Entro numa loja e vejo um cartaz
dizendo: Seja chic! Seja simples!
Perguntei ao comerciante de onde ele
tinha tirado aquela ideia e ele me disse que depois que o Papa andou de carro
simples, tomou chimarrão do povo e andou com o vidro aberto o tempo todo
abraçando crianças e velhos, a simplicidade virou chic.
Cafona agora é querer privilégios e fazer ostentação, me disse ele.
Cafona agora é querer privilégios e fazer ostentação, me disse ele.
Fiquei pensando no que falou o dono
daquela loja e conversei com muitas pessoas a respeito. Todas me disseram ter a
mesma sensação. Ostentar, usar coisas caras, exigir privilégios, ter carrões,
etc. virou coisa de novo rico e, portanto, fora de moda, fora do tempo. A moda
agora é ser simples.
E ser simples não significa não
querer coisas de boa qualidade, nem viver na penúria.
Ser simples é dar valor às pequenas
coisas e aos pequenos gestos que o mundo de hoje esqueceu. É respeitar as
pessoas pelo que elas são e não pelo possuem de bens materiais. É acabar com a
arrogância, com a presunção.
Ser simples é ser normal, sem afetação,
sem se deixar dominar por desejos de aparecer, de ser aplaudido, de estar
sempre nos holofotes.
Ser simples é reaprender a curtir a
natureza em toda a sua exuberância. É reaprender a olhar nos olhos das
pessoas quando falar com elas; ser educado com pessoas simples,
balconistas, garçons, motoristas de ônibus, etc.
Ser simples é não perder a calma quando
se é contrariado; falar baixo em lugares públicos; não falar mal dos
outros.
Enfim, ser simples é reaprender a ser
gente.
E como seria bom se o mundo voltasse a
ser povoado por gente normal e não por neuróticos cheios de vontade. Como seria
bom se as pessoas voltassem a falar com licença, por favor, obrigado,
me desculpe... Como seria bom se as pessoas reaprendessem a respeitar
os mais velhos; ter mais afeto com as crianças.
Como seria bom se as pessoas
reaprendessem a amar o próximo e a lembrar que somos todos iguais.
Lembre-se: o chic agora
é ser simples! Pense nisso. Sucesso!
Luiz Marins
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