quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ANÁLISE DE REDAÇÃO DE VESTIBULANDO




Além da baixa informatividade, também pode comprometer a qualidade de um texto dissertativo argumentativo o emprego de argumentos baseados no senso comum, isto é, em julgamentos que, embora não apresentem nenhuma base científica, acabam sendo tomados como “verdades” sociais.
Leia o seguinte parágrafo de um texto dissertativo-argumentativo (transcrito tal qual foi produzido e, por isso, apresentando diversos problemas gramaticais), produzido a propósito da violência:


“Muitas pessoas pobres, ficam muitas vezes indignadas ao ver, uma outra pessoa como ela, só que não passa fome como ela, ou seja, é rica e na maioria, ladrão, que rouba do povo e isso faz com que a população fique revoltada, e se manifestará em conflitos entre camadas sociais no qual um favelado odeie outro de uma classe superior, e tendo oportunidade para acabar com o outro não vai perder a chance.”
 (Redação de aluno, 3º ano do ensino médio)


Além dos inúmeros erros de pontuação, oralidade e coesão, o autor constrói seus argumentos a partir de ideias preconceituosas – baseadas no senso comum - segundo as quais o rico geralmente é ladrão e o pobre ou o favelado é violento. Ideias como essas e outras como “todos os políticos são corruptos”, “o jovem é sempre rebelde”, “o brasileiro é oportunista”, “homem que é homem não chora”, “as mulheres dirigem pior do que os homens”, “futebol não é assunto para mulheres”, “todo oriental é honesto e trabalhador” etc. devem ser evitadas, pois, além de não terem nenhum fundamento, tornam o texto fraco do ponto de vista argumentativo.

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