ``devolvem'' uma imagem adequada de nós
mesmos (...)
(Alain de
Botton)
D I S S E
R T A Ç Ã O
Como você
avalia a jovem geração brasileira que constitui a maioria dos que chegam agora
ao vestibular? Situada, em sua maior parte, na faixa etária que vai dos
dezesseis aos vinte e um anos, que características essa geração apresenta? Que
opinião você tem sobre tais características?
Para
tratar desse tema, você poderá, por exemplo, identificar as principais virtudes
ou os defeitos que eventualmente essa jovem geração apresente; indicar quais
são os valores que, de fato, ela julga mais importantes e opinar sobre eles.
Você poderá, também, considerá-la quanto à formação intelectual, identificando,
aí, os pontos fortes e as possíveis deficiências. Poderá, ainda, observar qual
é o grau de respeito pelo outro, de consciência social, de companheirismo, de
solidariedade efetiva, de conformismo ou de inconformismo que essa geração
manifesta.
Refletindo
sobre aspectos como os acima sugeridos, escolhendo entre eles os que você
julgue mais pertinentes ou, caso ache necessário, levantando outros aspectos
que você considere mais relevantes para tratar do tema proposto, redija uma
DISSERTAÇÃO EM PROSA, apresentando argumentos que dêem consistência e
objetividade ao seu ponto de vista.
FUVEST 2000
D I S S E
R T A Ç Ã O
Recentemente,
o Deputado Federal Aldo Rebelo (PC do B – SP), visando proteger a identidade
cultural da língua portuguesa, apresentou um projeto de lei que prevê sanções
contra o emprego abusivo de estrangeirismos. Mais que isso, declarou o Deputado,
interessa-lhe incentivar a criação de um "Movimento Nacional de Defesa da
Língua Portuguesa".
Leia alguns dos argumentos que ele apresenta para justificar o projeto, bem como os textos subseqüentes, relacionados ao mesmo tema.
"A História nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre outro se dá pela imposição da língua. (...)" “... estamos a assistir a uma verdadeira descaracterização da Língua Portuguesa, tal a invasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos – como ‘holding’, ‘recall’, ‘franchise’, ‘coffee-break’, ‘self-service’ – (...). E isso vem ocorrendo com voracidade e rapidez tão espantosas que não é exagero supor que estamos na iminência de comprometer, quem sabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso homem simples do campo, não afeito às palavras e expressões importadas, em geral do inglês norte-americano, que dominam o nosso cotidiano (...)”.
"Como
explicar esse fenômeno indesejável, ameaçador de um dos elementos mais vitais
do nosso patrimônio cultural – a língua materna –, que vem ocorrendo com
intensidade crescente ao longo dos últimos 10 a 20 anos? (...)”.
"Parece-me
que é chegado o momento de romper com tamanha complacência cultural, e, assim,
conscientizar a nação de que é preciso agir em prol da língua pátria, mas sem
xenofobismo ou intolerância de nenhuma espécie. (...)”.
(Dep.
Fed. Aldo Rebelo, 1999)
"Na realidade, o problema do empréstimo lingüístico não se resolve com atitudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias." (Celso Cunha, 1968)
“Um país como a Alemanha, menos vulnerável à influência da colonização da língua inglesa, discute hoje uma reforma ortográfica para ‘germanizar’ expressões estrangeiras, o que já é regra na França. O risco de se cair no nacionalismo tosco e na xenofobia é evidente. Não é preciso, porém, agir como Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, que queria transformar o tupi em língua oficial do Brasil para recuperar o instinto de nacionalidade.
No Brasil
de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar, entre outros
exemplos, a palavra ‘entrega’ em vez de ‘delivery’."
(Folha de
S. Paulo, 20/10/98)
Levando em conta as idéias presentes nos três textos, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, expondo o que você pensa sobre essa iniciativa do Deputado e as questões que ela envolve.
Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto de vista que você adotou.
TEXTO 1
Um dia
sim, outro também. Duas bombas, suásticas nazistas e muitas mensagens pregando
a tolerância zero a negros, judeus, homossexuais e nordestinos marcaram a
Semana da Pátria em São Paulo. O primeiro petardo foi direcionado na
segunda-feira 4, para o coordenador da Anistia Internacional. Tratava-se de uma
bomba caseira, postada numa agência dos Correios de Pinheiros com endereço
certo: a casa do coordenador. Uma hora e meia depois, foi a vez de o secretário
de Segurança e de os presidentes das comissões Municipal e Estadual de Direitos
Humanos receberem cartas ameaçadoras. Assinando "Nós os skinheads"
(cabeça raspada), os autores abusaram da linguagem chula, do ódio e da
intolerância. "Vamos destruir todos os viados, pretos e nordestinos",
prometeram. Eles asseguravam também já terem escolhido os representantes
daqueles que não se enquadram no que chamam de "raça pura" para
receberem "alguns presentinhos".
Como prometeram, era só o começo. No dia seguinte, terça-feira 5, o mesmo grupo mandou outra bomba, dessa vez para a associação da Parada do Orgulho Gay.
Como prometeram, era só o começo. No dia seguinte, terça-feira 5, o mesmo grupo mandou outra bomba, dessa vez para a associação da Parada do Orgulho Gay.
(Isto é,
08/09/2000)
TEXTO 2
Desde
então [os anos 80], o poder racista alastrou-se por todo o mundo numa torrente
de excessos sanguinolentos. Também na Alemanha, imigrantes e refugiados foram
mortos friamente por maltas de radicais de direita em atentados incendiários.
Até hoje, a esfera pública minimiza tais crimes como obra de uns poucos jovens
desclassificados. Na verdade, porém, o poder racista à solta nas ruas é o
prenúncio de uma reviravolta nas condições atmosféricas mundiais.
(Robert
Kurz)
TEXTO 3
Um dos
eventos realizados no final de abril deste ano no Chile foi uma conferência
internacional secreta de militantes extremistas de direita e organizações
neonazistas planejada e divulgada pela Internet. Foram convidados a participar
do "Primeiro Encontro Ideológico Internacional de Nacionalismo e
Socialismo" representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Venezuela e
Estados Unidos.
(Isto é, 08/09/2000)
(Isto é, 08/09/2000)
Demais textos:
(...) Nos
últimos anos, grupos neonazistas têm se multiplicado. Tanto nos Estados Unidos
e na Europa quanto aqui parece existir uma relação entre o desemprego
estrutural do sistema capitalista e a ascensão desses grupos de inspiração
neonazista.
(Página
da Internet)
Toda
proclamação contra o fascismo que se abstenha de tocar nas relações sociais de
que ele resulta como uma necessidade natural, é desprovida de sinceridade.
(Bertolt
Brecht)
Considerar
alguém como culpado, porque pertence a uma coletividade à qual ele não
"escolheu" pertencer, não é característica própria só do racismo.
Todo nacionalismo mais intenso, e até mesmo qualquer bairrismo, consideram
sempre os outros (certos outros) como culpados por serem o que são, por
pertencerem a uma coletividade à qual não escolheram pertencer. (...)
(Cornelius
Castoriadis)
"A
violência é a base da educação de cada um."
(Resposta
de um cidadão anônimo entrevistado pela TV sobre as razões da violência)
Estes
textos (adaptados das fontes citadas) apresentam notícias sobre o crescimento
do neonazismo e do neofascismo e, também, alguns pontos de vista sobre o
sentido desse fenômeno. Com base nesses textos e em outras informações e
reflexões que julgue adequadas, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA,
procurando argumentar de modo claro e consistente.
FUVEST 2002
Considerando
aspectos abaixo sugeridos ou, ainda, escolhendo outros que você julgue mais
importantes para tratar do tema, redija, com sinceridade e plena liberdade de
opinião, uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, em linguagem adequada à situação, procurando
argumentar com pertinência e coerência.
Como você
avalia os responsáveis por sua formação, ou seja, seus pais e familiares,
professores, orientadores religiosos, líderes políticos, intelectuais,
autoridades etc.?
Visando ao desenvolvimento do tema, você poderá, se quiser, refletir sobre as seguintes questões:
Quais foram os principais responsáveis por
sua formação?
Quais são as características mais marcantes
que apresentam?
Você julga que eles assumiram, de fato, sua
função de formadores?
Em que aspectos a formação que lhe
proporcionaram foi satisfatória ou insatisfatória?
Você
poderá, ainda, identificar os valores que são realmente importantes para eles,
opinando sobre esses valores. Poderá, também, considerar se eles são, em si
mesmos, pessoas íntegras e felizes e se, assim, constituem bons modelos de
vida.
Leia
atentamente os três textos abaixo
TEXTO 1
Está no
dicionário Houaiss:
autoestima
s.f. qualidade de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e
demonstra, conseqüentemente, confiança em seus atos e julgamentos.
A definição do dicionário parece limitar-se ao âmbito do indivíduo, mas a palavra autoestima já há algum tempo é associada a uma necessidade coletiva. Por exemplo: nós, brasileiros, precisamos fortalecer nossa autoestima. Neste caso, a satisfação com nosso modo de ser, como povo, nos levaria à confiança em nossos atos e julgamentos. Mas talvez seja o caso de perguntar: não são os nossos atos e julgamentos que acabam por fortalecer ou enfraquecer nossa autoestima, como indivíduos ou como povo?
TEXTO 2
Estão num
poema de Drummond, da década de vinte, os versos:
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria. (...)
Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.
TEXTO 3
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria. (...)
Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.
TEXTO 3
Está num
artigo do jornalista Zuenir Ventura, de dois anos atrás:
De um
país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da
população ganha R$ 4 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo
infeliz, cético e pessimista, não?
Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu país um lugar bom e ótimo para viver, como estão otimistas em relação a seu futuro e acreditam que ele se transformará numa superpotência econômica em cinco anos. Pelo menos essa é a conclusão de um levantamento sobre a "utopia brasileira" realizado pelo Datafolha.
Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu país um lugar bom e ótimo para viver, como estão otimistas em relação a seu futuro e acreditam que ele se transformará numa superpotência econômica em cinco anos. Pelo menos essa é a conclusão de um levantamento sobre a "utopia brasileira" realizado pelo Datafolha.
Com o
apoio dos três textos apresentados, escreva uma dissertação em prosa, na qual
você deverá discutir manifestações concretas de afirmação ou de negação da autoestima
entre os brasileiros.
Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto de vista que você adotou.
FUVEST 2004
Redija
uma dissertação em prosa, na qual você apontará, sucintamente, as diferentes
concepções do tempo, presentes nos três textos abaixo, e argumentará em favor
da concepção do tempo com a qual você mais se identifica.
TEXTO 1
Mais do
que nunca a história é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja
o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos. (...) Os negócios
da humanidade são hoje
conduzidos especialmente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a história é quase irrelevante; por isso, ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente.
conduzidos especialmente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a história é quase irrelevante; por isso, ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente.
(Eric
Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no século XX).
TEXTO 2
O que
existe é o dia-a-dia. Ninguém vai me dizer que o que aconteceu no passado tem alguma
coisa a ver com o presente, muito menos com o futuro. Tudo é hoje, tudo é já. Quem
não se liga na velocidade moderna, quem não acompanha as mudanças, as descobertas,
as conquistas de cada dia, fica parado no tempo, não entende nada do que está
acontecendo.
(Herberto
Linhares, depoimento).
TEXTO 3
Não se
afobe, não,
Que nada é pra já,
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário,
Na posta-restante,
Milênios, milênios
No ar...
E quem sabe, então,
O Rio será
Alguma cidade submersa.
Os escafandristas virão
Explorar sua casa,
Seu quarto, suas coisas,
Sua alma, desvãos...
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras,
Fragmentos de cartas, poemas,
Mentiras, retratos,
Vestígios de estranha civilização.
Não se afobe, não,
Que nada é pra já,
Amores serão sempre amáveis.
Futuros amantes quiçá
Se amarão, sem saber,
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.
(Chico Buarque, "Futuros amantes").
Que nada é pra já,
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário,
Na posta-restante,
Milênios, milênios
No ar...
E quem sabe, então,
O Rio será
Alguma cidade submersa.
Os escafandristas virão
Explorar sua casa,
Seu quarto, suas coisas,
Sua alma, desvãos...
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras,
Fragmentos de cartas, poemas,
Mentiras, retratos,
Vestígios de estranha civilização.
Não se afobe, não,
Que nada é pra já,
Amores serão sempre amáveis.
Futuros amantes quiçá
Se amarão, sem saber,
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.
(Chico Buarque, "Futuros amantes").
Considere
os textos abaixo:
"Catraca invisível" ocupa lugar de
estátua
Sem que ninguém saiba como - e muito menos o por
quê – uma catraca enferrujada foi colocada em cima de um pedestal no largo do
Arouche (centro de São Paulo). É o "monumento à catraca
invisível", informa uma placa preta com moldura e letras douradas, colocada abaixo do objeto, onde
ainda se lê: "Programa para a descatracalização da vida, Julho de 2004".
invisível", informa uma placa preta com moldura e letras douradas, colocada abaixo do objeto, onde
ainda se lê: "Programa para a descatracalização da vida, Julho de 2004".
(Adaptado de Folha de S. Paulo, 04 de setembro de
2004)
[Catraca = borboleta: dispositivo geralmente
formado por três ou quatro barras ou alças giratórias, que impede a passagem de
mais de uma pessoa de cada vez, instalado na entrada e/ou saída de ônibus,
estações, estádios etc. para ordenar e controlar o movimento de pessoas,
contá-las etc.]
Grupo assume autoria da "catraca
invisível"
Um grupo artístico chamado "Contra Filé"
assumiu a responsabilidade pela colocação de uma catraca enferrujada no largo
do Arouche (região central). A intervenção elevou a catraca ao status de
monumento "à descatracalização da vida" e fez parte de um programa
apresentado no SESC da Avenida Paulista, paralelamente ao Fórum das Cidades.
No site do SESC, o grupo afirma que a catraca
representa um objeto de controle "biopolítico" do capital e do
governo sobre os cidadãos.
Instrução. Como você pôde
verificar, observando o noticiário da imprensa e o texto da internet aqui
reproduzidos, a catraca que “apareceu” em praça de São Paulo era, na verdade,
um “Monumento à Catraca Invisível”, ali instalado pelo grupo artístico Contra
Filé, como parte para o seu “Programa para a Descatracalização da Vida”. Tudo
indica, portanto, que o grupo responsável por este programa acredita que há um
excesso de controles, dos mais variados tipos, que se exercem sobre os corpos e
as mentes das pessoas, submetendo-as a constantes limitações e
constrangimentos. Tendo em vista as motivações do grupo, você julga que o
programa por ele desenvolvido se justifica? Considerando esta questão, além de
outras que você ache pertinentes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando
de modo a apresentar seu ponto de vista sobre o assunto.
FUVEST
2006
Os três textos abaixo
apresentam diferentes visões de trabalho. O primeiro procura conceituar essa
atividade e prever seu futuro. O segundo trata de suas condições no mundo
contemporâneo e o último, ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo,
refere-se ao trabalho de artista. Relacione esses três textos e com base nas ideias
neles contidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO EM
PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outros pontos que
você tenha considerado pertinentes.
TEXTO 1
O trabalho não é uma essência atemporal do homem. Ele é uma invenção histórica e, como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer.
(Adaptado de A. Simões)
TEXTO 2
Há algumas décadas, pensava-se que o progresso técnico e o aumento da capacidade de produção permitiriam que o trabalho ficasse razoavelmente fora de moda e a humanidade tivesse mais tempo para si mesma. Na verdade, o que se passa hoje é que uma parte da humanidade está se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra parte está morrendo por falta de emprego.
(M.A. Marques)
TEXTO 3
O trabalho de arte é um processo. Resulta de uma vida. Em 1501, Michelangelo retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalho artístico em um grande bloco de mármore abandonado. Quatro anos mais tarde fica pronta a escultura "David".
(Adaptado de site da
Internet)
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