ENTREVISTA DO ENTÃO CARDEAL ARGENTINO BERGOGLIO
O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio. |
Começa a circular a transcrição de uma entrevista
que fizeram com o então Cardeal Bergoglio, na Argentina. Na verdade, foi uma
emboscada executada pelo jornalista Chris Mathews, da MSNBC. Mas Bergolio
termina incomodando a Mathews de tal forma que a MSNBC nunca levou a entrevista
ao ar. Mathews, ao perceber que seu plano falhava, arquivou o vídeo.
Um estudante de Notre Dame que cumpria serviço
social na MSNBC pegou a entrevista sem permissão e a entregou a
seu professor.
O destaque da entrevista é seu debate acerca da
pobreza.
O intercambio começa quando o jornalista trata de
emboscar o cardeal, perguntando-o que opinava sobre a pobreza no
mundo.
O Cardeal responde:
“Primeiro na Europa e agora na América, alguns
políticos tem se dedicado a endividar as pessoas criando um ambiente de
dependência.
Para quê? Para aumentar o seu poder. São grandes
especialistas em criar pobreza e ninguém os questiona. Eu luto para combater
essa pobreza.
A pobreza se converteu em uma condição natural e
isso é ruim. Minha tarefa é evitar o agravamento de tal condição. As
ideologias que fabricam pobreza devem ser denunciadas. A educação é a grande
solução para o problema. Devemos ensinar/mostrar às pessoas como salvar a sua
alma, mas indicando como evitar a pobreza e não permitir que o governo conduza
o povo a esse penoso estado.”
Mathews ofendido pergunta: O senhor culpa o governo?
“Culpo os políticos que buscam seus próprios
interesses. Você e seus amigos são socialistas. Vocês e suas políticas são a
causa de 70 anos de miséria, e essa situação já existe em muitos países que
estão no limite do colapso. Acreditam na redistribuição que é uma das razões da
pobreza. Vocês querem nacionalizar o universo para controlar todas as
atividades humanas. Vocês querem destruir o incentivo do homem para, inclusive,
cuidar de sua família, um crime contra a natureza e contra Deus. Esta ideologia
cria mais pobres que todas as corporações que vocês adjetivam como diabólicas.”
Replica Mathews: Nunca tinha escutado algo assim de
um Cardeal.
“As pessoas dominadas pelos socialistas necessitam
saber que não temos que ser pobres.”
Ataca Mathews... E América Latina? Quer apagar o
progresso conquistado?
“O império de dependência criado por Hugo Cháves,
com falsas promessas, mentindo para que se ajoelhem ante seu governo.
Dando-lhes peixes sem permitir-lhes pescar. Se na América Latina alguém aprende
a pescar, é castigado e seus peixes são confiscados pelos socialistas. A liberdade
é castigada.
Você fala de progresso e eu de pobreza. Temo pela
América Latina. Toda a região está controlada por um bloco de regimes
socialistas como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua. Quem
os salvará dessa tirania?”
Acusa Mathews: Você é capitalista.
“Se pensar que o capital é necessário para construir
fábricas, escolas, hospitais, igrejas talvez eu seja. Você se opõe a este
processo?”
Por obvio que não, mas não pensa que o capital é
retirado das pessoas pelas corporações abusivas?
“Não, eu penso que as pessoas, através de suas
opções econômicas, decidem que parte de seu capital irá para esses projetos. A
utilização do capital deve ser voluntária. Somente quando os políticos
confiscam esse capital para construir obras de governo, alimentar a burocracia,
surge um grave problema. O capital investido de forma voluntária é legítimo,
mas o que se investe a base de coerção, é ilegítimo.”
Suas ideias são radicais, afirma o jornalista.
“Não, faz anos Khrushchev fez uma advertência: “Não
devemos esperar que os americanos abracem o comunismo, mas podemos auxiliar aos
seus líderes eleitos com injeções de socialismo até que, ao despertar,
percebam que embarcaram no comunismo.” Isto está ocorrendo nesse momento no
antigo bastião da liberdade. Como os EUA podem salvar a América Latina se eles
se converteram em escravos de seu governo?”
Mathews afirma: Eu não posso digerir tudo isso.
O Cardeal responde:
“Você se vê muito irritado, a verdade pode ser
dolorosa. Vocês criaram o estado de bem-estar que é somente resposta às
necessidades dos pobres criados pela política. O estado interventor absolve a
sociedade de sua responsabilidade. As famílias escapam de seu dever com o falso
estado assistencialista, inclusive as igrejas. As pessoas já não praticam a caridade
e veem os pobres como problema do governo.
Para a igreja já não há pobres que ajudar, os
empobreceram permanentemente e são agora propriedade dos políticos. E algo que
me irrita profundamente é a incapacidade dos meios de comunicação de observar o
problema sem analisar qual é a causa. Empobrecem as pessoas para que depois
votem por quem os afundaram na pobreza.”
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