segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

SORRIR É O REMÉDIO!


Sorrir será o grande segredo de 2013, pelo visto. Oportunidades ímpares de se levar menos a sério, rindo dos próprios defeitos e do passado que não tem mais volta.
E foi isso que fiz na virada do ano. Ouvindo casos & causos dos amigos e dando boas gargalhadas para entrar o ano leve, tendo certeza de que não sou um misantropo ou um solitário nas gafes cotidianas.
Um amigo, que evitarei o nome, narrou na mesa onde estávamos dois fatos acontecidos com ele interessantes e que merecem ser passados à frente, mesmo sem ter me autorizado para isso. E daí? O que vale aqui, como dito acima, é o valor da alegria nas bobagens cometidas...
Tirando onda como gerente bancário, com apenas 27 anos na época do acontecido, moto possante e nova namoradinha a tiracolo, gatinha, cheirosa e recém-saída da adolescência, foi fazer uma graça no antigo e saudoso Chão de Estrelas, na Beira-Rio.
Beberam, dançaram agarradinhos e sentaram-se para comer algo. No cardápio, um tal de Camarão Paulista. O garanhão, demonstrando poder e fortuna, disse que nunca havia comido tal iguaria. Iria pedir para saber como era. Muito bem. Solicitou ao garçom, que veio com um prato bonito, segundo o próprio “parecendo a Carmem Miranda”, cheio de folhas, tomates e no meio um pote com água esverdeada e um limão em rodelas no fundo.
O sujeito pensou: deve ser o diferencial, o modo paulista. Então, ele mergulhava o camarão no líquido e dava na boca da mulher. Crente que estava abafando. As pessoas ao lado sorriam, ele nem aí. “Estou pagando mesmo, que se lasquem!”
Iam comendo o prato, até que a água secou na tigelinha branca, então, vez ou outra, pegava o limão, espremia no crustáceo e metia goela abaixo dele e do novo amor, sem dar a mínima importância à inveja alheia, olhando, comentando e sorrindo o feito romântico.
Na hora de pagar a conta, perguntou ao gerente:
- Vem cá, o que é que vocês colocam naquela aguinha que vem no pote?
Ao que ele respondeu, sem pestanejar:
- Como o camarão é um pouco oleoso, a gente coloca duas gotinhas de detergente, um limão cortado no fundo, para a pessoa molhar os dedos, para não ficar melado de gordura!
O rapaz saiu apressado do local e nunca mais retornou lá.
Depois de contado esse caso, ele emendou com outro, acontecido no também saudoso Boulevard, de propriedade de meu tio Wadih Haun, gerenciado pelo “falível” tio Faruk.
Dessa feita, com outra gatinha ao lado, foi jantar fora e a melhor opção para a noite era o famoso restaurante, também sito à Beira-Rio.
Sentaram-se com todas as pompas e circunstâncias. Olharam o cardápio e tinha um estranho “Lagarto” escrito. E o mesmo pensamento lhe ocorreu:
- Olha, nunca comi isso aqui. Vou experimentar!
Chamou o garçom, mas foi logo interpelando:
- Quero esse “Lagarto”... agora você fale para o pessoal da cozinha que arranque a cabeça por causa dos dentes cariados... e a ponta do rabo fora, que eu não como esse negócio duro, não!
Gargalhada geral, percebi que talvez o problema não fosse dos menus da vida e, sim, desse amigo desastrado e sem noção!
* Gustavo Atallah Haun é professor, formado em Letras, UESC, e ministra aula em Itabuna e região. Escreve para jornais de Itabuna, Ilhéus e edita oblogderedacao.blogspot.com (g_a_haun@hotmail.com). É maçom, da Loja Acácia Grapiúna.

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