sábado, 29 de novembro de 2014

REDAÇÃO PARA CONCURSO

10 Características de uma Redação de Concurso Nota 10

Cláudia Gasparini (Exame.com)

Você não precisa ser nenhum Machado de Assis para tirar 10 na redação exigida num concurso público.
É o que garante Diogo Arrais, professor de português do Damásio Educacional. “Não se trata de um concurso literário”, diz ele, “basta que você saiba redigir um texto claro, conciso e adequado à norma culta”. Segundo o professor, chegar a essa fórmula depende apenas de treino.
A seguir, EXAME.com lista 10 características de uma redação impecável na visão de alguns professores especializados em concursos. Confira:
1. O candidato entendeu o tema 
Quem demonstra que leu a proposta da redação com atenção tem mais chances de ser bem avaliado, segundo Verônica Ferreira, professora do site Questões de Concursos. Por melhor que seja o seu texto, ele dificilmente terá uma boa nota se fugir do assunto original.

2. A norma culta é respeitada
Um ponto cobrado por qualquer banca é o domínio da norma padrão da língua. Segundo Camila Faro, professora de redação do Universo do Concurso Público, é muito difícil ter uma boa nota se você não demonstra domínio de temas gramaticais como regência e concordância, por exemplo.

3. O texto é econômico 
Uma redação enxuta, com períodos curtos, tende a ser mais clara e fácil de ler, segundo Alexandre Luz, professor do curso Ênfase. A concisão ajuda a ganhar a aprovação do corretor. Outro pré-requisito é respeitar o número estabelecido de linhas.

4. As ideias são articuladas com conectores
De acordo com a professora Camila, um bom texto traz argumentos bem costurados entre si. O uso correto de conectivos - expressões que ligam as orações, como “isto é”, “embora” e “até mesmo” - é um dos recursos que ajudam a amarrar as ideias da redação.

Escrita: na hora de emitir julgamentos numa redação de concurso, o ideal é evitar exageros ou simplificações
© Foto: Flickr/Creative Commons/Caleb Roenigk Escrita: na hora de emitir julgamentos numa redação de concurso, o ideal é evitar exageros ou simplificações

5. Não há generalizações
Na hora de emitir julgamentos, o ideal é evitar exageros ou simplificações. “Em vez de uma frase como ‘Os políticos recebem propina’, é melhor escrever ‘Grande parte dos políticos recebe propina’", diz o professor Alexandre.

6. As afirmações são comedidas e serenas
Outro ponto forte é a ponderação. “Não é o caso de quem tem um discurso inflamado, típico das redes sociais”, diz Alexandre.

7. Não há frases nem expressões clichê
Frases feitas não acrescentam nenhuma informação ao texto, e costumam passar longe das redações que mais impressionam os corretores. “Um dos principais diferenciais de um candidato é a originalidade que ele demonstra na escrita”, afirma a professora Verônica.

8. O candidato demonstra ter conhecimento da área
Ir bem na redação não depende apenas das suas competências linguísticas, mas também do domínio de conceitos, autores e bibliografia da sua área profissional. “Logo de cara, um bom texto já traz nomes, números e informações técnicas que mostram que o aluno conhece bem a sua profissão”, diz Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional.

9. As teses não são ingênuas
Não há nada de errado com o otimismo, mas ninguém ganha pontos com utopias. Não dá para escrever frases como "Para acabar com a violência, é preciso...", de acordo com o professor Alexandre. Será que é mesmo possível acabar com a violência? Segundo ele, soa mais plausível algo como "Para reduzir os índices de violência, é preciso...".

10. A redação apresenta uma solução para o problema
Um bom desfecho também conta pontos a favor do candidato. “O ideal é quando o autor traz uma saída para o problema exposto, de forma a refletir sua preocupação com a dignidade humana”, comenta o professor Diogo.

domingo, 9 de novembro de 2014

REDAÇÃO MODELO DO ENEM 2014

Enem 2014: confira modelo de redação nota mil
Professora do Eleva Educação e do QG do Enem elabora texto com base no tema ‘Publicidade infantil em questão no Brasil’
POR O GLOBO
09/11/2014 16:54 / ATUALIZADO 09/11/2014 17:41

Professores do sistema Eleva Educação e do QG do Enem corrigem as provas deste ano na sede do jornal O Globo - Felipe Hanower / Agência O Globo
RIO - A prova de redação é sempre motivo de ansiedade entre os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este ano, eles tiveram de dissertar sobre o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil”, considerado uma surpresa por grande parte dos inscritos, que esperavam um assunto mais "pop", como a crise hídrica brasileira ou corrupção. Como muitos dos candidatos que já deixaram a prova, ouvidos pelo GLOBO país afora, disseram-se pouco familiarizados com o tema do texto, publicamos um modelo de redação “nota mil” formulado pela professora Carolina Pavanelli, assessora pedagógica do Eleva Educação e do QG do Enem.
VEJA TAMBÉM

O tema da publicidade infantil esteve em alta no noticiário deste ano devido à publicação, em abril, de uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que considerava abusiva a publicidade voltada para crianças e adolescentes. Confira a redação:
Entre peões e iPhones
Bola de gude. Peão. Peteca. Um dia, esses objetos fizeram parte do universo infantil, passados de uma geração a outra sem muita dificuldade. Hoje, em uma sociedade altamente globalizada, muitas crianças desconhecem esses brinquedos e têm outros anseios e desejos de consumo, que são ainda mais ampliados e influenciados pela propaganda. Nesse contexto, discute-se a publicidade infantil no contexto brasileiro e até que ponto ela pode ser abusiva. Cabe, então, avaliar a legitimidade e o impacto desse questionamento.
Em primeiro lugar, é preciso analisar o poder que a publicidade tem de ajudar a construir a ideia de relevância social. Hoje, a cultura do ter em detrimento do ser encontra-se bastante enraizada, e o que se tem determina o que se é. Sabendo disso e da influência que as crianças, mais do que nunca, exercem sobre os adultos, parte do mercado vira-se para esse público, com jogos, roupas, emissoras e programas bastante atrativos. No Brasil, entretanto, tal questão torna-se extremamente problemática, pois, em um país com profundas desigualdades socioeconômicas, nem todas as crianças podem ter o que a propaganda vende. Para além do consumismo desenfreado, isso pode estimular o “bullying” e aprofundar a segregação social.
Além disso, faz-se necessário atentar para o fato de que a publicidade se faz presente para além de comerciais e campanhas midiáticas. Ela está também presente de maneira camuflada, escondida em “merchandisings” de novelas e filmes, por exemplo. Um ídolo teen usando uma determinada marca de roupa é capaz de catapultar as vendas desse produto – por vezes, muito mais do que uma propaganda direta. Quando falamos de crianças, isso é ainda mais preocupante, uma vez que elas são altamente influenciáveis e estão em fase de formação de caráter e personalidade – atualmente, construídos por iPhones e “tablets”, ou pela ideia deles.
Fica evidente, portanto, que, assim como na Biologia, na qual o mutualismo é a relação harmônica na qual um precisa do outro para sobreviver, é necessário um esforço mutualístico para preservar uma relação saudável entre a publicidade e o público infantil. Por meio de leis, o governo deve punir com multas propagandas deliberadamente abusivas. Já a família e a escola devem se unir para passar às crianças os valores mais essenciais que escapam à ideia do consumismo, bem como ajudar a construir consumidores críticos e conscientes. Afinal, peões e bolas de gude podem estar no passado, mas o cuidado com o nosso futuro – nossas crianças – não pode ser renegado.

MAIS UM TEMA INESPERADO


O Enem, mais um ano, trabalha com um tema de redação não tão óbvio e de acordo com o que se esperava para as provas de avaliação do Ensino Médio. 

Duas explicações para temas como Imigração para o Brasil (2012) e o deste ano, Publicidade Infantil no Brasil: fugir do óbvio, das grandes discussões que permeiam no país, além de também oportunizar temas, digamos, alternativos, que não estão sendo pautas dos grandes conglomerados midiáticos, a maioria críticos e contrários ao governo do PT. 

Buscar novos meios de informação, principalmente os que não têm grande destaque, e fazer o estudante ler mais, de tudo e de todos os lados! É mais um recado do MEC...

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

FIQUE ESPERTO COM OS POSSÍVEIS TEMAS DO ENEM!

Candidatos podem estudar temas que são apostas de professores para o Enem


  • 03/11/2014 06h05
  • Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
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Na reta final de estudos para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que serão aplicadas no próximo fim de semana, ainda dá tempo de os candidatos estudarem temas que são apostas de professores para o exame. Entre eles estão fatos históricos que podem ser relacionados a acontecimentos recentes.
O professor de história do curso online QG do Enem Marcelo Tavares diz que uma das apostas é estudar os fatos que este ano completam “aniversário redondo”, como o movimento "Diretas Já!", encerrado em 1984 e que completa 30 anos, além do apartheid na África do Sul, que terminou em 1994, e os 100 anos da 1ª Guerra Mundial.
“O 'Diretas Já!', porque juntamos o ano eleitoral e o aniversário de um movimento que foi determinante para o retorno das eleições diretas para presidente. Foi um movimento derrotado, mas que mostrou a iniciativa da sociedade brasileira em favor do reestabelecimento do voto direto”, explica o professor, lembrando que a mobilização pelas diretas já levou milhares de pessoas às ruas para pressionar em favor do voto direto.
Como 2014 marca os 20 anos do fim do apartheid, o professor Marcelo diz que coloca o tema como referência obrigatória. “Quando você fala de apartheid, fala de um regime de segregação racial que durou da década de 40 até 1994 e fala de Nelson Mandela, que ficou anos preso por se mobilizar contra aquilo”, explica.
Ele também cita como boas apostas a ditadura militar, a Guerra do Vietnã, o coronelismo, o governo de João Goulart e a Constituição de 1988.
O professor de geografia do pré-vestibular Galois, Leonardo Dreher, acredita que a prova do Enem vai cobrar bastante temas ligados à questão ambiental. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabeleceu prazo até agosto último para que os municípios acabassem com os lixões e criassem aterros sanitários, é uma das apostas do professor.
“Neste ano venceu o prazo, e a política acabou não sendo bem implementada já que nem todos os lixões foram fechados e os aterros sanitários instalados. O estudante precisa conhecer o tema sob a perspectiva das responsabilidades políticas, ver a questão do lixo não só como responsabilidade do Estado, mas também do empresariado e da sociedade civil”, diz.
A falta de água, que tem sido problema recorrente em cidades brasileiras e coloca em debate a importância do manejo dos recursos hídricos, as fontes de energia disponíveis no Brasil e as implicações do uso crescente das usinas térmicas, pode aparecer em textos e questões, na avaliação do professor Leonardo. Ele diz que os estudantes devem ficar atentos também aos conflitos agrários envolvendo, por exemplo, garimpeiros, indígenas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, já que esse tem sido tema recorrente no Enem.
O professor de atualidades do curso online QG do Enem, Orlando Stiebler, acredita que o uso da maconha para fins medicinais é forte para cair no exame ou até ser tema da redação. “É um tema que está em voga. No Brasil, gerou polêmica o fato de as pessoas importarem remédios à base de maconha para o tratamento de doenças. Ainda carecemos de uma regulamentação sobre o assunto”, explica.
Fatos relacionados à ditadura militar também são fortes para a prova do Enem, na avaliação do professor, já que neste ano se completam os 50 anos do golpe militar. Ele cita, entre esses fatos, a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart e os trabalhos da Comissão da Verdade. “Em 2012, foi criada uma comissão para investigar o passado do Brasil e ela encerra as atividades em dezembro deste ano. Esse é um tema forte. É importante saber detalhes sobre o trabalho da comissão e o período que ela vai investigar, que é de 1946 a 1988”.
Na área internacional, Stiebler prevê que apareçam temas como a crise entre a Ucrânia e a Rússia, o referendo na Escócia e o terrorismo internacional, com destaque para a participação da organização Estado Islâmico.
As provas do Enem serão aplicadas nos dias 8 e 9 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos. Para se preparar para a prova, os candidatos podem acessar o aplicativoquestoesenem.ebc.com.br. O banco de questões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) reúne itens de 2009 a 2013.