segunda-feira, 28 de abril de 2014

RESUMO ACADÊMICO


A Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, define resumo como "apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto". Uma apresentação Sucinta. Compacta, dos pontos mais importantes de um texto.
Esta definição pode, no entanto, ser melhorada: resumo é uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto.
O resumo abrevia o tempo dos pesquisadores; difunde informações de tal modo que pode influenciar e estimular a consulta do texto completo. Deve destacar:
·                     O assunto do trabalho.
·                     O objetivo do texto.
·                     A articulação das ideias.
·                     As conclusões do autor da obra resumida.
·                     Ser redigido em linguagem objetiva.
·                     Não apresentar juízo crítico.
·                     Ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original).
·                     Evitar a repetição de frases inteiras do original.
·                     Respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados.

Para o pesquisador o resumo é um instrumento de trabalho.

São partes constantes de um resumo: natureza da pesquisa realizada, resultados e conclusões. Também devem ser destacados o valor e a originalidade das descobertas realizadas.
Um resumo pode Ter variadas formas: apresentar apenas um sumário das ideias do autor, narrar as ideias mais significativas condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original. Um resumo também pode ser interpretativo, apresentar crítica das ideias do autor. Neste caso, será chamado de resenha.
Os procedimentos para realizar um resumo incluem, em primeiro lugar descobrir o plano da obra a ser resumida. Em segundo lugar, a pessoa que está realizando-o deve responder, no resumo, a duas perguntas; o que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto? Em terceiro lugar, deve-se ater às principais do texto e a sua articulação. Muito importante nesta fase é distinguir as diferentes partes do texto. A fase seguinte é a de identificação de palavras-chaves.
Finalmente, passa-se à redação do resumo. A norma da ABNT classifica os resumos em indicativo, informativo, informativo/indicativo, crítico ou recensão.
O resumo indicativo caracteriza-se como sumário narrativo que elimina dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original. É conhecido também como descritivo. Refere-se às partes importantes do texto. Exemplo:
O resumo informativo é também conhecido como analítico. Pode dispensar a leitura do texto original. Deve salientar objetivo da obra, métodos e técnicas empregados, resultados e conclusões. Evitem-se comentários pessoais e juízos de valor.
Segundo a NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, deve-se evitar o uso parágrafos no meio do resumo. Portanto, o resumo é constituído de um só parágrafo. O resumo informativo/indicativo combina os dois tipos anteriores. Pode dispensar a leitura do texto original quanto às conclusões, mas não quanto aos demais aspectos tratados. O resumo crítico, também denominado recensão ou resenha, é redigido por especialistas e compreende análise e interpretação de um texto. É objetivo de um capítulo deste livro. O resumo deve salientar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho. Não é desejável que se esqueça de apresentar os objetivos e os assuntos do texto original, bem como os métodos e técnicas de abordagem, mas sempre de forma concisa. Também será objetivo do resumo de descrição das conclusões, ou seja, as consequências dos resultados.
A norma da ABNT recomenda que o resumo tenha até 100 palavras se for de notas e comunicações breves. Se se tratar de resumo de monografias e artigos, sua extensão será de até 250 palavras. Resumo de relatórios e teses pode ter até 500 palavras.
Quanto ao estilo, deve ser composto com frases concisas, evitando-se a categoria tópicos. A primeira frase explica o assunto do texto. Em seguida indica-se a categoria do tratamento. Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação? Preferencialmente, serão escritos os resumos em terceira pessoa do singular e com verbos na voz ativa.
O resumo deve destacar:
Elementos bibliográficos do texto; sua ficha técnica.
·                     Sobrenome do autor, nome.
·                     Título da obra.
·                     Local de publicação do texto
·                     Editora.
·                     Ano.
·                     Páginas.

Tipo de texto, o gênero a que se filia (literário, didático, acadêmico).

Resumo do conteúdo: assunto do texto, objetivo, métodos, critérios utilizados. Conclusões do autor da obra resumida.
Resumir é selecionar as partes principais de um texto. Por partes principais entende a apresentação de uma situação inicial, a colocação de uma informação nova, as justificativas, a conclusão, a pratica do resumo é adequada quando inicialmente se determina a referência (assunto do texto) e o tema (enfoque) do original. Não se dispensa a recuperação das relações lógicas existentes entre as partes.
A função básica dos resumos é instrumental, e, por isso, devem-se fazer quando as obras (ou as partes das mesmas) utilizadas pertencem a uma biblioteca pública, à qual deverão ser devolvidas depois de lidas.
Á síntese - que não deve ser confundida com o nome - é o trabalho mais importante, mas também o mais difícil; é o fim ideal da documentação. Consiste em expor as ideias centrais de um texto, de um texto, sua significação e sua unidade de sentido. O trabalho de síntese intervém na parte básica do trabalho de pesquisa, sobretudo no desenvolvimento, na fundamentação e na conclusão. As referências - breves e concisas - devem consignar-se quando se trata de obras conhecidas e de fácil acesso.
A situação inicial afirma em que consiste a documentação: transcrições, resumos, síntese, referências, isto é, define as várias modalidades pelas quais se pode valer de informações colhidas em uma obra. Trata-se de um conhecimento partilhado pela comunidade que realiza pesquisa.
A informação nova do texto e o esta estabelecimento do uso de um ou outro tipo de documentação: quando usar a transcrição, o resumo, a síntese, a simples referência. A transcrição textual justifica-se quando se tem necessidade de uma prova. O resumo tem função instrumental e é usado quando não se tem na própria biblioteca a obra utilizada.
As referências são utilizadas no caso de obras conhecidas e de acesso fácil.
As justificativas para a realização de pesquisa documental resumem-se em: necessidade de provas (transcrição); obras de bibliotecas públicas devem ser resumidas, justamente porque não tem acesso a elas com facilidade; realização do objetivo da pesquisa (síntese das ideias fundamentais); no caso de obras de fácil acesso e conhecidas, basta uma simples referência. A conclusão ressalta que o trabalho científico não deve limitar-se uma coleção de fichas que deixa o autor sem saber que fim tem em vista.
As regras mais comumente aplicadas para a prática do resumo são: 
·                     Apagamento de elementos redundantes e supérfluos ou não relevantes. Incluem-se neste caso supressão de adjetivos e advérbios.
·                     Generalização de ideias do texto. O leitor deve ser capaz de desprezando ideias particulares, registrar informações de ordem geral. Este conceito aproxima-se de tematização.
·                     Seleção das ideias principais.
·                     Combinação de dois ou três tópicos frasais de diferentes parágrafos quando
·                     Repetem a mesma ideia. Dispensável, já que pode ser feita pela invenção do novo texto.

·                     Invenção ou construção. Deve o leitor construir frases que incluam várias ideias expostas no texto, e fazê-lo de forma sintética.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

UNIVERSITÁRIOS D'ALÉM MAR...

Enem será usado como critério para universidade em Portugal
Alunos brasileiros poderão, no 1º ano da sua graduação, se candidatar para Universidade de Coimbra usando a nota no exame do MEC

JULIANA PRADO (EMAIL·TWITTER)
Publicado:24/04/14 - 10h36
Atualizado:24/04/14 - 14h28
A universidade de Coimbra, em Portugal Divulgação
RIO - Numa iniciativa inédita, os estudantes brasileiros poderão se candidatar a vagas na Universidade de Coimbra, em Portugal, usando sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sem a necessidade de avaliações oficiais portuguesas. Com isso, a partir de agora, os alunos que quiserem estudar na mais antiga universidade de Língua Portuguesa podem, logo no seu 1º ano da sua graduação, pleitear uma vaga.
Esta é a primeira faculdade no exterior a aceitar o Enem como critério de avaliação. A medida tem por objetivo facilitar o acesso de brasileiros na instituição. A universidade criou um site especialmente dirigido a estudantes e pesquisadores brasileiros, onde se encontram todas as informações úteis, como os cursos oferecidos, as linhas de pesquisa realizadas, o financiamento e as informações práticas para preparação de uma mudança para Coimbra.
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A decisão da universidade de aceitar as notas do Enem como critério de seleção para o ingresso no primeiro ano dos seus cursos resulta da nova legislação portuguesa, aprovada no último dia 10 de março, que permite às instituições de ensino superior do país criarem sistemas de ingresso próprios para estudantes internacionais.
- Até este ano, não era possível que alunos não-portugueses entrassem no primeiro ano das graduações. Eles tinham que fazer o ensino médio português e concorrer nas provas de acesso realizadas no país. Com a decisão da nova lei do governo português, que busca a internacionalização do acesso, surge a chance de termos novos canais de acesso. A condição imposta é que possamos garantir que os alunos tenham preparação equivalente à realidade local - explica o vice-reitor da instituição Joaquim Ramos de Carvalho.
Segundo o professor, o cenário para ingresso dos brasileiros é favorável já que o Enem mostra proximidades nos critérios de avaliação do ensino entre os dois países. A nota mínima obtida no Enem para que um estudante brasileiro seja aprovado é de 600. O vice-reitor esclarece que, em caso de haver mais procura do que vaga disponível, as notas mais altas terão prioridade. Os alunos aprovados vão pagar mensalidade de 700 euros (cerca de R$ 2100) mensalmente. Os valores são universais, e não variam de um curso para o outro.
O número de vagas para brasileiros ainda não pode ser mensurado. Tudo vai depender da procura e da disponibilidade de cada curso. Joaquim Ramos esclarece que os cursos com mais vagas geralmente são os de Engenharia Civil, Odontologia e Direito.
- Recebemos gerações de estudantes brasileiros que aqui sempre encontraram um ambiente acolhedor, impregnado de história e modernidade, e que fazem parte integrante da nossa história comum - afirma.

Dois mil brasileiros matriculados
A Universidade de Coimbra tem atualmente em seus quadros, 23 mil alunos, sendo que só em 2013 dois mil brasileiros ingressaram na instituição, contando os estudantes do Programa Ciências sem Fronteiras. Segundo informações da universidade, 20% do total de matriculados são de origem estrangeira.
- O estudante brasileiro vai poder conviver com estudantes de cerca de 90 países - destaca o vice-reitor.
A Universidade de Coimbra foi classificada pela Unesco como Patrimônio Mundial em 2013 e oferece qualificação em quase todas as áreas do conhecimento, além de diversas linhas de investigação, das quais muitas premiadas. Na UC, os alunos também têm a possibilidade conviver com outras culturas e línguas, participar de programas de mobilidade pela Europa e ter uma experiência de vida diferenciada, com qualidade e tranquilidade.
Contudo, apesar de todo seu prestígio internacional, a Universidade de Coimbra ficou em 358º lugar no ranking feito pela consultoria QS, especializada em avaliação de instituições de ensino superior do mundo todo. A colocação deixa a universidade atrás de instituições brasileiras como USP, Unicamp e UFRJ. O ranking leva em conta o quadro de professores, instalações de ensino, publicação de pesquisas e a internacionalização.
O vice-reitor minimiza a posição da universidade e diz que todo ranking é questionável. Segundo Joaquim Ramos, os critérios são relativos e geralmente levam em conta o porte das universidades avaliadas. Ele argumenta que em cursos como Engenharia Civil, Meio Ambiente e Direito a Universidade de Coimbra está entre as 200 melhores do mundo.

Reação estrangeira
O representante da Universidade diz que a instituição está preparada para barrar possíveis respostas negativas ao ingresso de estudantes estrangeiros no dia a dia acadêmico. Ele acredita que casos de xenofobia não serão um problema.
- Acabou de acontecer aqui um ótimo evento promovido pelos estudantes brasileiros aqui. Eles são muito ligados às organizações estudantis de Coimbra e se sentem muito bem na universidade. Mas, claro, estamos sempre atentos a isso. O primeiro estudante brasileiro chegou aqui foi em 1576, hoje ele é nome de um programa da universidade, o Manoel Cabral. Coimbra não seria o que é sem o contributo dos brasileiros.

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terça-feira, 22 de abril de 2014

quinta-feira, 17 de abril de 2014

HAJA VISTA OU HAJA VISTO?

Haja vista ou haja visto
Muita polêmica se tem gerado em torno da forma correta de escrita desta expressão, não havendo consenso entre os estudiosos da língua. A maioria considera correta a expressão haja vista. Sendo uma expressão, é invariável, ou seja, não se flexiona em gênero e número. Esta expressão indica que se deve ter em consideração algo que será mencionado, sendo sinônima de: tendo em conta, tendo em vista, a julgar por, considerando-se, basta ver e tendo por exemplo. É possível, contudo, encontrarmos na língua portuguesa a estrutura haja visto, sendo que esta não constitui uma expressão mas sim uma conjugação perifrástica, ou seja, um tempo composto por um verbo auxiliar e um verbo principal.

Em se tratando da forma considerada pela maioria dos estudiosos como correta, a expressão haja vista é uma estrutura semântica invariável, que permanece inalterada independentemente da frase onde está inserida.


Exemplos:

·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, haja vista a má nota da maioria dos estudantes.
·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, haja vista as más notas da maioria dos estudantes.
·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, haja vista o mau resultado da maioria dos estudantes.
·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, haja vista os maus resultados da maioria dos estudantes.

Alguns estudiosos, contudo, consideram que pode haver flexão em número do verbo haver (singular com haja e plural com hajam), mas não flexão da palavra vista, dado se tratar de um substantivo comum relacionado com a visão e com o olho e não um verbo.


Exemplos:

·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, haja vista a má nota da maioria dos estudantes.
·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, hajam vista as más notas da maioria dos estudantes.
·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, haja vista o mau resultado da maioria dos estudantes.
·         Fazer essa cadeira não é nada fácil, hajam vista os maus resultados da maioria dos estudantes.

Além dessas duas leituras diferentes da expressão haja vista, ainda há uma série de desacordos relativamente à regência da mesma. Há registros do uso desta expressão com diferentes preposições: haja vista a ou haja vista em.


Atenção!
A utilização de haja visto para indicar esta expressão é errada! É possível a utilização da estrutura haja visto em português, sendo a junção do verbo auxiliar haver na 1ª ou na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo (haja) com o particípio do verbo principal ver (visto). Esta estrutura verbal é pouco utilizada, sendo mais utilizado pelos falantes o verbo auxiliar ter (tenha).


Exemplos:

·         Tomara que o diretor haja visto o que aconteceu no recreio entre aqueles dois alunos.
·         Suponho que ela haja visto este filme com as amigas.

·         Tomara que o diretor tenha visto o que aconteceu no recreio entre aqueles dois alunos.

·         Suponho que ela tenha visto este filme com as amigas.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

APRENDA COM OS MELHORES!

Caloura de medicina da UFRJ conta segredos para texto nota 1.000 no Enem

Lucas Rodrigues
Do UOL, em São Paulo
  • Arquivo Pessoal
    Beatriz Pêgo Damasceno, 18, gabaritou a Uerj e é aluna nota 1.000 na redação do Enem
    Beatriz Pêgo Damasceno, 18, gabaritou a Uerj e é aluna nota 1.000 na redação do Enem
Após ser a primeira candidata a gabaritar um exame de qualificação da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Beatriz Pêgo, 18, conseguiu ótimos resultados nos vestibulares que prestou e foi aluna nota 1.000 na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2013. Ela contou ao UOL os segredos que a fizeram ser caloura do curso de medicina em uma universidade pública.
Beatriz já foi premiada em dois concursos de redação da Academia Brasileira de Letras. Ela conta que seu interesse pela escrita começou quando escreveu um texto que foi selecionado para integrar um livro feito pelo Colégio Pedro II e pela Folha Dirigida.
"Desde então, passei a ser cada vez mais incentivada e com o tempo fui percebendo que escrever era, além de prazeroso, muito gratificante".
Para ir bem na redação, ela diz que o essencial é acompanhar de perto as notícias e estar por dentro das atualidades. "Esses assuntos podem participar diretamente da temática elaborada pela banca, como aconteceu no Enem 2013", analisa. Estar atualizado ajuda a conquistar pontos na competência que pede a abordagem de assuntos interdisciplinares no exame, afirma.
No ano passado, o tema de redação do Enem foi "Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil". A aluna de medicina da UFRJ diz ter achado a proposta bastante interessante por possuir relações com a temática de cidadania, legislação e conscientização social.
"Um tema assim no Enem, além de ser extremamente atual, é uma forma de cobrar da juventude consciência crítica sobre a Lei Seca e o aprimoramento da legislação brasileira, seus efeitos e também suas falhas."

Lista de conquistas

O desempenho no Enem garantiu o 2º lugar de direito na PUC e o 3º também em medicina na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Além de ter ficado no 14º lugar de medicina da Uerj, Beatriz foi 1º lugar na Unigranrio e na Petrópolis para o mesmo curso. No final, a Universidade Federal do Rio de Janeiro foi a escolhida. 
O sucesso em tantos vestibulares foi conquistado com uma rotina bastante regrada. Beatriz preferiu adotar uma disciplina de estudo diário para não acumular matéria e não ficar nervosa antes das provas. O tempo de dedicação aos livros depois da escola girava em torno de 4h30.
Nesse período, a estudante conta que ficava longe de qualquer aparelho eletrônico que pudesse lhe distrair do foco de estudar e acredita que o grande diferencial para os vestibulandos é praticar por meio de simulados.
"Realizar simulados como se estivesse realmente fazendo a prova, controlando o tempo, sem consultar livros e outras fontes de pesquisa e sem qualquer ajuda para solucionar as questões é um bom exercício", diz. "Isso porque é apenas fazendo e refazendo provas antigas que pegamos a prática e nos acostumamos com a rotina cansativa de provas."
Ela recomenda ainda que os vestibulandos tentem definir uma rotina de exercícios físicos. "Acho que eles são essenciais, tanto para a saúde, como para relaxar um pouco a mente", analisa. "Eu fazia academia todos os dias pois era a minha melhor fonte de lazer durante a semana." 

sábado, 12 de abril de 2014

TEXTO, CONTEXTO, INTERTEXTO...



Texto é, literalmente, um tecido verbal estruturado de tal forma que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. A imagem de tecido contribui para esclarecer que não se trata de feixe de fios entrelaçados (frases que se inter-relacionam).
Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta coerência, se as ideias são contraditórias, também não constituirá um texto. Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma ideia para outra não estabelecem coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura texto. Essas três qualidades - unidade, coerência e coesão - são essenciais para a existência de um texto. Um texto é mais ou menos eficaz dependendo da competência de quem o produz, ou da interação de autor-leitor, ou emissor-receptor. O texto exige determinadas habilidades do produtor, como conhecimento do código, das normas gramaticais que regem a combinação dos signos. A competência na utilização dos signos possibilita melhor desempenho.
Textos orais e escritos

Define-se como informações que acompanham o texto. Por isso, sua compreensão depende da compreensão do contexto. Assim sendo, não basta a leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto, aqueles que estiveram presentes na situação de sua construção.
O contexto deve ser visto em suas duas dimensões: estrutura de superfície e estrutura de profundidade. A estrutura de superfície considerada os elementos do enunciado, enquanto a estrutura de superfície considera os elementos do enunciado, enquanto a estrutura de profundidade considera a semântica das relações sintáticas. Num caso, o leitor busca o primeiro sentido pelo produzido pelas orações; no outro, vasculha a visão do mundo que informa o texto.
O contexto pode ser imediato ou situacional.
O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou precedem o texto imediatamente. São os chamados referentes textuais.
O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto. Esse contexto acrescenta informações, quer históricas, quer geográficas, quer sociológicas, quer literárias, para maior eficácia da leitura que se imprime ao texto.

Além do contexto, a leitura deve considerar que um texto ode ser produto de relações com outros textos. Essa referência e retomada constante de textos anteriores recebe o nome de paráfrase, paródia, estilização.
A paráfrase pode ser ideológica ou estrutural. No primeiro caso. O desvio é mínimo: varia a sintaxe, mas as ideias são as mesmas. Há apenas uma recriação das ideias. Pode-se entender a paráfrase ideológica como simples tradução de vocábulos, ou substituição de palavras por outras de significado equivalente. No segundo caso há uma recriação do texto e do contexto. O comentário crítico, avaliativo, apreciativo, o resumo, a resenha, a recensão são formas parafrásticas estruturais de um texto.
A estilização exige recriação do texto, considerando, sobretudo procedimentos estilísticos. O desvio em relação ao texto, original é maior do que no caso da paráfrase.
Na paródia, o desvio é total; às vezes invertem-se as ideias, vira-se o texto do avesso. Há uma ruptura, uma deformação propositada, tendo em vista mostrar a inocência do texto original ou simplesmente apresentar outras ideias que o texto original omitiu ou não se interessou em expor.
Textos virtuais: a onda do momento

Os elementos estruturais do texto são: o saber partilhado, a informação nova, as provas, a conclusão.
Por saber partilhado entende-se a informação antiga, do conhecimento da comunidade. De modo geral, o saber partilhado aparece na introdução, um local privilegiando para a negociação com o leitor.
O emissor negocia com o leitor, coloca-se num nível de entendimento, estabelece um acordo, para em seguida, expor informações novas.
A informação nova serve para desenvolver o texto, expandi-lo. O autor considera como não sendo do conhecimento de todos e, portanto, capaz de estimular o leitor a continuar na leitura. A existência de um texto implica ter algo de novo para dizer.
O saber partilhado mais a informação nova não são suficientes para a realização de um texto. É preciso acrescentar provas, fundamentos das afirmações expostas.
O autor do texto cita como prova de suas afirmações o livro. Se o leitor duvidar de suas asserções, poderá recorrer ao livro e chegar às mesmas conclusões que ele.

Ao saber partilhado, à informação nova, às provas o autor junta seus objetivos, pois todo texto visa chegar a algum lugar.
(Fonte: http://www.angelfire.com/bc/fontini/resenha.html)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

ENTREVISTA COM ROGER, DO ULTRAJE

Roger, do Ultraje: “a gente não saiu da ditadura”

POR MORRIS KACHANI
10/04/14  15:40
'selfie' do Roger
‘selfie’ do Roger
Com mais de meio milhão de seguidores no twitter e protagonizando o programa “The Noite”,  no SBT, ao lado de Danilo Gentili, Roger Moreira, 57, está revivendo o sucesso.
Conhecido pelo deboche e pela verve iconoclasta, ganhou fama nos anos 80 à frente da banda de rock Ultraje a Rigor, emplacando hits como “Inútil”, “Mim quer tocar” ou “Nós vamos invadir sua praia”.
Depois Roger andou meio esquecido, com aparições pontuais nos holofotes como por exemplo em 99, por conta da edição da G Magazine que o trazia nu.
O programa “The Noite” estreou há um mês e vem ganhando uma boa audiência. Atingiu 5,5 pontos no ibope, quando a média no horário anterior a sua estreia era de 4. Já venceu Jô Soares por três vezes.
Para muitos, a parceria de Roger com Gentili, selada em 2010, quando este apresentava um talk show na Band, antes de levá-lo ao SBT, simbolizava a decadência do Ultraje. Mas Roger nunca considerou que a banda fosse mero apoio ao programa, como acontece com os músicos de Jô.
São várias suas intervenções durante as entrevistas. Há um mês a apresentadora Rachel Sheherazade cantou em duo com ele “Nós vamos invadir sua praia”, em um dos pontos altos do “The Noite”.
Fui entrevistá-lo no camarim do estúdio do programa, no SBT. A ideia era desfiar seu pensamento político, revisitando as letras de suas canções, que tanto sucesso fizeram em outro tempo. Eis a conversa:
*
Você ainda acha que “a gente somos inútil”?
Eu acho. Quando fiz essa música estava voltando dos Estados Unidos, onde fui morar em 79. Tomei um baque grande de ver o que era a democracia de verdade. A gente ainda estava no finzinho da ditadura, a maioria não fazia ideia e nem hoje faz do que seja realmente uma democracia. Tudo aqui é uma merda. Quando vamos mudar o padrão de uma tomada, ao invés de adotar o padrão internacional, inventamos um padrão esdrúxulo.
E o que é uma democracia?
Um governo orientado para satisfazer o povo, por exemplo. Não como aqui onde predomina o favor e o paternalismo. Lá, quando a população tem necessidade, ela exige que seja atendida. É o lance do capitalismo funcionando direito, todos têm chance. Cheguei como estrangeiro, só pegava empregos que ninguém queria como garçom, lavador de prato, diarista. Ganhava bem, levava uma vida boa. É o que acontece com qualquer brasileiro que vai para lá, ele aprende rapidamente porque é um passo pra cima. Lá ninguém joga lixo no chão. O problema é que quando o brasileiro volta pra cá, ele esquece disso.
Estamos numa democracia?
Estamos em uma democracia fingida como na Venezuela. Não é só porque tem votação que tem democracia. Não é porque a maioria quer que isso é democracia. A democracia prevê um embate das forças e alternância de poder. E aqui há diversos subterfúgios, inclusive de dar dinheiro pro povo, espécie de coronelismo que sempre existiu.
Então nos Estados Unidos a vida é melhor?
Morei lá com minha irmã, que tinha bronquite. Quantas vezes não fomos atendidos gratuitamente no hospital. Aqui não, se você vai ao hospital público vê todo mundo morrendo, deitado no chão. Eu não, claro, graças a Deus, porque tive estudos. Não por isso sou menos brasileiro, a esquerda está sempre tentando jogar uns contra os outros.
E por que você voltou, então?
Saí de lá sinceramente porque não queria essa vida pra sempre, não usava minha cabeça pro trabalho, era só o braçal. Também senti falta de minha cultura, mas na volta senti esse baque e comecei a notar que o Brasil não funciona por causa do brasileiro. Há um vício de colocar a culpa em alguém, de esperar que o governo resolva, de não assumir. Na letra de “Inútil” usamos o português errado, porque aqui não tem educação direito.
“A gente não sabemos escolher presidente”, ainda?
Ainda não. Praticamente todos os partidos estão do mesmo lado pra começo de conversa. Os políticos prometem de tudo e o povo brasileiro meio que aceita. A gente tem essa mania histórica de corrupção e preguiça, uma série de más qualidades que fingimos que não vemos. Em português claro, o brasileiro merece tomar uns pitos de correção e não tem quem vá fazer isso porque político só rouba e promete, e trata o povo como se fosse coitado. A segunda frase desta música é “a gente não sabemos tomar conta da gente”. A gente não sabe se administrar.
O que precisa ser feito?
A gente tem que tomar as rédeas do sistema. Mas está tão corrompido que a gente nem sabe qual é esse caminho.
O país melhorou?
Melhorou. A gente saiu de uma ditadura e passou a fazer eleição direta. Mas agora estamos regredindo rapidamente sem perceber, pro ponto que a gente estava.
Como assim?
Entrei na escola em 64, naquele tempo a aula de história era muito orientada, só os melhores momentos eram apresentados e ainda assim de forma deturpada. Hoje é assim só que ao contrário. Continua a deturpação, só que por outro lado.
Dê um exemplo.
O caso da Raquel Sheherazade, que foi afastada, em férias compulsórias durante um tempo por conta de uma ação movida pela deputada Jandira Feghali (PC do B). Então é censura, só que por outro lado. Parece que desde os anos 30 mudamos de uma ditadura para outra, sempre disfarçando de democracia.
Mas a Sheherazade pisou na bola?
Ela não falou nada de mais. Ela disse que era compreensível quando amarraram um ladrão no poste. Compreensível significa que eu entendo a revolta da população que não agüenta mais ser roubada. Não quer dizer que eu ache que todo ladrão deva ser amarrado, mas interpretaram dessa maneira.
Você acompanhou os protestos de junho?
Não tenho mais idade para isso. Mas apoiei, achei legal. Pena que esvaziaram de maneira brilhante colocando black blocs na rua e com os políticos convocando reuniões, como sempre fazem. Vamos mudar de assunto, nada aconteceu, agora tem Copa e carnaval, tem sido assim de ditadura em ditadura.
O governo Lula foi bom para o Brasil?
Sinceramente acho que foi ruim, o que ele fez foi manter a inflação estabilizada com um programa que vinha do governo anterior. O que ele mais fez foi demagogia o tempo inteiro. Dizem que elevou a classe c mas pra falar a verdade não sei se isso não aconteceria naturalmente com o dinheiro estabilizado.
A ascensão da classe c não é um avanço?
Sem dúvida. Mas o pessoal acha que isso aconteceu porque o governo foi bonzinho com a gente. E pensam assim, “agora não sou mais miserável, porque posso comprar TV”. Errado, o contrário da miséria é o conhecimento, não é só comer e tal. Lula botou na cabeça do brasileiro essa luta de classes que não era pra existir. Fez o povo acreditar que quem tem dinheiro é contra os pobres.
E Dilma?
Se o país estivesse progredindo ok, mas não está. Estamos parados. E o Bolsa Família, que era para ser um analgésico, vai continuar para sempre, para garantir os 40% de votos que ela necessita para ser reeleita.
Como você se define politicamente?
Voto normalmente pra coisa ficar equilibrada. Esse é o segredo da democracia, se o poder está pendendo muito pra direita, é bom calibrar um pouco pra esquerda, e vice-versa. De todo jeito, sou mais pelo indivíduo do que pelos grupos – na coletividade, sempre tem a desculpa de que “a culpa não é minha, é do grupo”.
O que você defende?
Como força política acredito no liberalismo capitalista. Vivi isso, sei que funciona e não é só nos Estados Unidos. Na China, que é comunista, investiram pesado e estão na liderança do mundo. Gosto da ideia de que quanto menos interferência do Estado, melhor. Ele tem que regular, fiscalizar, mas não gosto da burocracia.
Que reflexão faz sobre os 50 anos do golpe militar?
Após tantos anos de ditadura criou-se a ideia de que a esquerda é tudo de bom, de que é boazinha e tal. Não vejo assim. Qualquer esquerda, não só a brasileira, é uma merda falida, com uns exemplos como Fidel Castro que socializou a miséria. Todo mundo quer é igualdade na riqueza. Isso não é fútil, as pessoas querem conforto e serviços. Agora aqui todo mundo só quer o direito, não quer os deveres.
E o que dizer sobre a direita?
A direita aqui é inexistente. A esquerda gosta de associar a direita a torturadores militares ou a Hitler, como se eles fossem o único tipo. Mas veja não sou de direita, tenho valores da direita e da esquerda, por incrível que pareça.
Exemplos.
Por exemplo cultivo um valor de direita que é a honestidade. A esquerda acha que tudo bem você ser desonesto, pra fazer supostamente um bem maior. A meritocracia por exemplo também é uma coisa mais à direita e acho que está certo. Agora, quando você não tem as mesmas chances, aí estou mais pra esquerda. Outra posição de esquerda: hoje em dia acho que deveria liberar a maconha porque não vejo muita diferença entre ela e o álcool. Não uso mais, nenhum dos dois.
Como viveu o período da ditadura?
Olha eu cresci durante a ditadura, mas não via nada disso. Tive uma infância super tranquila. Já na adolescência comecei a saber sobre bombas e atentados, mas não tinha conhecimento político, pois não se falava a respeito na escola e meus pais não eram tão ligados. Eu ouvia falar em terrorismo, comunismo e subversivos, pra mim era tudo mais ou menos a mesma coisa. Mas quando comecei a prestar atenção, percebi que havia receita de bolo nos jornais ou um filme que demorava muito para chegar.
Agora, naquele tempo a gente falava a mesma coisa que hoje em dia: não há interesse em dar educação ao povo porque quanto mais burro, mais fácil de controlar. Então vou dizer que era muito mais seguro nas ruas naquele tempo. Meus pais não sofreram perseguição e nem seus amigos. A gente só sabia que estavam censurando. Só fui conhecer mesmo a realidade no colegial, e depois na faculdade. Não estou elogiando a ditadura. Já era ruim só que hoje é a mesma coisa.
A mesma coisa?
Hoje em dia me parece que piorou até, porque tem censura também, e antes não tinha o brasileiro contra o brasileiro como tem hoje em tudo que é lugar. O deputado Jean Willys por exemplo, talvez tenha boas intenções mas acho ele uma besta, sinceramente. Isso que ele faz é incitação de classes, não sei se conscientemente ou não, de gay contra hétero, de homem contra mulher, de pobre contra rico.
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Será? Você parece muito desiludido.
A gente achava por exemplo que não ia mais ter “Hora do Brasil”, e continuou. Por que? Assim como o horário gratuito eleitoral. A geração de 80 foi muito feliz porque todo mundo achava que ia sair da idade das trevas, que haveria um progresso, lutando pela democracia. Mas a gente não saiu da ditadura e agora estamos vivendo um período de ditadura do proletariado. Estão aparelhando tudo, roubando paca. Tanto tempo no poder é perigoso. Pra mim tanto faz porque estou com a vida ganha de certa forma, tenho uma vida de classe média alta porque graças a Deus trabalhei por 30 anos e soube economizar.
Você sofre preconceito na classe artística por conta de suas opiniões?
Não, pra minha surpresa a maioria está do meu lado. Tem um ou outro enganado que foi pro outro lado. Naturalmente estou mais próximo dos artistas de minha geração, como a turma do Casseta, o Lobão, Paralamas. Entre a velha guarda a convivência é pacífica.
Como era nos anos 80?
Naquele tempo estávamos todos do mesmo lado contra a ditadura. Hoje em dia ganhei consciência da ditadura quando comecei a dar minhas opiniões no twitter. De repente apareceu uma patrulha ideológica de esquerda, cheia de militante virtual, que eu não sabia que existia. Sempre falei mal do governo mas agora estão me xingando. É ridículo.
Você lê muito? Como se informa?
Já li muito. Andersen, Grimm, quando criança. Muito gibi. No colegial li coleções inteiras sobre filósofos, muita ficção científica e muitas crônicas. Hoje em dia quase não consigo ler pois tenho déficit de atenção. Começo vários livros mas não termino nenhum. Mas leio jornais e fico na internet vendo links e blogs.
Como você e Danilo Gentili se conheceram?
Quando o Danilo me convidou, em 2010, para seu programa na Band, a gente só se conhecia de twitter. E eu lhe disse, ‘estou quase que me aposentando, já estou brecando na vida, enquanto você está acelerando’.
Qual seu papel no programa?
É servir de contraponto pro Danilo, fazer umas piadas, e basicamente apresentar convidados com a parte musical. Estou adorando pois era fã do ‘The Late Show’ do David Letterman e já sabia o que tinha que fazer no ar. O Ultraje já vivia tirando sarro com um espírito de fundão de escola no ginásio. Encontramos o ambiente propício para fazer a mesma coisa na TV. É bem menos tedioso que fazer show.
Que acha do programa do Jô?
Assistia bastante. Ele aumentou a parte de entrevistas e tal, com relação ao formato do ‘Late Show’. Já o Danilo está chegando mais perto do formato original. Nossa função no programa é muito maior. Embora o programa seja do Danilo, ele funciona justamente porque tem uma turma de pessoas que se identifica com o ambiente. Temos afinidade nas ideias. E não é tudo centralizado no Danilo, nem é objetivo dele, eu por exemplo tenho liberdade de falar o que quiser a qualquer hora. Se a entrevista não está indo bem por exemplo, se o entrevistado é tímido ou só responde monossílabo, a gente interfere. (Uol.com.br)