sábado, 14 de julho de 2012

UM POUCO DE ARTE...




1. ANÁLISE CRONOLÓGICA DA HISTÓRIA DA ARTE

Em todas as civilizações há uma atividade humana que está sempre presente: a arte e suas manifestações (canto, dança, pintura, escultura, etc.).
A arte tem sido usada como um dos principais meios de manifestação dos sentimentos, crenças, valores & emoções dos homens.
Ao longo dos séculos, a arte passou por grandes transformações, mas não podemos afirmar que ela evoluiu como se estivesse passando de um estágio primitivo para um avançado. A grande arte é um eterno presente, ela não envelhece.

1.1 ARTE RUPESTRE

Nas paredes das cavernas, artistas pré-históricos traçaram linhas, compuseram desenhos e figuras e nos legaram uma imagem do seu mundo.
A arte Pré-Histórica se divide em período Paleolítico (inferior e superior) e Neolítico. No primeiro, também chamado de época da Pedra Lascada, a arte era incipiente e usada principalmente em rituais, crenças religiosas. O homem paleolítico superior (30.000 a. C.) é o responsável pelas artes deixadas nas cavernas, como Lascaux, na França, ou Altamira, na Espanha; pegadas humanas nas grutas, ou seja, pelo que chegou a nós da arte rupestre. Na segunda fase, chamada de época da Pedra-Polida, houve o desenvolvimento da agricultura, aldeias foram formadas, cestas, vasos cerâmicos e metalurgia começaram a ser usados. São dessa época os menis, cromlek e os dólmens, sendo o mais famosos deste último o Stonehenge, no Reino Unido.

1.2 ARTE GREGA E ROMANA

O apogeu da arte grega ocorreu no século V a. C. É a época de Péricles (o grande estadista ateniense), dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles e dos grandes poetas trágicos Sófocles, Eurípedes e Esquilo.
Nessa época a escultura alcança sua expressão máxima, dominada por um humanismo radical, coloca o homem no centro de suas representações. 
As características básicas desse período são: o realismo anatômico, a expressividade individual, a procura da harmonia (proporção) e a captação dos movimentos nas figuras.
A arquitetura dá seus melhores frutos através da construção de templos, teatros e estádios (Acrópole, Paternon, Templo de Atena Vitoriosa, Templo de Erectéion, etc.)

1.3 PERÍODO HELENÍSTICO

As conquistas militares de Alexandre Magno no século IV a. C. e a construção de um imenso império grego marcam o surgimento de um novo período, não mais estritamente grego, mas nasce da influência da tradição grega com as tradições de outros povos integrados na órbita do império, fundado por Alexandre, O Grande.
Obras famosas desse período: estátua da Vitória Latra de Samotrácia e a conhecida Vênus de Millo (ambas estão no museu do Louvre); o grupo escultórico que representa a morte do ateniense Laocoonte e seus filhos quando são atacados e mortos por duas serpentes monstruosas (desenterrado em 1506 em Roma, inspirou Michelângelo, na Renascença).

1.4 ARTE ROMANA

Chegado o momento dos impérios universais, uma nova potência se aproveita da ocasião: Roma, que aos poucos se apodera das colônias gregas. Em 146 a. C. a Grécia torna-se colônia romana, mas a arte grega não desaparece. Os romanos assimilam, dando continuidade e impulso, levando-a aos mais distantes povos do seu império.
Na arquitetura, o belo convive com o útil, e esse é o ponto chave da arte romana. Na escultura inspiram-se claramente nos artistas gregos e copiam numerosas obras. A pintura romana sobreviveu em grande quantidade (ao contrário da pintura grega) e os mosaicos que adornavam paredes e pavimentos nos revelam o aspecto criativo do artista romano.

1.5 ARTE MEDIEVAL

A Idade Média (I.M.) foi um período muito longo (durou de 500 até 1500). Presenciou a consolidação do poder do Catolicismo. Houve vários momentos de crise, mas a igreja Católica conseguiu superá-los e manteve sua hegemonia até o século XVI, quando ocorreu o movimento da reforma protestante, liderada por Lutero.
A arte é basicamente uma arte religiosa.
As pinturas e esculturas serviam para transmitir mensagens para os fiéis (passagens bíblicas e fatos das vidas dos santos). Não faltavam também representações do inferno, que serviam para incutir medo aos fiéis e temor a Deus, representados com um realismo impressionante.
Na arquitetura destacam-se dos estilos principais de construção de templos ou basílicas: Românico e o Gótico.

1.6 ROMÂNICO

Significa à moda romana. Teve seu apogeu no século XI e na primeira metade do século XII. Caracterizando-se pelo uso do arco redondo, pela presença de grossas paredes de pedra e janelas pequenas. Os portais e colunas eram decorados com escultura, as paredes e os tetos eram decorados com afrescos (Ascensão de Cristo e Juízo Final).

1.7 GÓTICO

Ao longo do século XII e XIII, o romano foi sendo substituído pelo Gótico. Com o desenvolvimento da engenharia, os construtores aprimoraram as proporções arquitetônicas para dar às estruturas uma altura cada vez maior.
O estilo gótico apresenta arcos ogivais, agulhas altíssimas, vitrais rosáceos e elaboradas fachadas esculpidas. O seu interior recebia muita luz devido aos vitrais que eram decorados com imagens e cenas religiosas.
As esculturas eram muito mais realistas do que tinham sido até então na I. M. Época das grandes catedrais européias. Difusão da pintura sobre madeira.
O artista gótico está interessado em exprimir principalmente a atmosfera mística e divina dos episódios religiosos. Por isso não se preocupa em dar à obra uma rigorosa profundidade espacial, ou seja, a terceira dimensão, que tornaria a obra mais realista. Os rostos humanos serenos e idealizados exibem traços estilizados, assim como elementos arquitetônicos (janelas, arcos, etc.) e os elementos naturais (como árvores, rocha, etc.).
Difundiu-se por toda a Europa. Em alguns lugares até o século XVI.
O artista mais original dessa época é o holandês Jeronimus Bosch (Os Sete Pecados Capitais).
A escultura gótica concentra-se principalmente no exterior das catedrais e apresenta como característica a forma alongada das figuras. Por outro lado, o tema da virgem Maria com o menino Jesus é muito explorado. Assim como os temas da crucificação e da Pietá. Originalmente eram pintadas, as vestes tinham cores vivas e nelas eram muitas vezes engastados vidros coloridos ou pedras coloridas.

1.8 RENASCENÇA

Renovação científica e cultural ocorrida na Europa (séculos XV e XVI). Começou em Florença, na Itália, e foi criando aspectos diferentes à medida que se difundia na Europa. A base desse movimento encontra-se no crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades européias. O aperfeiçoamento da imprensa (Gutenberg) facilitou a difusão de novas idéias, contribuindo para o enriquecimento do ambiente cultural.
Os artistas (pintores, escultores, arquitetos, etc.) inspiravam-se nas antigas obras dos gregos e romanos, que se transformaram em modelos, por isso dizia-se que a gloriosa arte antiga estava RENASCENDO.
Um dos precursores foi o pintor Gioto (1267 - 1337), que antecipa o renascimento.
A representação fiel do corpo humano e a preocupação com a elaboração da perspectiva estão presentes nos afrescos de Masatio (afresco da Trindade, Igreja Santa Maria Novela, em 1427).
No renascimento a burguesia torna-se também uma poderosa patrocinadora das artes, ao lado do clero e da aristocracia. Exemplo disso é o quadro O Casal Yardofine, pintado pelo holandês Ian Vanaick.
No renascimento desenvolveu-se também o estudo do corpo humano e do mundo natural, que passam a serem representados pelos pintores de forma bem detalhada, como nunca se tinha feito antes.
A escultura por sua vez independeu-se da arquitetura e readquiriu a autonomia que possuia na antiguidade clássica, desenvolvendo-se admiravelmente. O escultor mais famoso: Michelângelo (estátua de Davi e o grupo escultórico da Pietá).
Ao lado das histórias bíblicas, as mitologias gregas e romanas são explorados como tema para pinturas, esculturas, decoração de teto e parede, artesanato, etc. (Nascimento de Vênus, de Sandro Bocicelli).
A pintura da Capela Cistina feita por Michelângelo em 1508 a 1512 é um dos pontos altos da arte do Renascimento e do mundo.
O retrato tem em Leonardo da Vinci seu principal nome (La Gioconda ou Monalisa)

1.9 BARROCO

A arte barroca estendeu-se por todo o século XVII e primeiras décadas do século XVIII. Surgiu em Roma e espalhou-se aos poucos pela Europa e América Latina, assumindo características diversas ao longo do tempo. O barroco nasceu na Roma dos papas e foi frequentemente usado como forma de expressão da mensagem Católica da Contra-reforma.
É uma arte que procura emocionar ou comover o espectador. Nesse sentido a igreja converte-se numa espécie de espaço cênico sagrado onde são representados os dramas da salvação humana, numa mistura de arte e catequese.
A música muito valorizada nos ofícios religiosos a partir da Contra-reforma desenvolveu-se muito e contribuiu, junto com as artes plásticas, para envolver os fiéis numa experiência religiosa (Johan Sebastian Bach). De certa maneira, assistimos a uma retomada do espírito religioso e místico da I. M., numa espécie de ressurgimento da visão teocêntrica do mundo.
A exuberância da arte barroca foi considerada de mal gosto pelos Neoclássicos do século XVIII, e foi a partir de 1750 que a palavra "barroco" passou a ter sentido pejorativo, designando uma arte extravagante. Só a partir do ano de 1850 que a arte barroca começou a ser revalorizada.
Característica marcante é o efeito de ilusão buscada pelos artistas. Isso se manifesta principalmente nas pinturas feitas em tetos e paredes de igrejas ou palácios. Os artistas pintam cenas e elementos arquitetônicos (como colunas, escadas, balcões e degraus) que dão uma incrível ilusão de movimento e ampliação de espaço.
Na arquitetura barroca o emprego frequente da coluna sinuosa é uma forma de romper com a rigidez renascentista, inspirada na antiguidade grega e romana (Baldaquino de Bronze, Gian Lorenzo Benini, altar-mor da Basílica de São Pedro).
Mas do que estrutura, porém, o artista barroco procurava o embelezamento de portas e janelas e a ornamentação de interiores. Colunas, altares e púlpitos eram recobertos com espirais, flores, monstros e anjos, num jogo de cores e formas, que juntando pintura, escultura e arquitetura, provocavam um grande impacto visual.
A característica marcante da pintura barroca é a iluminação dramática das cenas, numa exploração dos jogos de luz e sombra que acentuam o caráter místico e emocional que predomina no barroco. (El Grecco: A Agonia de Cristo no Jardim das Oliveiras; e Juan Valdez Leal: Num Piscar de Olhos). Caravagio é um dos principais nomes da pintura barroca. Seu quadro A Morte de São Mateus é uma das obras mais importantes. Outro grande pintor que explorava bastante o jogo de luzes foi Rembrandt. Uma das telas mais importantes também desse período é As Meninas, do espanhol Diego Velásquez, considerada uma obra prima da arte.
A escultura barroca privilegia o movimento. As figuras deixam de ser representadas numa atitude de repouso para serem flagradas no meio de uma ação. Uma das obras primas é a decoração que Benini representou na Capela da família Cornaro, na igreja Santa Maria da Vitória, em Roma.
A arte barroca teve desenvolvimento no Brasil com a descoberta de minas de ouro e pedras preciosas. O maior representante é Antônio Francisco Lisboa, o aleijadinho.

1.10 NEOCLASSICISMO

Por volta de 1750, começa a surgir uma reação contra os exageros da arte barroca: o Neoclassicismo Essa reação propunha uma retomada da simplicidade e harmonia das formas clássicas, inspirando-se na antiga arte grega e romana. Vigorando até o início do século XIX quando então é superado pelo movimento romântico.
Os temas e modelos da antiga arte clássica voltaram à moda e um dos fatores que provocaram essa revalorização foi a redescoberta, no século XVIII, de Pompéia e Herculano, cidades romanas destruídas pela erupção do Vesúvio, no ano de 79 da era cristã.
Muitos escritores, artistas e historiadores visitaram as ruínas das duas cidades e divulgaram  os achados encontrados nos escombros, que passou a ser imitada nas pinturas, na escultura, na arquitetura e nas artes decorativas.
Na escultura um dos principais nomes é o de Antônio Canova.

1.11 ROMANTISMO

O século XIX presenciou o surgimento de importantes movimentos artísticos, dentre eles o romantismo, que durou até 1850.
Caracteriza-se pelo predomínio da emoção e do sentimento, sobre a razão. É o triunfo da paixão e da sensibilidade.
O artista romântico é profundamente subjetivo e tem grande atração pelos ambientes solitários, noturnos e misteriosos. Deleita-se com o espetáculo da natureza, principalmente com a majestade das imensas florestas, os largos horizontes, as noites enluaradas, quando então seu espírito pode divagar e sonhar. E nessa solidão busca o contato íntimo com Deus, numa experiência de intensa religiosidade. Para o espírito melancólico do artista romântico, a visão das ruínas é um momento muito especial, contemplando os restos de uma época gloriosa, os românticos meditam sobre as incertezas do destino dos homens e a brevidade da vida.
Intenso nacionalismo e sua exaltação apaixonada da liberdade da liberdade, não só individual, como também política, que o faz lutar contra todas as formas de opressão. (Delacroix, A Liberdade Guiando o Povo, 1830). Alguns dos grandes nomes da pintura é Whilliam Blake e Francisco Goya.

1.12 REALISMO

O excesso de fantasia e subjetivismo que predominava na arte romântica, provocou reação num grupo de jovens pintores franceses, que acreditavam ser missão do artista pintar exclusivamente o que podiam vivenciar com os sentidos, numa volta à realidade social e material.
Alguns artistas voltam-se então para a representação da vida dura e sofrida, da massa anônima, dos homens e mulheres que trabalham no campo ou no interior das fábricas.
Alguns grandes nomes da pintura realista: Françoise Myé, Charle Cotê, Gustave Coubert e Edouard Manet.
Contemporâneo dos realistas, mas ocupando um lugar à parte por seu estilo forte e original está Rodin, o escultor mais importante do século XIX e da história da arte. Rodin tirou a escultura duma fase de cópia e estagnação e transformou-a novamente numa forma de arte de forte expressão individual.

1.13 IMPRESSIONISMO

Monet e Renoir viam o realismo como uma abordagem estética exageradamente presa ao real. Também recusavam a arte acadêmica, mas queriam algo diferente. Começaram a sair do ateliê para pintarem ao ar livre, buscando captar os fugazes efeitos da luz. Abandonando os temas históricos e mitológicos e a composição física da pintura tradicional, os impressionistas querem captar o momento presente. São pintores fascinados pela luz. De 1874 a 1886, sua inovação fecundaram outros movimentos e influenciaram muitos pintores importantes.

1.14 PÓS-IMPRESSIONISTAS

Grupo de artista que estiveram em atividade no final do século XIX. Embora sejam muito diferentes entre si, revelam influência marcante do impressionismo.
Os pintores mais destacados dessa fase são: Cézanne, Gaugin e Van Gogh.

1.15 ARTE NO SÉCULO XX

Em 1907, o espanhol Pablo Picasso e o francês Jorge Brach desenvolvem as idéias do CUBISMO. Na pintura cubista o artista dá simultaneamente várias visões de um só tema, tomada a partir de diversos pontos. Há um abandono da perspectiva e os elementos do quadro são estilizados em forma geométrica. Essa forma inusitada de representar a natureza e a figura humana provocou estranhamento que pertubou o público e gerou muitas polêmicas. (Picasso, As Senhoritas de Avignon).
Exprimir as emoções e o mundo interior do artista, usando a distorção violenta, a cor forte e o traço exagerado, esse era o objetivo do EXPRESSIONISMO, surgido nos primeiros anos do século XX. O precursor e maior nome é do norueguês Edvar Moong (O Grito).
Nascido na primeira década do século XX, o ABSTRACIONISMO se baseia na convicção de que cor e forma têm seu valor artístico intrínseco, não sendo necessário imitar ou representar a realidade exterior. O abstracionismo tem relações com o cubismo mas leva mais longe a autonomia do artista. Se o cubismo fragmenta o objeto em formas geométricas, no fundo tem a intenção de fazer a imagem inicial surgir de modo mais intenso, dentro de um espaço próprio.
O mesmo ocorre com o FUTURISMO cujas investigações sobre o movimento procura imprimir com mais vigor o tema tratado. Por mais difícil que seja identificar o objeto num quadro cubista ou futurista, eles estão ali. No abstracionismo o objeto desaparece completamente, o quadro deixa de figurar, de representar, de uma vez por todas, a realidade exterior. Vale por si mesmo, independentemente de qualquer referência externa. Isso constituiu uma verdadeira revolução no conceito de arte. Principal pintor abstrato foi o russo Vassili Kamynski.
O SURREALISMO surgido em 1924, na Suiça, é um importante movimento que marcou o século XX. Buscava libertar o artista dos limites da razão, propondo a expressão plena dos conteúdos da imaginação e do inconsciente, num registro automático sem nenhuma espécie de censura. Sob a influência de Freud, os surrealistas passaram a explorar os sonhos e a livre associação de idéias, procurando expressar os conteúdos mais profundos da mente. Principais nomes são: George Piquirico, Salvador Dalí, Juan Miró, entre outros.

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arte continuará a ser a referência que a humanidade terá sobre o seu passado, presente e também o futuro. Por isso, aprofundar-se nesse tema é algo grandioso e, ao mesmo tempo, enriquecedor: aprende-se a olhar para a sua própria história e, em conseqüência disso, para a história do mundo.

3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. 1º edição, 4ª impressão. São Paulo: Editora Ática, 2009.

TUFANO, Douglas. História da Arte. VHS. São Paulo: Editora Ática, 2000.

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