terça-feira, 30 de abril de 2013

INICIAÇÃO CIENTÍFICA



A Importância da Iniciação Cientifica
INICIAÇÃO CIENTÍFICA E A FORMAÇÃO DO PESQUISADOR BRASILEIRO (*)

Sérgio Missiaggia – Coordenador do PIBIC no CNPq
   
         Apesar de bastante jovem a pesquisa brasileira evoluiu bastante nos últimos 40 anos, quando passou a ocupar destaque na agenda do governo. Antes dos anos 60, as atividades de pesquisa foram resultado de ações individualizadas, ou de associações de pesquisadores. É dessa época a criação da Academia Brasileira de Ciências (1916), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1949) e outras sociedades científicas. As ações governamentais surgiram mais recentemente, com a criação do CNPq e CAPES, ambas em 1951, e FAPESP, em 1962. 
          Quanto às nossas universidades, também são bastante jovens, em contraste com as dos países desenvolvidos, onde elas são instituições centenárias. Embora as primeiras universidades brasileiras datem de 1912 (UFPR), e 1922 (UFRJ), elas constituíam, nessa época, um aglomerado de escolas isoladas previamente existentes. A primeira instituída com as características próprias de uma universidade, a USP, só veio a ser criada em 1934. 
           Com o fortalecimento, institucionalização e sistematização das atividades de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico nas universidades e nos centros de pesquisa, pode-se afirmar que, nos últimos 40 anos, o programa brasileiro para a formação, treinamento e capacitação de recursos humanos para ciência e tecnologia foi um sucesso. O Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq registra que o país conta hoje com aproximadamente 12 mil grupos de pesquisa, com cerca de 50 mil pesquisadores, dos quais, 31 mil são doutores. Formamos hoje 5 mil doutores por ano. Em 1990 formávamos 1 mil. Os grupos de pesquisa estabelecidos são produtos do processo de formação de pesquisadores, e também, os centros onde se desenvolve a maioria dos programas de pós-graduação. 
           A partir da instituição da pós-graduação brasileira, houve também progressivo crescimento do número de publicações científicas, conforme amplamente divulgado nos meios de comunicação, e resultados expressivos podem ser citados, tanto na pesquisa básica como no desenvolvimento tecnológico. Na pesquisa básica, a biologia dos vetores e dos agentes causais de doenças parasitárias, biotecnologia (fixação de nitrogênio, particularmente na soja, o que a tornou competitiva no mercado internacional), química de produtos naturais, e o mais recente, o projeto Genoma, sucesso reconhecido na comunidade científica mundial. No desenvolvimento tecnológico, podemos citar as tecnologias para exploração de petróleo em águas profundas, a microeletrônica e sistemas de telecomunicações, a automação bancária, o desenvolvimento e produção de aeronaves de médio porte, hoje em destaque no cenário internacional pela disputa da EMBRAER com a empresa canadense Bombardier, monitoramento climático e ambiental via satélite, entre outros. 
           O sucesso da pós-graduação no Brasil pode ser creditado, em grande parte, à condição de processo formativo que caracteriza a educação pela ciência. Essa condição contrasta com um processo educacional informativo que ainda prevalece na maioria das instituições do País. Esse processo formativo se dá substancialmente através da iniciação científica, que propicia ao jovem estudante, a oportunidade para um confronto com uma realidade acadêmica fundamentalmente distinta daquela encontrada na sala de aula. Esse primeiro confronto oferece ao jovem universitário a ocasião para, abstraindo-se do processo puramente informativo, praticar o pleno exercício do raciocínio pela via do método científico. Propicia ainda oportunidades únicas para o exercício da criatividade científica, satisfação da curiosidade intelectual, aperfeiçoamento do espírito crítico, aprendizado e consolidação de outros conhecimentos necessários à complementação da sua formação. Finalmente, a iniciação científica é o instrumento mais eficaz para assegurar ao estudante o processo do amadurecimento e da diferenciação individual, garantindo segurança no domínio dos limites do seu conhecimento. Tal conjunto de características impõe no jovem egresso desse processo uma postura amadurecida diante do novo quadro de opções profissionais, quer para ser pesquisador, quer para exercer a profissão escolhida. A comprovação do treinamento na iniciação científica passou a ser requerido, nos últimos anos, como requisito adicional para a seleção de candidatos para os cursos de pós-graduação, bem como para o mercado de trabalho. Para a pós-graduação, a iniciação científica exerce impacto decisivo, pois permite a seleção de candidatos mais amadurecidos, muitos deles dispensando a etapa do mestrado, e na significativa redução da idade dos titulados, especialmente de doutores. 
           O CNPq vem investindo na formação de jovens pesquisadores através da concessão da bolsa de iniciação científica desde a criação da agencia, em 1951. Nessa época, o número de bolsas era bastante reduzido e atingiam pouquíssimas áreas. Ficaram estáveis por mais de duas décadas, e, no final da década de 80, tomaram impulso dentro do CNPq. Porém, a iniciação científica só se tornou significativa na década de 90, quando foram concedidas cerca de 165 mil bolsas, 373% a mais do que o total de bolsas dessa modalidade concedidas até então. Desta forma, os anos noventa podem ser caracterizados como a década da iniciação científica. Papel importante teve o PIBIC nesse processo, pois nos últimos dez anos, um grande investimento do CNPq foi feito nesse programa. Em 1987, o número de bolsas de iniciação científica era de aproximadamente 4 mil, concedidas diretamente aos pesquisadores através do sistema conhecido como “balcão”. Com a criação do PIBIC, em 1990, o número de bolsas aumentou de forma expressiva, chegando hoje a um total de 19 mil, aqui contempladas as bolsas do PIBIC e “balcão”, concedidas a 121 instituições de ensino superior e institutos de pesquisa. 

          (...)
           Quando se analisa a questão da formação do pesquisador brasileiro, dois aspectos devem ser observados. O primeiro diz respeito ao tempo médio para entrada na pós-graduação, que está hoje, em média, em torno de 4,5 anos após término da graduação. O segundo, é quanto à idade. Para entrada no mestrado, está em torno de 30 anos, e, para o doutorado, em torno de 35 anos, significando que estamos formando nossos doutores com aproximadamente 40 anos, bastante alta quando comparada com a idade média de formação dos doutores/pesquisadores dos países desenvolvidos, em torno de 30 anos. A iniciação científica tem contribuído decisivamente para reverter esse quadro. Em recente processo de avaliação das bolsas de iniciação científica, verificou-se que os alunos de graduação que fizeram iniciação científica demoraram, em média, 2 anos para entrarem na pós-graduação após o término da graduação, situação bastante diferente daqueles que não tiveram esse benefício, que demoraram mais de 7 anos para entrarem na pós-graduação. 
           A importância da iniciação científica na formação do pesquisador brasileiro é inquestionável, mas, quando o CNPq iniciou as primeiras experiências da concessão de quotas de bolsas às instituições, muitas dúvidas foram levantadas. Porém, depois de dez anos, ficou caracterizado que o compromisso assumido pelas instituições foi honrado. Houve um fortalecimento da pesquisa, principalmente nas instituições das regiões norte, nordeste e centro-oeste. Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação dessas regiões destacaram alguns benefícios do programa: a) deu maior estímulo aos pesquisadores já produtivos e criou ambiente mais propício à formação científica, demonstrando que é possível realizar com seriedade a pesquisa na graduação; b) instaurou e disciplinou critérios de apresentação, formulação e avaliação de projetos de pesquisa com a introdução da avaliação externa; c) dinamizou o entrosamento da graduação com a pós-graduação e contribuiu para o encaminhamento de alunos mais qualificados para a pós-graduação, além de ter diminuído o tempo de formação na pós-graduação e d) aproximou o avaliador do avaliado, dando mais sentido ao trabalho do bolsista que passou a ser avaliado individualmente nos seminários de iniciação científica. 
          (...)
           Para os próximos anos, o Programa deve interagir com os programas setoriais do CNPq, de tal forma que, através de uma ação ordenada, possamos cada vez mais induzir nossas ações com uma visão das metas a serem alcançadas, fixando diretrizes e apoiando projetos que venham a beneficiar aquilo que é essencial, e não apenas interessante ou de importância restrita, de modo a impedir a pulverização dos financiamentos. Aspecto importante nesse processo será a oportunidade gerada pelos fundos setoriais. O eixo dessa nova política de fomento é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que agregará, ao longo dos anos, uma série de fundos específicos. Como já amplamente divulgado, o primeiro desses fundos em funcionamento, o CTPETRO já acumulou R$ 155 milhões. Importante ressaltar que 30% dos recursos desses fundos setoriais serão destinados às regiões norte, nordeste e centro-oeste. Outro aspecto importante é que 20% desses recursos serão destinados à formação de recursos humanos, aqui incluída a bolsa de iniciação científica. Cabe a todos nós, CNPq e instituições envolvidas no PIBIC a responsabilidade de saber aproveitar essa grande oportunidade, a maior dos últimos anos. 
           (*) A maioria do texto é baseado em informações, avaliações e dados já divulgados em outras oportunidades. 

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domingo, 28 de abril de 2013

LIÇÕES DE BILL GATES



"Bill Gates foi convidado por uma escola secundária para uma palestra. Chegou de helicóptero, tirou o papel do bolso onde havia escrito onze itens. Leu tudo em menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero. O que estava escrito é muito interessante, leiam:

1. A vida não é fácil — acostume-se com isso.

2. O mundo não está preocupado com a sua autoestima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

3. Você não ganhará R$20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

5. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido… RUA!!! Faça certo da primeira vez!

9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

10. Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11. Seja legal com os CDF’s (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles."

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A FORMA EM OS LUSÍADAS


FORMA

CANTO I

PRIMEIRA ESTROFE

 

 EXEMPLO DE VERSO HERÓICO:

                 
 As/ ar/mas/ e os/ Ba/RÕES/ a/ssi/na/LA/dos           A       
Que/ da O/ci/den/tal/ PRA/ia/ Lu/si/TA/na               B
Por/ ma/res/ nun/ca/ DE AN/tes/ na/ve/GA/dos        A
Pa/ssa/ram/ ain/da a/LÉM/ da /Ta/pro/BA/na,          B
Em/ pe/ri/gos /e /GUE/rras /es/for/ÇA/dos                A
Mais/ do/que/ pro/me/TI/a a/ for/ça hu/MA/na,        B
E en/tre/ gen/te/ re/MO/ta e/di/fi/CA/ram                 C
No/vo/ Rei/no/, que/ TAN/to/ su/bli/MA/ram;            C



CANTO V


VIGÉSIMA QUARTA ESTROFE



EXEMPLO DE VERSO SÁFICO:


«Mas/ já o/ Pla/NE/ta/ que/ no/ CÉU/ pri/MEI/ro         A
Hábita, cinco vezes, apressada,                                         B
Agora meio rosto, agora inteiro,                                         A
Mostrara, enquanto o mar cortava a armada,                    B
Quando da etérea gávea, um marinheiro,                          A
Pron/to/ co a/ VIS/ta:/ «Te/rra!/ TE/rra!»/ BRA/da.      B
Sal/ta/ no/ BOR/do al/vo/ro/ÇA/da a/ GEN/te,            C
Cos olhos no horizonte do Oriente.                                    C

terça-feira, 23 de abril de 2013

UM TEXTO ORAL


TRANSCRIÇÃO DO ÁUDIO:
“A Revanche do Cliente de Telemarketing”

Este é um áudio intitulado A Revanche do Cliente de Telemarketing, que circula na internet, sem pormenores de autoria e data. Mostra um telemarketing ativo, com uma empresa de telefonia ligando para o cliente, dono da suposta linha, oferecendo serviços e vantagens. O suposto cliente, então, vira o jogo e faz o atendente passar pela mesma situação vexatória e ridícula que é o telemarketing agressivo e impessoal.

Trim...trim...
Voz de homem 1: Telefone tocando ali, ó?
Trim...Trim...
Voz de Homem 2: Deixa eu atender, peraê...
Trim...Trim...
Voz de Homem 2: Alô?
Atendente de Telemarketing: (voz distorcida de computador, aguda) Alô, poderia falar com o responsável pela linha?
Voz de Homem 2: Pois não, pode ser comigo mesmo.
Atendente de Telemarketing: Quem fala, por favor?
Voz de Homem 2: Edson...
Atendente de Telemarketing: Sr. Edison, aqui é a Telemar. Estamos ligando para oferecer a promoção Telemar Linha Adicional, onde o Sr. tem direito a...
(É interrompido)
Voz de Homem 2: Desculpe interromper, mas quem é que está falando?
Atendente de Telemarketing: Aqui é o Roberval Silva, senhor, da Telemar, e estamos ligando...
(É interrompido)
Voz de Homem 2: Roberval... Me desculpe mas, para nossa segurança, gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser?
Atendente de Telemarketing: Bom, é... Bem... pode.
Voz de Homem 2: De que telefone você fala? Meu bina não identificou...
Atendente de Telemarketing: 103...
Voz de Homem 2: Você trabalha em que área na Telemar?
Atendente de Telemarketing: Telemarketing Privativo...
Voz de Homem 2: Você tem o número da matrícula da Telemar, Roberval?
Atendente de Telemarketing: Ah, senhor, isso não é necessário...
Voz de Homem 2: Então, eu terei que desligar, pois eu num posso ter segurança que falo com um funcionário da Telemar...
Atendente de Telemarketing: Mas eu posso garantir para o senhor que sou um funcionário...
(É interrompido)
Voz de Homem 2: Além do mais, Roberval, eu sempre sou obrigado a fornecer os meus dados a uma legião de atendentes sempre que tento falar com a Telemar.
Atendente de Telemarketing: Ok, senhor, só um minuto...
(Música instrumental)
Atendente de Telemarketing: Minha matrícula é 34591212...
Voz de Homem 2: Só um momento enquanto eu verifico...
(Música de Latino, Festa no Apê)
Voz de Homem 2: Só mais um momento...
(Continua a música de Latino, Festa no Apê, de fundo)
Atendente de Telemarketing: Senhô? Senhô, ô?
Voz de Homem 2: Só mais um momento, por favor... Nossos sistemas estão lentos hoje...
Atendente de Telemarketing: Senhô? Senhô, ô? (Ruídos no fundo do tipo resmungos)
(Continua a música de Latino: Festa no Apê)
Voz de Homem 2: Pronto, Roberval... Obrigado por haver aguardado. Qual o assunto?
Atendente de Telemarketing: Aqui é da Telemar, senhor...Estamos ligando para oferecer a promoção Linha Adicional onde o senhor tem direito a uma linha adicional... O senhor está interessado, senhor Edson?
Voz de Homem 2: Robeeeervalllll, eu vou ter que transferir você pro meu pai, Roberval, porque eu moro com ele e é ele quem decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones... Mas, por favor, não desligue, pois essa ligação é muito importante pra nós!
(Novamente toca a música de Latino, Festa no Apê)
Voz de Homem 2: Pai... Paê... Pai...
(Continua a música de Latino, Festa no Apê, de fundo)
Voz do Homem 3: (voz rouca) Obrigado por ter aguardado. Pode me dizer seu telefone, pois meu bina não identificou?
Atendente de Telemarketing: 103, senhor...
Voz do Homem 3: Com quem estou falando, por favor?
Atendente de Telemarketing: Roberval...
Voz do Homem 3: Roberval de quêêê?
Atendente de Telemarketing: Roberval Silva, senhor...
Voz do Homem 3: Qual a sua identificação na empresa, filho?
Atendente de Telemarketing: (já se exaltando) 34591212, senhor...
Voz do Homem 3: Obrigado pelas suas informações... Em que posso ajudá-lo?
Atendente de Telemarketing: (exaltado, aumentando a voz) Aqui é da Telemar, senhor. Nós estamos ligando para oferecer a promoção Linha Adicional, onde o senhor tem direito a uma linha adicional. O senhor está interessado ou num tá?
Voz do Homem 3: Hããã... Só um minuto.
(Novamente toca a música de Latino, Festa no Apê)
Voz do Homem 3: Pronto! Eu vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato pra dar um parecer. Pode anotar o protocolo, por favor...
(O telefone é desligado do outro lado)
Voz do Homem 3: Alô? Alôôô? Desligou... Nossa, rapaz impaciente.
(Finaliza tocando a música de Latino, Festa no Apê)

domingo, 21 de abril de 2013

AOS QUE QUEREM PROFESSORES PALHAÇOS...

Educadores ou animadores de auditório, de plateia?


"As pessoas divertidas parecem felizes, mas não o são. Provocam risos, porque conseguem mascarar os próprios sentimentos, em um faz-de-conta sem limite. Demonstram seriedade, mesmo nos seus divertimentos, o que provoca alegria, bulha e encantamento de outros aflitos-sorridentes, mas, passado o momento, volvem à melancolia, ao vazio em que se atormentam. A descontração muscular e emocional é forjada, não espontânea, nem rítmica, proporcionadora do prazer que harmoniza interiormente." (Joanna de Ângelis, no livro Amor, Imbatível Amor)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

SOBRE A REDAÇÃO DE ALUNOS NO ENADE...


Respostas de formandos no Enade 2012 têm erros de português como ‘egnorância’ e ‘precarea’

·         Estudantes que estão concluindo ensino superior cometem equívocos grosseiros de ortografia e construção frasal.
·         Inep diz que há rigor na correção.

LAURO NETO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
Publicado:15/04/13 - 7h45
Atualizado:15/04/13 - 8h24

RIO - Não é apenas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que os estudantes cometem erros absurdos de ortografia. No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), alunos que estão se formando no ensino superior cometem desvios tão ou mais graves como “egnorancia”, “precarea” e “bule” (bullying).
Esses e outros exemplos foram repassados por uma corretora do Enade 2012, que avaliou concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia. A professora entregou o material pessoalmente ao GLOBO, mas, por ter assinado contrato de sigilo com o Ministério da Educação (MEC), não pode ser identificada. A docente procurou o jornal depois de ler, também no GLOBO, a reportagem, publicada no dia 18 de março, mostrando que redações que receberam nota 1.000 no Enem tinham erros como “trousse”, “enchergar” e “rasoável”.
Em dez respostas à segunda questão discursiva, há erros, sobretudo, de estrutura frasal, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido. Segundo a professora, mesmo corrigidos equívocos de pontuação, regência, ortografia e concordância, esses textos continuariam errados.
A questão pedia que, a partir da análise de charges e da definição de violência formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o candidato redigisse um texto sobre a violência atual, contemplando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).
Um formando escreveu: “A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas”. Outro estudante respondeu: “Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral”.
Um terceiro redigiu: “As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma”. Em outra resposta, constava: “Esperamos que com a oportunidade de farias formação academica possa futuramente acabar ou diminuir este comportamnento do sr humano”.
— Os critérios são benevolentes, mandam não pesar a mão para manter média 5. Precisa se dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando. Mas não está. As faculdades formam profissionais analfabetos funcionais. Esse é o final do filme — diz a corretora.
Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) rebate com veemência as críticas, afirmando que “são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para ‘aliviar’ nas correções”. De acordo com o órgão, responsável pela aplicação da prova, “isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou em qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/MEC”. O comunicado esclarece ainda quaisquer erros tão grosseiros como os citados nesta reportagem certamente teriam “baixíssima avaliação”.
Segundo o Inep, as correções do Enade 2012 são feitas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e membros com titulação de doutorado ou mestrado, vinculados há, pelo menos, cinco anos a instituições de ensino superior. “São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções”, diz a nota.
De acordo com o órgão, “o rigor das avaliações do Enade se expressa nas medidas de supervisão e regulação adotadas pelo MEC, com base nos indicadores de qualidade como o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de curso (CPC). Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes representa 55% do total”. O resultado do Enade não impossibilita que os estudantes se formem, a menos que eles não compareçam à prova.
Pós-doutor em Linguística Aplicada e professor da UFRJ e da Uerj, Jerônimo Rodrigues de Moraes Neto considera gravíssimo o exercício de qualquer profissão sem o conhecimento da língua portuguesa:
— As profissões nas quais esses alunos se formam não geram à sociedade os resultados a que se destinam. Advogado que não entende cliente não consegue, na petição, se fazer entender pelo juiz. Não tem condições de interpor recursos.
Este ano, apenas 10,3% dos 114.763 participantes que prestaram o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aprovados. É o pior resultado desde que passou a ser aplicado no formato unificado, em 2010. E, como mostrou pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, erros de português são o principal motivo de reprovação em processos seletivos de estágio. No estudo, que avaliou 7.219 alunos de níveis superior e médio, 28,8% perderam oportunidades por isso. Para corrigir as deficiências, universidades oferecem cursos de reforço. Na opinião de Moraes Neto, esse tipo de curso é excelente, mas o cerne da questão é a formação do professor de Português:
— O ponto crucial reside na formação do professor de Português, que deverá ensinar o aluno a falar, escrever e ler, mediante conhecimento do sistema linguístico da língua portuguesa.
Para a professora Cibele Yahn de Andrade, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, nivelar o ensino superior é necessário. Mas, para ela, o centro do problema está nos ensinos fundamental e médio.
— Não é possível superar essas deficiências acumuladas, de modo satisfatório, em curto prazo. São habilidades que deveriam ser adquiridas ao longo da vida escolar, na sequência de atividades de leitura e escrita diversificadas e com desafios crescentes.

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

TEMAS INTERESSANTES PARA 2013.1



  • O Novo Papa Francisco e a Reforma da Igreja;
  • A Comissão de Direitos Humanos (Homofobia, Racismo etc.);
  • A Seca do Nordeste a a Falta de Comida (aumento de preços);
  • A Questão do Uso da Água;
  • O Evangelismo "Empresarial" na Mira;
  • O Refúgio Econômico Brasileiro para os Haitianos;
  • As "Arenas" Esportivas para a Copa 2014: supérfluas ou necessárias?
  • PEC das Domésticas;
  • Etc.
Vamos dar uma treinadinha na redação? É só começar... Escolha um dos temas acima e boa sorte!

sábado, 13 de abril de 2013

SOBRE OS LIVROS DE RADUAN NASSAR...


NADA ALÉM DOS PÉS

Por Gustavo Atallah Haun (*)


Outro dia uma professora de uma universidade daqui da região grapiúna estava comentando em sala de aula os casos de podolatria na literatura brasileira. O tema bastante curioso suscitou em alguns, estranheza, e, em outros, a rememoração de fatos relacionados.
A docente, com toda a lhaneza que lhe é característica, falava sobre a famosa passagem do livro O Guarani, de José de Alencar, quando a diáfana Ceci está dormindo e o índio Peri enxerga o pezinho límpido, puro e alvo fora dos lençóis e do camisolão noturno. São nada mais, nada menos, do que 03 (três) páginas descrevendo o pé da portuguesinha. Só que, após ler o romance romantista, percebe-se que não há tal descrição... Creio que a mestra estava tratando de outro livro do mesmo autor, A Pata da Gazela. Vai saber.
Então, num átimo de segundo, lembrei-me, com toda certeza, de outro escritor que tem uma verdadeira tara por pés. Como entusiasta e fã ardoroso, não pude me conter e resolvi entrar de cabeça no debate sobre o assunto. O genial Raduan Nassar, suprassumo da prosa brasileira dos últimos tempos, com apenas três livros lançados conseguiu desenvolver o seu fetiche pela parte do corpo humano, digamos, nada convencional.
Em Lavoura Arcaica (1975) a personagem André detinha a sua paixão pelos membros inferiores: na modorra das tardes vadias na fazenda, [...]; amainava a febre dos meus pés na terra úmida” (p. 13) ou quando idolatrava a irmã Ana dançando, ele

 “desamarrava os sapatos, tirava as meias e com os pés brancos e limpos ia afastando as folhas secas e alcançando abaixo delas a camada de espesso húmus [...], e ficava atento para os seus passos que de repente perdiam a pressa e se tornavam lentos e pesados, amassando distintamente as folhas secas sob os pés e me amassando confusamente por dentro(p. 32-33)

são duas das tantas passagens acerca do tema.
Já na obra Um Copo de Cólera (1978) esse sórdido deslumbramento é acentuado de vez em Raduan. Não são poucas as referências sobre os pés na obra. Antes de se deliciarem numa noite de amor ardente, o protagonista assevera: “fui tirando calmamente meus sapatos e minhas meias, tomando os pés descalços nas mãos e sentindo-os gostosamente úmidos como se tivessem sido arrancados à terra naquele instante” (p. 12) e mais adiante “conhecendo, como conhecia, esse seu pesadelo obsessivos por uns pés, e muito especialmente pelos meus, firmes no porte e bem feitos na escultura[...]” (p. 13). No final da briga apoteótica entre os dois, o protagonista chega a masturbar com os pés a personagem feminina:

 “‘estou sem meias e sem sapatos, meus pés como sempre estão limpos e úmidos’ [...] ‘você se lembra do pé que eu te dei um dia?’ e ela então disse ‘amor’ dum jeito bem sufocado, e eu velhaco recordei ‘era um pé branco e esguio como um lírio, lembra?...’ [...] ‘que que você fez com o pé que eu te dei um dia?...’ e ela entrando em agonia disse suspirando ‘amor, amor, amor’” (p. 73-74).

Por fim, o último livro publicado por Nassar, Meninas a Caminho (1997), com cinco contos, foi na verdade escrito nos idos de 60/70.
Aqui o célebre autor paulista volta às raias com a sua loucura. Dessa vez de leve, preparando o caminho para as duas obras que se seguiram, por isso as menções aos pés são menores, contudo constantes.
No primeiro conto, que dá nome ao livro, na descrição das personagens é a primeira característica acentuada: “Vindo de casa, a menina caminha sem pressa, andando descalça no meio da rua” (p. 09) ou “Descalços, sem camisa, os corpos arcados, os meninos [...]” (p.11) ou ainda “O seu Giovanni arrasta as alpergatas na outra calçada” (p. 18); ou a paralítica, a velha mestre-escola: “os chinelões de lã descansando no assoalho, os pés sobre o banquinho [...]” (p. 24) que dá uma lição às crianças e a imagem do livro didático é de um sapateiro. Do que mais seria?
Mas é somente no segundo conto, Hoje de Madrugada, que o bicho pega:

e, debaixo da mesa, onde eu tinha os pés descalços na travessa, tampouco me surpreendi com a artimanha do seu pé, tocando com as pontas dos dedos a sola do meu, sondando clandestino minha pele no subsolo. Mais seguro, próspero, devasso, seu pé logo se perdeu sob o pano do meu pijama, se esfregando na densidade dos meus pêlos, subindo afoito, me queimando a perna com sua febre.” (p. 57).

Eis mais uma curiosidade e delícia da literatura brasileira, as suas fixações obsessivas e os seus dramas. Em poucos livros Raduan Nassar nos legou a sua paixão acerca dos pés, um podólatra inigualável, que não merece ser olvidado pela densidade da sua obra, curta, mas exótica e profunda!
(*)Gustavo Atallah Haun é professor, formado em Letras, UESC, e ministra aula em Itabuna e região. Escreve para jornais de Itabuna, Ilhéus e edita oblogderedacao.blogspot.com (g_a_haun@hotmail.com). É maçom, da Loja Acácia Grapiúna.


BIBLIOGRAFIA:

NASSAR, Raduan. Lavoura Arcaica. 3ª edição rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

______________. Um Copo de Cólera. 5ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

______________. Menina a Caminho. 2ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

1959 X 2013


Cenário 1:

João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.


Ano 1959: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e volta tranquilo à classe.

Ano 2013: É mandado ao departamento de psiquiatria, o diagnosticam como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra lhe receita Rivotril. Se transforma num Zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz.

Cenário 2:


Luis quebra o farol de um carro no seu bairro.


Ano 1959: Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas no traseiro... A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso.

Ano 2013: Prendem o pai de Luis por maus tratos. O condenam a 5 anos de reclusão, e por 15 anos deve abster-se de ver seu filho. Sem o guia de uma figura paterna, Luis se volta para a droga, delinque e fica preso num presídio especial para adolescentes.


Cenário 3:


José cai enquanto corria no pátio do colégio, machuca o joelho. Sua professora Maria, o encontra chorando e o abraça para confortá-lo...


Ano 1959: Rapidamente, José se sente melhor e continua brincando.

Ano 2013: A professora Maria é acusada de abuso sexual, condenada a três anos de reclusão. José passa cinco anos de terapia em terapia. Seus pais processam o colégio por negligência e a professora por danos psicológicos, ganhando os dois juízos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida...

Cenário 4:


Disciplina escolar


Ano 1959: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos dava uma boa "mijada" e/ou encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade.


Ano 2013: Fazemos bagunça na classe. O professor nos pede desculpas por repreender-nos e fica com a culpa por fazê-lo. Nosso velho vai até o colégio se queixar do docente e para consolá-lo compra uma moto para o filhinho.


Cenário 5:


Horário de Verão.


Ano 1959:Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Não acontece nada.

 Ano 2013: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de apetite, nas mulheres aparece celulite.


Cenário 6:


Fim das férias.


Ano 1959: Depois de passar férias com toda a família enfiada num Gordini, após 15 dias de sol na praia, hora de voltar. No dia seguinte se trabalha e tudo bem.

Ano 2013: Depois de voltar de Cancun, numa viagem 'all inclusive', terminam as férias e a gente sofre da síndrome do abandono, pânico, attack e seborreia...

Pergunto eu ...

QUANDO FOI QUE NOS TRANSFORMAMOS NESTE BANDO DE BOSTAS...?