domingo, 14 de julho de 2013

MEMORIAL DO CONVENTO

PELOS ESCANINHOS DE MEMORIAL DO CONVENTO: REALIDADE & FICÇÃO[1]

Itana Leão, Aquilino Júnior,
Carmem Cristina, Gustavo Haun[2]

RESUMO

Em Memorial do Convento, o escritor português José Saramago realiza uma construção de uma narrativa baseada no cenário da história do império português, no reinado de Don João onde, a partir de personagens e fatos históricos, Saramago criou seu texto ficcional. Os textos documentais são correspondentes a Memorial do Convento no que se refere à construção do convento de Mafra, bem como as motivações do rei em construí-lo: ele resolve criar um imponente convento em função de uma promessa religiosa que o daria um herdeiro. Os personagens que compõem este romance nos comovem pela simplicidade e nos desperta a necessidade de repensar os acontecimentos e as figuras históricas à luz de uma nova realidade criada no presente e pressentida no futuro. Diante da obra na qual está sendo analisada julgamos que a escrita persegue uma preocupação com o ser humano, a sua miséria e a sua luta, as injustiças e os seus anseios, a sua grandeza e os seus limites.

Palavras-chave: literatura portuguesa, realidade, ficção, história, convento.

1. INTRODUÇÃO

José Saramago, escritor português que em 1969 filiou-se ao Partido Comunista devido aos acontecimentos políticos em novembro de 1975, em Portugal, abandonou os jornais e passou a ganhar a vida como tradutor de textos. Somente a partir do lançamento de “Memorial do Convento”, em 1982, é que passou a viver única e exclusivamente de literatura.
A partir de 1992, passou a morar em Lanzarote, ilha do arquipélago das Canárias; sua obra compreende: contos, romances, poesia, teatro e muitos ensaios. Um autodidata, José Saramago é extraordinariamente um fenômeno da literatura.
Não é difícil localizar a inspiração do real na obra Memorial do Convento já que o cenário da história é o império português no reinado de Don João, ou seja, a partir de personagens e fatos históricos Saramago cria seu texto ficcional.
Memorial do Convento é o romance que o tornou célebre, é um texto multifacetado e plurissignificativo que tem ao mesmo tempo uma perspectiva histórica e social, a inteligência e a riqueza de imaginação do escritor são expressas na obra de forma intensa e reveladora. Buscamos neste artigo localizar em Memorial do Convento as relações entre o fictício e o imaginário propostas por Iser. Contudo, uma das questões presentes nessa novela é a fronteira entre a história e a ficção. Saramago em seu argumento traduz-se numa estratégia narrativa vinculada com o plano da história, com o plano da ficção da história e com o plano do fantástico, que funcionam através da oposição ao mundo retratado como elemento fundamental.
Enfim, a realidade histórica encontra-se enleada nas teias da ficção e mais claramente no surreal, quando os fatos históricos relatados pelo autor são cruzados com elementos meta-empíricos possibilitando ao homem a capacidade de penetrar no interior dos humanos.

2. A AUTO-INDICAÇÃO E A PASSAROLA

Buscamos, aqui, localizar em Memorial do Convento elementos que representem as relações entre o fictício e o imaginário propostas por Iser. Para tal, analisaremos como opção de estudo a máquina de voar do Padre Bartolomeu. Na obra, ao mesmo tempo em que o texto relata a construção do convento em Mafra, outra trama se desenrola com os personagens padre Bartolomeu, Baltasar Sete-Sóis e Blimunda, que, entre outras ações, estão empenhados em construir uma máquina de voar, projetada pelo padre.

Então é isso, e o padre Bartolomeu Lourenço respondeu, Há de ser isto, e, abrindo uma arca, tirou um papel que desenrolou, onde se via o desenho de uma ave, a passarola seria. isso era Baltasar capaz de reconhecer, e porque à vista era o desenho de um pássaro, acreditou que todos aqueles materiais, juntos e ordenados nos lugares competentes, seriam capazes de voar...” (Saramago, 1982, p.58)

Segundo Iser, a ficção parte da tríade realidade-fictício-imáginário, constituindo assim o texto literário, contendo “elementos do real sem que se esgote na descrição desse real” (Iser, 1996:13). Desse modo, vemos como tais fatores se combinam no percurso do livro ora trabalhado. Elementos históricos e ocorrências do real ganham uma elaboração dotada da autonomia característica do texto ficcional.
Não é difícil localizar a inspiração do real na obra Memorial do Convento, já que o cenário da história é o império português no reinado de Dom João. Ou seja, a partir de personagens e fatos históricos o romance edifica sua trama. Os registros históricos correspondem ao romance no que tange à data e motivações da construção do convento. Ou seja, seria conseqüência de uma promessa feita pelo rei pela suposta graça de ter o próprio Deus concedido um herdeiro (um príncipe) ao rei Dom João V.
Sobre a noção do real, para construir o texto ficcional, o autor realiza o que Iser chama de ‘transgressões’. Tais transgressões seriam os “atos de ficção”: 1. A SELEÇÃO, transgressoras por serem escolhas a partir da realidade; 2. COMBINAÇÃO, a maneira como o autor dispõe sua seleção na obra, e por meio dela o texto ganha sua configuração de ficção; 3. E, finalmente, a AUTO-INDICAÇÃO, o ato em que se estabelece o acordo tácito com o leitor, ou ainda, em que se dá o ‘desnudamento” da ficção como tal. (Iser, 1996)
Através da Máquina de voar, a “passarola”, do padre Bartolomeu, o texto do romance Memorial... trafega por pelo menos duas instâncias presentes no texto: a metaficção historiográfica e o elemento fantástico de uma máquina de voar em pleno século dezoito. Ao mesmo tempo em que o texto nos oferece referências aos eventos históricos, ainda que desenvolvidos com autonomia na seqüência narrativa, diálogos e linguagem, temos um acontecimento desafiador à imaginação no sonho de voar do padre. O plano é compartilhado por Baltasar, que trabalha como operário nas obras do convento. Assim, temos durante o texto a presença de personagens históricos da corte portuguesa, bem como cenários e fatos como a construção do convento em Mafra e a relação da sociedade com a onipresença religiosa, entre o governo monárquico e o poder do clero. Compondo o conjunto, paralelamente estão os personagens Baltasar Sete-Sóis, Blimunda e o padre Bartolomeu, numa empreitada de construir uma máquina voadora.
Fortalecendo o teor místico e fantástico, vale ressaltar a busca dos personagens pelo modo como a passarola voaria. Inicialmente, o padre Bartolomeu supõe que faria a máquina voar movida por uma força cósmica que ele chama de “éter”, uma força que sustenta o sol e as estrelas no céu, e que poderia ser “capturada” por processos de alquimia. Após consultas com alquimistas na Holanda, o padre Bartolomeu chega à conclusão que o éter seria a própria vontade de Deus, vontade essa que todo ser humano também carrega dentro de si.
Blimunda, por sua vez, é dotada de uma capacidade de ver as pessoas por dentro, e assim, poderia ver a alma das pessoas. O “éter”, ou as “vontades” que cada ser humano traz consigo, poderiam então ser “capturadas” por Blimunda (p, 111):

“O padre persignou-se, Graças, Meu Deus, agora voarei. Tirou do alforje um frasco de vidro que tinha presa ao fundo, dentro, uma pastilha de âmbar amarelo, Este âmbar, também chamado electro, atrai o éter, andarás sempre com ele aonde andarem pessoas, em procissões, em autos de fé, aqui nas obras do convento, e quando vires que a nuvem vai sair de dentro delas, está sempre a suceder, aproximas o frasco aberto e a vontade entrará nele, E quando estiver cheio, Tem uma vontade dentro, já está cheio, mas esse é o indecifrável mistério das vontades, onde couber uma cabem milhões, o um é igual ao infinito.” (Saramago, 1982)

Podemos considerar ou localizar uma referência do real no texto já que a historiografia é correspondente a Memorial do Convento no que se refere à construção do convento de Mafra, bem como às motivações do Rei em construí-lo. No que tange à máquina de voar, as relações entre realidade e ficção são, no mínimo, mais sutis. Nem por isso, são menos marcantes, sendo, portanto, de possível identificação. Se a imaginária passarola tem a forma de um pássaro assim também se parecem os aviões que seriam inventados dois séculos depois da suposta máquina do padre Bartolomeu. E o que dizer do desejo do homem de voar que perpassa a história da humanidade? Tal desejo, podemos considerar, seria uma relação com um referente bastante coerente. Ou seja, na ocorrência da passarola temos diversos elementos do mundo dito “real”, selecionados, combinados e reinventados na transgressão e autonomia literárias.
O que torna a passarola um produto ficcional seria a liberdade transgressora interna do texto. É no resultado desses atos que temos o “desnudamento” da ficção como tal. No jogo de fatores colocados no texto é que a ficção se desnuda ao leitor. Como coloca Iser, a sutileza desta auto-indicação se estabelece como relacionamento dos campos de referência diz sobre a qualidade própria ao texto literário. O texto se revela como um produto fictício nas entrelinhas do jogo entre real e imaginário. Desse modo, estabelece-se o acordo com o leitor e a narrativa ganha seu valor próprio como conhecimento da realidade em toda sua condição e discurso. Como nos diz Lucente (1986), o texto literário tem importância “por causa e não apesar de seu status como mentira”. (p. 318)
A oposição oferecida em Memorial do Convento nos revela as proposições do absurdo com as quais nossa percepção é convidada a participar. Coloca-nos diante de uma construção que ilustra um poder (monarquia e clero) exercido com violência e empáfia, lado a lado com uma máquina movida por “vontades” extraídas do estômago das pessoas e engarrafadas num frasco de vidro. O plausível e o implausível misturam-se e confundem-se, como se um autorizasse o outro no campo da apreensão. A passarola voa, o convento é erguido. A imaginação e a referência desafiam o leitor a apreender o real no concreto, mas também na autonomia, entre a solidez e a liberdade.

3. CONCLUSÃO

A arte novelística multifacetada criada por José Saramago em Memorial do Convento, confere-lhe sua independência literária, invocando a tradição que, de algum modo, no contexto atual, pode ser considerada como radical. Na sua obra pode-se observar um conjunto de uma série de projetos, onde todos os fatos representam novas tentativas de se aproximarem da realidade distanciada. Entretanto, em Memorial do Convento, Saramago inseriu personagens reais e históricos vinculados ao real e ao fictício que, de certa forma, transpareceu-nos, ainda que simbolicamente, a indiferença da história oficial em relação aos inúmeros anônimos que construíram não só o convento de Mafra, como também a própria história de Portugal.
O objetivo da análise desse romance foi narrar e avaliar a estratégia que Saramago efetivamente fez ao conceder oportunidades aos excluídos da história, transformando assim o memorial dos esquecidos, proporcionando ao leitor a oportunidade de refletir sobre o passado histórico concedendo-lhe igualmente a possibilidade de rever um possível futuro.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ISER, Wolfgang. Os atos de fingir ou o que é ficício. In: COSTA LIMA, Luiz. Teoria da Literatura em suas fontes. 2. ed. rev. E ampl. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.

In: HITCHEN, linda. Poética do Pós-Modernismo. Rio de Janeiro: Imago, 1991.

SARAMAGO, José. Memorial do Convento. 33º edição. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2007.




[1] Artigo realizado como conclusão da disciplina Literatura Portuguesa IV, sobre orientação da professora Reheniglei Rehem.
[2] Alunos graduandos do curso de Letras, UESC, Bahia, Brasil.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

MAIS UMA DO CHICO...

Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamentos, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida.

Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na bênção de Deus que permitiu a cura.

Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.

Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.

Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.

Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.

Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior.
A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.

Tenha a sabedoria superior. Seja um eterno aprendiz na escola da vida.
A sabedoria superior tolera; a inferior, julga.
A superior, alivia; a inferior, culpa.
A superior, perdoa; a inferior, condena.

Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!


Chico Xavier

BOM FINAL DE SEMANA!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

ATENÇÃO PARA O SISU.1 NESTA SEXTA-FEIRA

Termina amanhã prazo para entrar na lista de espera do Sisu

11/07/2013 - 15h25
Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
 
Brasília – Os candidatos que não foram selecionados em nenhuma das duas chamadas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre deste ano têm prazo até amanhã (12) para entrar na lista de espera. A convocação será a partir do dia 17 de julho.
O candidato deve acessar o site do Sisu e, no boletim, clicar no botão em que se confirma o interesse em participar da lista. O candidato poderá participar apenas na primeira opção de vaga. Ao final, o sistema emitirá uma mensagem de confirmação.
Podem entrar na lista de espera tanto aqueles que não foram selecionados em nenhuma das opções de curso quanto os incluídos pela segunda opção, independentemente de terem feito a matrícula.
Esta edição do Sisu teve 788.819 estudantes inscritos. Foram ofertadas 39.724 vagas em 54 instituições públicas de ensino superior.
O Sisu foi desenvolvido pelo Ministério da Educação para selecionar os candidatos às vagas das instituições públicas de ensino superior a partir da nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A seleção é feita pelo sistema com base na nota do Enem.
Edição: Nádia Franco

quarta-feira, 10 de julho de 2013

EDUCAÇÃO É A SAÍDA?


Nunca me decepcionei com a Educação. Eu me decepciono é com o que está no entorno, digamos assim, da coisa. São doze anos de magistério, que vivo em busca do melhor de mim e da formação daqueles que oriento.
Se me perguntarem se é ruim trabalhar com o ensino, direi sempre que não, não é mal. É um trabalho de muita honra, responsabilidade e, desde que seja competente, tem razoável oferta no mercado.
Agora, um dos percalços que se encontra no meio é os de quem comandam a educação no Brasil, e os que estão próximos destes. Essa é uma real derrocada do setor.
Enquanto os sindicatos dos bancários, só para exemplificar, marcam em cima os gerentes, diretores e subdiretores que assediam moralmente seus subalternos, isso é uma praxe cotidiana no ambiente escolar e, o pior, ninguém faz nada, nem sindicato de instituições educacionais particulares nós temos na região.
De cima para baixo, o pau quebra. O professor, culpado de todas as mazelas, é destratado e desrespeitado pelos alunos, pelos coordenadores, pelos diretores e pelos pais. Então, é fácil perceber que está difícil quebrar a cadeia viciosa: ou se adéqua ou se cria uma big revolução! Como ninguém hoje em dia tem o ímpeto e a força de um Guevara, ou se frustra ou vai-se empurrando com a barriga!
O mais difícil é aceitar entrar no sistema ganhando miséria. Se pelo menos valesse a pena financeiramente, poder-se-ia aguentar um mau humor aqui, uma indisciplina ali, um esporro acolá, uma sala com sessenta alunos, uma falsa amizade lá adiante e por aí vai.
Mas a vida do docente, se não for concursado e sobreviver de escolas particulares, é a de engolir sapo(s)! E a pressão alta, o stress, a rouquidão, a exploração, a correria por prazos e o assédio moral, como já foi dito, é o comum nos corredores dos colégios ditos nobres.
A docência é a única profissão em que, faltando a aula, mesmo com atestado médico, o infeliz é obrigado a repor a aula perdida. O sujeito pode ter estado no leito de morte, não importa, é obrigado. E quando chega ao trabalho, no outro dia, moribundo ainda, todos o olham com cara fechada, como se o elemento fosse um criminoso. Sequer telefonam para perguntar se o desgraçado já desencarnou ou se ainda está entre os vivos!
Não, jamais foi a educação o problema do nosso país, muito menos a cultura. Elas são, na verdade, as molas impulsionadoras da vitória íntima, ou familiar, ou coletiva, isso sim. A desgraça cotidiana são os mal educados, a puxação de saco, os incultos, a “filadaputagem” dos vaidosos que estão por trás das mesas administrativas estudantis, de olho no lucro, nos tapinhas das costas dos patrões e subservientes aos genitores que deixam os filhos ao léu porque endinheirados, descomprometidos ou despreparados.
A educação e a cultura são os únicos meios de evolução de um povo, instrumentos de se chegar à verdade que liberta, formar consciências despertas e promover viagens cognitivas sem sair do lugar, além de preparar para o mercado de trabalho, é claro. Porém, o preço que se paga para isso é alto, quer dizer, o preço pago do lado fraco da corda, porque do lado negro da força...

Gustavo Atallah Haun – Professor, formado em Letras na UESC. Editor de obloderedacao.blogspot.com.br. Escreve para jornais e sites da região sul da Bahia. É maçom, da Loja Acácia Grapiúna.

terça-feira, 9 de julho de 2013

MOMENTO ESPECIAL!


Como homenagem a esses dias tão especiais em que vivemos em terras tupiniquins, em que o Gigante acordou do "berço esplêndido", eis a Bandeira do Brasil em imagem fantástica formada pela natureza, fotografada sob e sobre o rio Amazonas. É o verdadeiro "lábaro que ostentas estrelado"...

Parabéns, Brasil!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

domingo, 7 de julho de 2013

120 LIVROS GRATUITOS PARA DOWNLOAD

120 livros acadêmicos para download gratuito
27/09/2011

Os livros são disponibilizados pela Cultura Acadêmica, parte da Fundação Editora da UNESP


(Crédito: Shutterstock.com)
(Crédito: Shutterstock.com)

Universidade Estadual Paulista (UNESP), através da Cultura Acadêmica (um dos braços de sua editora principal), está disponibilizando 120 títulos acadêmicos em formato digital para download gratuito. Os livros estão divididos em 23 áreas do conhecimento e são voltados para estudantes de graduação e pós-graduação que precisam de material de apoio para desenvolver projetos acadêmicos.







Confira nos links a seguir quais são os livros disponibilizados pela Cultura Acadêmica:


sábado, 6 de julho de 2013

CARTA-ARGUMENTATIVA DE UMA MÉDICA:


Tudo que uma médica BRASILEIRA, que trabalha no interior, quer falar para a "Presidenta" hoje:


Dilma, deixa eu te falar uma coisa:

 Este ano completo 07 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e, desde então, por opção de vida, trabalho no interior. Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto... Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira.
Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão. Por que comprei? Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.
Você sabe o que é puxadinho? Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira? Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria? 
Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida (não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade!) que era distribuído aos que aguardavam na recepção. Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir uma mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada. Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido. Já fui ambulando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré-natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada...
Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer... Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você. 
Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele... Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância para transferir, nem vaga em outro hospital? Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador? De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI? A gente é preparado para ver gente morrer, mas não nessas condições!
Ah, Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! 
Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada! E você sabe bem disso. Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo...
As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação e quando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas... Mas às vezes eu não tenho luva e fio para fazer uma sutura, o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!
O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Na tua cara e dessa corja que te acompanha! Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que faço medicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.
Quer um conselho? Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês! Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou! Se você não sabe ser "presidenta", desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!
Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo!

Fernanda Melo, médica, moradora e trabalhadora de Cabo Frio, cidade da baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

MAIS UM TEXTO NOTA DEZ DE 2013

(SANTA CASA)
Leia o tema dado a seguir e analise as ideias nele contidas. Com base nessas ideias, faça uma dissertação em que você exponha seus pontos de vista e conclusões. A dissertação deve ter a extensão mínima de 20 linhas e máxima de 30, considerando-se letra de tamanho regular. Tema:

"O discurso aparentemente verdadeiro é mais perigoso que o discurso claramente mentiroso."

REDAÇÃO:

“Por baixo de cada face há outras milhares escondidas; há aquelas que permanecem assim por toda uma vida, algumas só aparecem ao anoitecer, já outras vivem do nascer ao pôr do sol. Cada discurso dito por tais faces pode ser mel ou veneno. O mel pode ter veneno, e o veneno, mel.
Cada gesto, cada palavra, cada olhar, andam com uma rosa e um punhal, e, certas vezes, quando a rosa é mostrada, o punhal permanece oculto, esperando ansiosamente para apunhalar César.
O imprevisível é perigoso. Quando os troianos viram os gregos marchando no horizonte, os sinos e as trombetas tocaram, preparando o exército da cidade, que assim venceu a batalha; porém, quando o Cavalo de Troia entra, tido como um presente dos gregos, a cidade é devastada logo após o festim e deleite dos troianos comemorando a suposta desistência de Menelau. O mel tinha veneno.
Quando alguém percebe o perigo, esse prepara suas defesas; quando não, ele se conforta e fica vulnerável. Se Hector ou algum outro troiano soubesse que dentro do cavalo estava Odisseu e outros gregos prontos para atacar Troia, se César soubesse das reais pessoas que Brutus e o senado eram, tais figuras não teriam seus respectivos fins.
Palavras são vento, mas ainda assim elas têm seu poder. Foram palavras que conquistaram o coração de Helena, palavras que convenceram os alemães a se tornarem nazistas. Palavras que são ditas por pessoas em todo o mundo. Palavras que escrevem esta redação e procuram, no silêncio de uma sala quase vazia, uma face escondida para responder uma única questão.”
Prova do II Bimestre de Gabriel Sales Macêdo, do segundo ano do E.M., do Colégio Ação Fraternal de Itabuna, Bahia.

COMENTÁRIO:

O que mais ressalta aos olhos na redação do estudante Gabriel são as três referências históricas utilizadas para fundamentar a tese: o ato contra o imperador Júlio César, a Guerra de Troia e o Nazismo. Embora pedisse dissertação, o que vemos é um texto com marca autoral, diferenciado, com uma prosa ao mesmo tempo levemente irônica e filosófica sem deixar de ser poética. Um detalhe: os temas subjetivos favorecem essas abordagens, mas o grande desafio aos redatores é levar para os assuntos de características objetivas essa criatividade, originalidade.

Parabéns!

terça-feira, 2 de julho de 2013

DICA DE MESTRE PARA REDAÇÃO NOTA MIL NO ENEM

NOTÍCIA : ENEM 2013

Professora ensina a fórmula para uma redação nota 1.000 no Enem 2013

04/06/2013

A Universia Brasil conversou com professora do cursinho Objetivo para saber como ela prepara os alunos para a redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As provas do Enem 2013 acontecem nos dias 26 e 27 de outubro. Aproveite as dicas!


Professora ensina a fórmula para uma redação nota 1.000 no Enem 2013
Crédito: Shutterstock.com
Segundo professora de cursinho, a maior dificuldade dos alunos é a de organizar as ideias em uma sequência lógica para a redação

Como alcançar a nota máxima em uma redação do Enem após uma maratona de questões alternativas dentro do período disponibilizado pelo MEC? Para responder essa pergunta, a Universia Brasil conversou com a professora Maria Aparecida Custódio, do cursinho Objetivo, para saber como ela prepara os seus alunos para a redação do Enem.

Leia também: 


Confira abaixo as dicas da professora para conseguir a nota 1.000 na redação do Enem 2013. As provas acontecem nos dias 26 e 27 de outubro a partir das 13h no horário de Brasília:


Dicas para alcançar a nota 1000 na redação do Enem: 1. Domine a dissertação


O grande segredo para alcançar a nota máxima na redação do Enem é dominar a dissertação. "As bancas alertam que, mesmo que o texto seja brilhante, se a norma dissertativa não for obedecida a redação será anulada", alerta a professora Maria Aparecida.

A dissertação é um formato de texto que permite que o aluno explore o tema proposto em dois ou três parágrafos argumentativos. O primeiro parágrafo, que é a introdução, deve apresentar a tese a ser desenvolvida ao longo do texto. Os parágrafos argumentativos são utilizados para "explicar" o motivo da sua tese, que é concluída no último parágrafo. Por isso, para tirar a nota máxima na redação do Enem 2013, é preciso começar a praticar. E praticar...


Dicas para alcançar a nota 1000 na redação do Enem: 2. Praticar não é o suficiente


Praticar não é o suficiente se você deseja a nota máxima na redação do Enem 2013. A professora de redação não deixa de apontar a importância da leitura, que muitas vezes é subestimada pelos alunos. Ela comenta: "Machado de Assis costumava ler muito. O início de suas atividades se deu com a leitura e, depois que ele adquiriu o hábito de ler, ele começou a se sentir inspirado e motivado a escrever. Por isso, a prática e a leitura são atividades que devem andar juntas."

Ao contrário do que você pode imaginar, a professora não recomenda que os alunos leiam apenas os livros recomendados pela Fuvest ou jornais e revistas. Pelo contrário, ela recomenda que os alunos sejam incentivados a ler livros de ficção, romances ou qualquer estilo literário que os agrade. O importante é que a leitura esteja inclusa no cotidiano do estudante, mesmo que ela seja apenas para a satisfação do aluno.


Dicas para alcançar a nota 1000 na redação do Enem: 3. Aproveite os textos motivadores


O Enem propõe não apenas o tema, mas também quatro textos que abordam esse tema. Esses são os textos motivadores, que fornecem base para que o estudante possa discutir o assunto mesmo sem um conhecimento prévio. "O Enem espera que o aluno seja um bom leitor, atualizado com as notícias de maior impacto. Se o aluno for um bom manipulador de dados, ele conseguirá utilizar os textos de subsídio para fazer uma boa redação. O Enem faz questão de que o candidato aproveite os textos apresentados pela banca", disse a professora.

Os textos motivadores ajudam o aluno a perceber qual a direção que a banca espera que seja seguida.Identificar as palavras chaves de cada texto ajuda a descobrir como a redação deverá ser feita e qual será a tese defendida na dissertação.


Dicas para alcançar a nota 1000 na redação do Enem: 4. Enriqueça o texto


Trechos de livros, filmes e até canções enriquecem uma redação. A redação é um espaço interdisciplinar, então conhecimentos gerais podem ser utilizados para aumentar o nível intelectual do texto. A professora incentiva: "Os alunos precisam parar de ver a redação de forma singular, pois ela é um espaço em que todos os conhecimentos podem ser aproveitados e mobilizados. A ideia é que o aluno saiba ser diferente."


Dicas para alcançar a nota 1000 na redação do Enem: 5. Organize as ideias


Segundo a professora, a maior dificuldade dos alunos é organizar as ideias dentro da dissertação: "Os alunos têm boas ideias e argumentos, mas não conseguem organizá-los numa sequência lógica. As ideias ficam amontoadas, sem fugir do tema, mas com um vocabulário repetitivo e sem uma progressão discursiva no texto."

Para escrever uma boa redação, o aluno deve perceber quais são os argumentos de maior relevância e quais são aqueles que não precisam ser incluídos no texto. Um erro comum é o de acreditar que quanto mais informações forem incluídas no texto, maior será a nota. Pelo contrário, vale mais pegar poucos argumentos e explorá-los da melhor maneira possível do que utilizar inúmeras ideias vagas.

Ler textos bem escritos, como crônicas e sites de confiança na internet, ajuda o aluno a adquirir a capacidade de selecionar os argumentos relevantes para uma determinada tese.


Dicas para alcançar a nota 1000 na redação do Enem: 6. Informe-se


Enem é conhecido por explorar temas de relevância nacional ligados ao universo juvenil, o meio-ambiente ou a cidadania. Para a professora de redação, o exame promove um fórum de debates sobre um tema importante, sendo que "o Enem dá voz ao vivo para os milhões de candidatos e convida cada um deles a praticar um ato de cidadania a partir de uma redação."

Para alcançar a nota máxima nesse ato de cidadania, o aluno deve estar informado e atualizado com os principais acontecimentos do país. Ler no mínimo uma parte dos editoriais do jornal vai ajudar o aluno a criar uma base para os possíveis temas da redação do Enem 2013 possibilitando um texto muito mais rico e bem articulado.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

MELHORIAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA


Especialista defende medidas de médio e longo prazo para melhorar a educação no país

30/06/2013 - 12h06
Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O especialista em financiamento para a educação Nicholas Davies avalia que medidas de curto prazo não vão atender às reivindicações feitas nas manifestações que ocorrem em todo o país para melhorar o nível da educação e da saúde. Professor de política de educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Davies defende medidas de longo prazo para esses setores. " É um equívoco imaginar que uma medida de impacto vá surtir efeito no curto prazo. Eu não me entusiasmo muito com medidas de curto prazo", disse.
O especialista destacou que, embora seja favorável a melhorias salariais, o aumento imediato dos salários dos profissionais de educação é um exemplo de medida de curto prazo que não resolveria os problemas mais urgentes. Isso porque precisa ser adotada com melhorias das condições de trabalho, o que não ocorre de uma hora para outra. "Os efeitos só vêm, no mínimo, a médio prazo", informou.
O professor disse que no setor de transportes é possível verificar medidas com medidas de impacto mais rápido, mas isso não ocorre com a educação. "No caso dos transportes, uma medida de curto prazo foi a redução das tarifas. Mas na educação acho complicado. Por exemplo, a construção de escolas e creches é uma medida lenta."
Nicholas Davies ressaltou que influencia o setor no Brasil o fato de a educação estar ligada aos três níveis de governo – federal, estadual e municipal. “A responsabilidade não é só de um governo. Sobretudo na educação básica, que cabe aos governos estaduais e municipais", acrescentou.
Para o especialista, uma medida de curto prazo possível de ser adotada é o aumento da participação do governo federal no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais em Educação (Fundeb), implantado em 2007 com vigência até 2020.
Ele alertou, no entanto, que é preciso ter um maior controle sobre a aplicação dos recursos do fundo. “Não adianta o governo federal aumentar a sua contribuição para o Fundeb se depois não há um controle de como é que as prefeituras estão usando o dinheiro do fundo. Infelizmente o que está acontecendo no Brasil é que muitas prefeituras estão ganhando muito dinheiro com o Fundeb, mas as matrículas estão diminuindo."
 
Segundo o Ministério da Educação, em 2007, o governo federal investiu R$ 2 bilhões no Fundeb. Em 2008, os recursos aumentaram para R$ 3,2 bilhões. Em 2009 atingiram R$ 5,1 bilhões e, a partir de 2010, passaram a ser no valor correspondente a 10% da contribuição total dos estados e municípios de todo o país.

O professor defendeu ainda que não adianta ter universidade boa se a educação básica não estiver no mesmo nível. Ele destacou a diferença salarial entre os professores. "Eu ganho oito vezes mais do que uma alfabetizadora. É uma anomalia típica do Brasil. Na França, na Inglaterra e na Finlândia, o professor universitário não ganha oito vezes mais do que a alfabetizadora. Não adianta isso. Tem que pensar no todo. A educação começa na alfabetização e vai até a pós-graduação", disse.
Para a diretora do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Professor Lauro de Oliveira Lima, em Rio das Pedras, zona oeste do Rio, Heloísa Moreira, as escolas devem desenvolver cada vez mais a relação com a comunidade a que atende. Ela contou que o Ciep desenvolve atividades como o Projeto Capoeira na Escola "A cada ano, nós trabalhamos uma vertente. Dentro do projeto político-pedagógico da escola que é Dos Filhos Deste Solo És Mãe Gentil. Ele abrange toda a diversidade cultural tão rica no Brasil", explicou.
Por causa do projeto, os alunos acabam ficando um período maior na escola, embora não tenham o sistema de ensino integral. "Eles passam praticamente quase todos os dias da semana, principalmente, nos sábados. Eles vão para lá para fazer a capoeira e ainda pesquisam sobre os aspectos que envolvem a história da capoeira. Isso enriquece e eles gostam de ficar lá", disse. A professora, que tem 40 anos de magistério, destacou ainda que o projeto permite a integração de professores de várias disciplinas.
Por causa do bom desempenho dos alunos e dos professores, o Ciep Professor Lauro de Oliveira Lima tem sido destaque no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE-Rio), adotado pela Secretaria Municipal de Educação para avaliar as escolas. Em 2012, a unidade foi a terceira mais bem classificada no ranking das escolas nos anos finais (6º ao 9º anos) e a primeira colocada entre as chamadas escolas do amanhã nos anos finais, que são unidades localizadas nas áreas mais vulneráveis da cidade, que têm como objetivo reduzir a evasão escolar e melhorar a aprendizagem do ensino fundamental.
A diretora diz que, nos 21 anos em que está à frente do Ciep, registrou no máximo seis casos pontuais de violência. Para a coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais em Educação do Rio de Janeiro, (Sepe), Marta Moraes, atualmente o professor exerce o papel de mediador entre a comunidade e o aluno. "A violência se dá muito pela falta de funcionários. Como vai ter uma escola funcionando, com turmas superlotadas, sem inspetores e sem porteiros suficientes? O professor fica exposto sozinho e muitas vezes sofrendo violência por parte dos alunos e ele não tem nenhum acompanhamento por parte do estado", contou.
A Secretaria de Educação informou que não há levantamento específico sobre casos de agressão na rede estadual, mas incentiva as unidades a se reunirem com os pais para tratar desses e de outros temas que possibilitem a segurança da comunidade escolar.
Edição: Juliana Andrade