quarta-feira, 3 de abril de 2013

CONSOANTES MUDAS X CONSOANTES PRONUNCIADAS


Muitos alunos me perguntam sobre as tais consoantes mudas, alguns deles confundindo o que venha a ser consoante muda com consoante sem vogal na sílaba, mas que é pronunciada.
Em língua portuguesa brasileira não temos, praticamente, consoantes mudas. Essa é uma característica do português de Portugal, uma necessidade que se conservou por lá para detectar vogal fechada ou aberta. Alguns exemplos das tais consoantes são “secção”, “contacto” e “Egipto”, além de inúmeras outras. Em Portugal, com o Novo Acordo, algumas desapareceram como em "recepção" (receção), "aspecto" (aspeto), "perspectiva" (perspetiva), "respectivo" (respetivo).
Já na relativamente dinâmica língua brasileira, cujas influências indígenas e africanas são presentes e marcantes, a mudez não se conservou. E nós optamos em escrever “seção”, “contato” e “Egito” e continuamos a pronunciar as consoantes de "recepção", "aspecto", etc.
E é aí que a confusão é devida, por conta de algumas palavras que nós temos, em que a consoante é pronunciada, porém ela é desacompanhada de vogal: admirar, adquirir, abrupto, inadmissível etc.
Só que muda é igual a não pronunciada.
E tais palavras têm consoantes FALADAS, DITAS, PRONUNCIADAS, ou seja, não são mudas!
Por fim, o Novo Acordo Ortográfico assinado pelos oito países lusófonos ou CPLP (com resistência de alguns portugueses orgulhosos!) aboliu o uso das consoantes mudas. Daqui para frente não iremos utilizá-las mais, só ficarão as consoantes pronunciadas, embora sozinhas, solitárias, sem uma vogalzinha sequer após suas sílabas...
Valeu!

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