domingo, 16 de setembro de 2012

DICAS INTERESSANTES DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Uma má interpretação pode levar a caminhos diferentes!

  
por Eraldo Cunegundes
eraldocunegundes@terra.com.br

Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação depende de cada um. Na realidade isto é para fugir a um problema que não é de difícil solução por meio de sofisma (= argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta).

Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta;
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.
Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele").
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado.

Nota: Diante do que foi dito, espero que você mude o modo de pensar, pois a interpretação não depende de cada um, mas, sim, do que está escrito. "O que está escrito, escrito está."

(Fonte: http://www.algosobre.com.br/redacao/dicas-de-interpretacao.html)

sábado, 15 de setembro de 2012

EXEMPLO DE CARTA-ARGUMENTATIVA

Um site (infelizmente não sabemos mais qual!) fez um debate entre os internautas postando um texto de autoria (?) de Luís Fernando Veríssimo solicitando cartas-argumentativas. As melhores cartas foram publicadas no referido site. Um exemplo foi o texto que colocamos abaixo (com as devidas correções), embora não concordemos com a postura ideológica defendida pela autora, cremos que ela não entendeu a crítica e a ironia fina do texto de Veríssimo.



Carta à Luiz Fernando Veríssimo

São Paulo (SP), 13 maio 2007.

Caro Senhor Veríssimo,

Devo dizer, quanto ao texto "Ser Brasileiro", de sua autoria, que sua técnica para escrita é realmente algo muito bonito de se ver. Sinto-me feliz por ver esses jogos que o senhor faz com um dos nossos mais preciosos instrumentos de comunicação. As imagens criadas são muito bonitas de se ver em um texto, no entanto, senhor Veríssimo, gostaria de ressaltar que as preocupações das quais o senhor trata no texto são muito válidas, mas não creio que seja essa a ótica que devemos enfatizar enquanto cidadãos brasileiros.
O nosso país, infelizmente, tem a maior parte da população em índices alarmantes de pobreza e a fome assola muitas famílias brasileiras. Quantas crianças não estão nas ruas, sem nenhuma perspectiva de uma vida melhor, de um futuro?... Essas que são o futuro do nosso país... e que são tão maltratadas pela sociedade como um todo.
Por que isso acontece, senhor Veríssimo? Porque estamos, a cada dia, nos programando para não nos comover com a realidade do próximo... É mais fácil ver o mundo pelas lentes cor-de-rosa de Panglos.
Gostaria que o senhor passasse a baixar o vidro do seu, com certeza, lindo carro, nos sinais de  trânsito para ver o que nós fazemos com o nosso futuro. Ou talvez nem precise tanto... De vez em quando visite a cozinha da sua casa, o senhor com certeza encontrará bons exemplos de brasileiros que precisam de mais atenção.
Gostaria de salientar também, senhor Veríssimo, que essa é uma crítica construtiva. A sugestão é usar sua brilhante técnica a favor dos nossos problemas que precisam urgentemente de solução. Talvez assim consigamos com que as pessoas que leem seus textos sejam mais atentas ao que acontece à nossa volta e não se acostumem a achar normal ver pessoas passando fome, crianças nas ruas... Balas perdidas... E outras tantas coisas que estamos nos acostumando a ver.

Atenciosamente,
    
Vanessa.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

DUAS AMIGAS CONVERSANDO...



- Oi, me conta como foi o encontro de ontem à noite.
- Horrível, não sei o que aconteceu...
- Mas por quê? Não te deu nem um beijo?
- Sim. Beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu e as lentes de contato verdes saltaram dos meus olhos...

- Não me diga que terminou por aí.
- Não, claro. Depois pegou no meu rosto entre suas mãos, até que tive que pedir que não o fizesse mais, porque estava achatando o botox e me mordia o lábio como se fossem de plástico... Ia explodir o meu implante de colágeno e quase sai o mega hair!!!

- E... Não tentou mais nada?
- Sim começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, porque lembrei que não tive tempo de me depilar. E além do mais, me arrebatou com uma luxúria e estava me abraçando tão forte que quase ficou com minhas próteses da bunda em suas mãos e estourou meu silicone do peito....

- E depois, que aconteceu?
- Aí então, começou a tomar champanhe em meu sapato...

- Que romântico...!!!
- Romântico o cacete! Ele quase morreu!!!

-Ai, não!!!! E por quê?
- Engoliu meu corretor de joanete com a palmilha do salto..

- Nossa, que ele fez depois?
- Você acredita que ele broxou e foi embora?
- Acho que ele é viado.
- Só pode!

(Dizem que é de Luiz Fernando Veríssimo, mas... nunca se sabe!)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SABE O QUE É UM PALÍNDROMO?

Hum, esse povo não tem o que fazer...



 NÃO?!

Um palíndromo é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, normalmente, da esquerda para a direita e ao  contrário.

Exemplos:
OVO, OSSO, RADAR.

O  mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do  conhecido:

SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.

Diante do interesse pelo assunto (confesse, já leu a frase ao contrário), tomei a liberdade de selecionar alguns dos melhores palíndromos da  língua de Camões... Se souber de algum, acrescente e passe adiante.

ANOTARAM A DATA DA MARATONA

ASSIM A AIA IA A MISSA

A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA

A DROGA DA GORDA

A MALA NADA NA LAMA

A TORRE DA DERROTA

LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA:
ANIL  É COR AZUL

O CÉU SUECO

O GALO AMA O LAGO

O LOBO AMA O BOLO

O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO

RIR, O BREVE VERBO RIR

A CARA RAJADA DA JARARACA

SAIRAM O TIO E OITO MARIAS

ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ

     

Profuuuuuuuuuundo!
Agora é a sua vez: mãos à obra!!!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ESCRITOR ITABUNENSE NA FLICA


DANIEL THAME DEBATE OBRA DE JORGE  AMADO NA
FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE CACHOEIRA


Daniel Thame que recentemente escreveu sobre Jorge Amado.

O jornalista e escritor sulbaiano Daniel Thame é um dos convidados da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que acontece de 17 a 21 de outubro no Recôncavo Baiano. Este ano, a Flica fará homenagens aos centenários de Nelson Rodrigues e Jorge Amado.   Autor dos livros “Vassoura”,  “A Mulher do Lobisomem”  e “Jorge100anosAmado- tributo a um eterno Menino Grapiuna”, editados pela Via Litterarum, Thame  participa,  no dia 20,  de uma mesa redonda com o tema “Jorge Amado e os contextos de Terras do Sem Fim e Gabriela”, ao lado da escritora norte-americana Mary Ann Mahony.

Entre os convidados para a Flica 2012 estão confirmados escritores do Brasil,  Estados Unidos, Espanha,  Portugal, Angola, Nigéria e Togo. A filha de Nelson  Rodrigues,  Sonia Rodrigues, participa da mesa redonda em  homenagem  ao pai. A Flica será realizada no Convento do Carmo e terá ainda espaços como  Casa da Rede, Varanda do Sesi e Pouso da Palavra. 

A Flica tem o patrocínio da Coelba e Governo do Estado da Bahia (através do Fazcultura, Secretaria de Cultura, Secretaria da Fazenda) e Petrobras, e apoio da FIEB/SESI e Bahiatursa, apoio institucional da Prefeitura de Cachoeira, e realização da Putzgrillo! Cultura e Icontent. 

Veja o link  da Flica 2012  com a programação  completa em www.flica.com.br  

É VERDADE...


terça-feira, 11 de setembro de 2012

REALIDADE X FICÇÃO

Será imaginação ou será realidade?

Há uma discussão antiga entre as narrativas ficcionais e as históricas/documentais para saberem qual a que transmite a “verdade” e qual a que cria em cima da “mentira”.
Ora, a depender do tipo de texto – a que ele se propõe, qual o objetivo e função – as duas narrativas podem se valer da ficção e da realidade.
Quem garante que os fatos históricos ao longo da civilização humana não foram deturpados ou adulterados ou encobertos, ou melhor, ficcionalizados? E quem garante que um livro romanceado não pode ter elementos da vida real como fagulha, estopim, para o seu início?
O debate é caloroso e interessante.
Aqueles que escrevem dissertações, (auto) biografias, textos jornalísticos ou científicos, por exemplo, vão se fiar em argumentos válidos, plausíveis, fatos, dados verificáveis, etc. O que estaria bem mais próximo do “real” ou da “verdade”, se não for dissimulação ou hipótese.
Já os que enveredam pelos caminhos das fábulas, mitos, lendas, contos, novelas, scripts, filmes, entre tantos outros gêneros, podem partir de criações meramente imagéticas, embora possam ter tido o estalo de situações reais vividas.
Ficar procurando quem foi a verdadeira Gabriela, Tieta ou Dona Flor (só para citar as personagens de Jorge Amado, em comemoração ao seu centenário) é mera burrice de país que não lê. Tais personagens podem ter partido de algumas pessoas que existiram? Pode, é claro. Porém, as personagens não são as pessoas reais: são acrescidas de jeitos, situações e contextos puramente da imaginação do autor. Gabriela, cravo e canela, só há uma: a do romance de Jorge! Assim como todas as outras. Ponto final.
Já um personagem real, como Lampião, uma parte da história o tem como bandido, estuprador, bandoleiro, vadio, sanguinário, e a outra o tem como herói, socialista, revolucionário. Com quem estará a “verdade”? Pergunte-se aos fazendeiros e à polícia da época. Com quem estará a “mentira”? Pergunte-se ao povo nordestino sofrido que ele ajudou.
Real ou ficção? É um mero detalhe, que vai depender para o que sirva: para uns, desvios; para outros, finalidades.

domingo, 9 de setembro de 2012

DICAS DE ESTUDO - ESTILOS DE APRENDIZAGEM


DESCOBRINDO SEU CANAL PREFERIDO

Você agora vai saber se é mais VISUAL, AUDITIVO ou CINESTÉSICO e em que proporção isso ocorre. Responda às questões:

1. Eu gostaria mais de fazer esse exercício:
[a] por escrito            [b] oralmente                          [c] realizando tarefas
2. Eu gosto mais de ganhar um presente:
[a] bonito                   [b] sonoro                               [c] útil
3. Eu tenho mais facilidade de recordar nas pessoas:
[a] a fisionomia         [b] o nome                              [c] as atitudes
4. Eu aprendo mais facilmente:
[a] lendo                    [b] escutando                         [c] fazendo
5. Atividades que mais me agradam:
[a] fotografia/pintura  [b] música/oratória                [c] escultura/dança
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6. Na maioria das vezes, eu prefiro:
[a] observar              [b] escutar                              [c] fazer
7. Ao recordar de momentos felizes, me vêem à mente:
[a] as cenas              [b] os sons                             [c] as sensações
8. Nas férias, eu gosto mais de:
[a] visitar lugares bonitos  [b] repousar em lugares silenciosos [c] participar de atividades
9. Eu valorizo nas pessoas principalmente:
[a] a aparência         [b] o que elas dizem              [c] o que elas fazem
10. Eu percebo que alguém gosta de mim:
[a] pelo jeito de me olhar   [b] pelo jeito que fala comigo   [c] pelas atitudes que manifesta
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11. Meu carro preferido tem que ser principalmente:
[a] novo/bonito  [b] silencioso, para poder conversar e ouvir música  [c] espaçoso/bem equipado
12. Quando vou comprar alguma coisa, eu procuro:
[a] olhar bem o produto   [b] ouvir o vendedor                   [c] experimentar
13. Eu tomo decisões baseado no que:
[a] vejo              [b] escuto                                      [c] sinto
14. O que em excesso mais me incomoda é:
[a] ajuntamento   [b] luminosidade                        [c] barulho
15. Característica que mais me agrada:
[a] colorido          [b] afinado                                  [c] saboroso
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16. Num espetáculo, eu valorizo mais:
[a] a iluminação  [b] eloqüência                           [c] gesticulação
17. Enquanto espero uma pessoa, eu procuro:
[a] observar o ambiente/ler alguma coisa [b] ouvir música/escutar conversas [c] andar/mexer com as mãos
18. Eu me entusiasmo mais quando os outros:
[a] mostram        [b] falam                                   [c] fazem
19. Ao consolar alguém, eu procuro:
[a] mostrar um caminho  [b] levar palavra de conforto   [c] oferecer dinheiro
20. O que mais me dá prazer é:
[a] visitar uma exposição [b] assistir a um espetáculo musical  [c] brincar num parque de diversões
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TOTAL DE VEZES: 

LETRA “A” _______ + LETRA “B” _______ + LETRA “C” _______ = 20.
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Agora transcreva quantas vezes você indicou cada letra do teste realizado e multiplique cada total por cinco. Aí você terá seu percentual de preferências.

TOTAL DE VEZES  “A”:  __________  x  5  = ________ %  (VISUAL)
TOTAL DE VEZES  “B”:  __________  x  5  = ________ %  (AUDITIVO)
TOTAL DE VEZES  “C”:  __________  x  5  = ________ %  (CINESTÉSICO)

TOTAIS P/ CONFERÊNCIA:   20                         100%

ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Os estilos de aprendizagem utilizam 03 formas de percepção de informações e são elas:

- Visual: faz uso da visão como meio de obter e reter as informações;
- Auditivo: vale-se da audição para absorver informações e;
- Cinestésico: aproveita-se dos sentidos relacionados ao movimento para guardar informações.

Cada indivíduo, em regra, tem predominância em um destes (predominância, e não totalidade). Conhecer-se para saber qual o estilo predominante auxiliará e muito nos estudos, inclusive de concursos públicos.
E como saber qual é o seu estilo?



Agora, possivelmente a identificação do estilo utilizado em maior grau já ocorreu. Mas há também outros meios complementares de reconhecimento, seja através de questionários específicos, grupos de palavras repetidamente ditas, etc. Um exemplo seria nas pessoas que falam: Tá vendo?, Isto é cristalino em minha mente, etc. Mas a intenção não é discorrer sobre a teoria, então vamos adiante.
Agora, relatamos dicas de estudo, inclusive as que utilizo, e espero que os auxilie:

Para os visuais:
- Procure recursos visuais sobre as matérias estudadas (exemplo: vídeo-aulas);
- Tente fazer resumos usando anotações, tabelas, esquemas, desenhos, fluxogramas, gráficos e outros recursos parecidos;
- Utilize-se das dicas anteriores, colocando-as nos mais diversos lugares (porta do quarto, armário do seu computador, etc.), para que, sempre que passar pelo lugar, possa dar mais uma olhada;
- Visualize os gestos do professor, o modo como ele ensina (na hora de lembrar sobre determinado assunto, você poderá visualizar o modo como foi passada a informação);
- Tente construir imagens mentais sobre o que estiver estudando;
- Dê importância às leituras, principalmente às que contêm esquemas e resumos gráficos.

Para os auditivos:
- Procure gravar as aulas, palestras, seminários;
- Escute as gravações periodicamente;
- Faça resumos e grave-os para que você possa escutar o que escreveu;
- Procure escutar as gravações, logo assim que acordar ou antes de dormir (é uma técnica que funciona, pois a mente está desobstruída de problemas ou já está se preparando para o sono);
- Escute mais as aulas e tente escrever pouco para ter mais atenção, usando a dica geral, preferencialmente;
- Leia os textos em voz alta;
- Fique atento a tudo o que é falado em aula;
- Converse com os amigos sobre os conteúdos.

Para os cinestésicos:
- Procure professores que ministrem aulas dinamicamente, com alternações de voz, que façam movimentos com os braços, andam para lá e para cá, escrevem no quadro, enfim, tudo o que tenha relação com movimento, alternância;
- Procure estudar lendo em voz alta e caminhando pelo local de estudo;
- Faça experiências práticas sobre o assunto, pesquisas, exercícios, atividades em laboratório (exemplo seria para a matéria de Informática);
- Procure estudar mudando de posição de vez em quando;
- Escreva, fale, leia e faça gestos que achar que representem melhor as informações estudadas.

As dicas acima são válidas independentemente do estilo predominante, já que o ideal é que saibamos utilizar os 03 de maneira equilibrada (e isso é possível, basta treinarmos, e muito, até que as 03 formas de percepção estejam bem apuradas, lapidadas). Não as utilizamos equilibradamente por força de variáveis ambientais que nos moldam, que fazem-nos adaptar às situações do dia-a-dia.
Finalizando, uma dica especial para todos (parece óbvio, mas muitos não a realizam):
Procure ler a matéria com antecedência! Isso os ajudará a manter os canais (meios de percepção) sempre atentos e disponíveis para melhor absorção dos conhecimentos. Por exemplo, o auditivo deve estudar a matéria com antecedência para que, na hora da aula, fique disponível para escutar tudo o que o professor passa, sem se preocupar muito com anotações. Além disso, será o segundo contato com a matéria, em vez de ser o primeiro.
Bom proveito com as dicas.

Jorge Silveira

Toda vitória só será completa quando é realizada uma grande contribuição”. Extraído do filme Clube do Imperador.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

METALINGUAGEM


THAÍS NICOLETI DE CAMARGO*
(especial para a Folha de S. Paulo)

Metalinguagem é a propriedade que tem a língua de voltar-se para si mesma, é a forma de expressão dos dicionários e das gramáticas. O significado do termo, entretanto, ampliou-se e hoje o encontramos associado aos vários tipos de linguagem. Uma música cujo tema seja o próprio fazer musical terá empregado esse recurso. Quem não se lembra do conhecido "Samba de uma Nota Só", de Newton Mendonça, imortalizado na voz de João Gilberto? Diz ele: "Eis aqui este sambinha/ feito numa nota só/ outras notas vão entrar/ mas a base é uma só", trecho entoado em uma nota só.
No cinema moderno, a prática também é razoavelmente comum. Quem assistiu à produção de Woody Allen "A Rosa Púrpura do Cairo" tem aí um bom exemplo de uso de metalinguagem. O título reproduz o título do filme visto repetidas vezes pela personagem, uma jovem que, encantada com a trama do arqueólogo que busca a rosa púrpura do Cairo, vai ao cinema diariamente para assistir ao mesmo filme. Até que o personagem da tela a vê e a convida para entrar em seu mundo de fantasia.
Os dois mundos - o da ficção e o da realidade mesclam-se, interpenetram-se, e o saldo dessa "confusão" é, paradoxalmente, o distanciamento, que evita que o espectador os confunda. A arte moderna procura despertar a consciência de que ela é obra antes da inteligência que da inspiração das musas.
Machado de Assis faz uso constantemente desse recurso, interpelando o leitor (ou a leitora) e tornando descontínua a leitura. Essa descontinuidade nos impede de misturar realidade com ficção. No caso machadiano, as digressões também produzem esse efeito.
Se o leitor do romantismo vivenciava o drama das personagens a ponto de terminar a leitura dos romances aos prantos, verdade é que o de Machado é levado a distanciar-se da narrativa e a compreender, assim, seu sentido simbólico. Machado, também no uso arrojado dos recursos de expressão, foi um predecessor do modernismo.
O discurso metalinguístico tem sido largamente usado nos quadrinhos e na publicidade em busca ora de uma organização lúdica do pensamento ora de um trocadilho bem-humorado, capaz de capturar a atenção de um eventual consumidor.
De emprego constante na literatura, é difícil encontrar entre os escritores modernos (Rubem Braga, Carlos Drummond, João Cabral, Manuel Bandeira) quem não tenha feito suas incursões no amplo terreno da metalinguagem. Até porque a linguagem converteu-se em tema de debate no modernismo e depois dele.
*Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura. (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u1745.shtml. Acesso em 05/12/2000)

ABAIXO, ALGUMAS IMAGENS METALINGUÍSTICAS:

Um poema metalinguístico.
Um aviso que fala do próprio aviso.
Uma escultura fazendo uma escultura.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

REDAÇÃO X TRÊS FASES DA ESCRITA

"Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê" - Malba Tahan


Para escrever um texto bom, com um nível alto de acertos, em qualquer banca de concurso ou vestibular, é importante estar atento às três fases que implicam em uma boa escrita.
A primeira é a fase da leitura. Ler é acumulativo e, aqui para nós, nunca é pouco. Ler abre a mente, da informação, mostra caminhos, ou seja, descortina horizontes que o ser humano comum não pensaria sozinho. Ler é a base de todos os textos, pois são das leituras prévias e do conhecimento do mundo que nos fundamentamos para escrever nossas redações.
A segunda é a da escrita. A escrita tem regras específicas, difere-se da oralidade e, dependendo do texto, exige-se uma linguagem culta, correta, clara e objetiva. Escrever é uma arte, mas a prática – e somente a prática – desmistifica muita coisa. Para aprender, só escrevendo!
A terceira, e última fase, não menos importante que as anteriores, é a da reescrita, que vem a ser a correção do que se escreveu, seguida do “passar a limpo” o texto. Quando nós reescrevemos a nossa redação, depois de ela ter sido corrigida, evitamos os mesmos erros futuros, como os da ortografia, por exemplo, que é de memória visual.
Ler (para ter base e demonstrar conhecimento), escrever (para perder o medo e treinar) e reescrever (para evitar erros futuros e aprender a corrigir o próprio texto) são as únicas opções que restam para aqueles que um dia sonham em dominar esse bicho feroz, animal selvagem, que é a escrita humana!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MICROCONTOS

Ter pouco tempo disponível vai desembocar na pouca leitura também!

Depois de estudarmos sobre Narração, esse texto tão peculiar da nossa cultura, presente em nossas vidas desde a barriga da mãe, e também de lermos e analisarmos Quatro Contos Curtos, de Marina Colassanti, a proposta era muito simples para aquela turma do segundo ano do Ensino Médio, da Escola Anísio Teixeira, em Eunápolis: andar pelo perímetro interno da Instituição e escrever microcontos de até dois parágrafos sobre qualquer assunto ou fato visto. Os alunos saíram da sala, escreveram e trouxeram para mim.
Algumas pérolas do que fizeram podem ser lidas abaixo:

*

Coragem é isso

Lá vai ela, tão pequenina, frágil, mas com uma força de um gigante. Dava para ver a gota de suor rolando do seu rosto, já cansada, pois havia andado quilômetros atrás de algo que a alimentasse e a sustentasse durante aquela semana. Com as costas já doendo,avistou a sua casa de longe e se alegra ,chega e coloca aquele peso no chão. Peso? Claro, para uma formiga carregar um osso de galinha nas costas não deve ser nada fácil.
Nathália Martins Santos Fonseca

*

Devorado pouco a pouco. Mergulho no mar negro; cada vez mais revolto. Acho que irei afogar-me. Levo as cores no pensamento. O colorido se desfaz lentamente das minhas lembranças. Minha alma, agora branca e preta, cultiva como amiga a tão cobiçada utopia.
Chega como se trouxesse prosperidade, mas me dizem a todo tempo que trará infelicidade. Afogado no mar do desalento, engolido pelo erro, vejo um brilho distante, refletido no desespero em que se tornou minha vida.
Bruna Buzetti Alagia Vaz

*

O vento que leva

Olhando para aquelas crianças, lembrava-se de como odiava o vento.
Aquele vento, maldito vento, esse vento que Le tocava o rosto, era também o vento que impiedosamente havia levado seus amigos, que felizes brincavam na escola. Esse vento que varria suas más lembranças, mas que depois as trazia de volta com muito mais força. O maldito vento, que o separava de seus amigos, mas que causava mais raiva nele, por ser a única coisa que o mantém vivo.
Vinicius Pinheiro Guerreiro

*

Sorrisos inocentes, alegrias deslumbrantes, felicidade evidenciada.
Os olhares se encontram no meio da brincadeira. Dois corações acelerados. Os acasos do momento interverem na situação, os impedindo de se conhecer, mas para sempre se lembraram desse breve momento de apenas duas piscadas de olhos.
Maria Catarina Santos Galvão

*

Durante o dia, gosta de brincar com as bonecas. Entre um grito e outro, gargalhadas e choros, se diverte com seus amiguinhos.
Serena sonha com um futuro como aqueles que escuta nos contos de fada. De repente, conheceu a vida e descobriu que nem tudo é como se quer.
Beatriz Leal Tamandaré

*

Já é grande, não faz muito tempo que nasceu, vai crescendo, crescendo, crescendo...
Todos param para analisar, para cheirar, para cortar, se alimentar. E um dia pode até morrer, se ninguém cuidar.
Ialy Thainá Araújo de Jesus

*

Um lava-bunda desnorteado pousou por acaso na janela da sala. Tão inocente, coitado, esperou que eu lhe pegasse, mas eu, descontente com o que parecia tão curioso, joguei-o pela janela, para que livre pudesse voar. Só que tinha segurado com tanta força, que a asa pos-se a quebrar.
Letícia Azevedo de Souza

*

Antes, viajava em suas meras criancices. Agora, ao decorrer do tempo, vai em busca de uma maturidade e de sonhos jamais pensados. Para que, lá na frente, sejam alcançados.
Geovana Nunes

*

Eles brincam por toda parte, mas quando escutam um barulho, tudo acaba. Em alguns anos a saudade baterá em suas portas.
Lucas Lopes

*

A formiga balançava suas antenas, olhando seu predador: um louva-deus.
Este partiu para o ataque em direção à formiga. Mas foi em vão. Em dois segundos o predador jazia no formigueiro, atacado por centenas de suas moradoras.
Victor Silveira Gama

*

Um muro escuro me cerca, trazendo aos meus pensamentos o desejo da liberdade. Mas o verde me acalma, o que em mim já não quer mais existir.
Kaline Novaes

*

É uma guerra, uma luta para conseguir tal objetivo, que já havia sido conquistado antes, mas perdido através do tempo.
Não sabemos de onde vem essa ânsia de se conectar com o mundo em plena aula, só sabemos que é inevitável.
Vinícius Colen

*

A grama verde que está no chão se mistura com a terra formando um lindo coração.
O coração que bate forte, por uma linda paixão.
Bárbara Selda dos Santos

*

Sentado no banco da escola, olhando para o nada, o invisível me sussurrava que poucos o ouviam, mas ele não desistiria até encontrar a pessoa certa. Não era eu e, infelizmente, me encantei pelas suas formas quadradas.
Adson Rodrigues

*


O balanço enferrujado rangia enquanto a solidão susurrava ao seu ouvido. Risos distantes podiam ser percebidos. 
          Em seu coração reinava o barulho da ansiedade, que brigava com o silêncio de um espaço reservado prestes a ser preenchido. Passaram-se horas. A euforia diminuíra pela agonia da espera e, livre de qualquer esperança, caminhara em direção à infelicidade, quando, de repente, se viu salva pelas garras de quem tanto a fez agonizar.

Lorena Oliveira Cabral