Enem 2014: confira modelo de redação nota mil
Professora do Eleva
Educação e do QG do Enem elabora texto com base no tema ‘Publicidade infantil
em questão no Brasil’
POR O GLOBO
09/11/2014
16:54 / ATUALIZADO 09/11/2014 17:41
Professores do sistema Eleva Educação e do QG do Enem corrigem as provas
deste ano na sede do jornal O Globo - Felipe Hanower / Agência O Globo
RIO - A prova de redação é sempre motivo de ansiedade entre os
candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este ano, eles tiveram de
dissertar sobre o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil”, considerado
uma surpresa por grande parte dos inscritos, que esperavam um assunto mais
"pop", como a crise hídrica brasileira ou corrupção. Como muitos dos
candidatos que já deixaram a prova, ouvidos pelo GLOBO país afora, disseram-se
pouco familiarizados com o tema do texto, publicamos um modelo de redação “nota
mil” formulado pela professora Carolina Pavanelli, assessora pedagógica do
Eleva Educação e do QG do Enem.
VEJA TAMBÉM
O tema da publicidade infantil esteve em alta no noticiário deste ano
devido à publicação, em abril, de uma resolução do Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que considerava abusiva a
publicidade voltada para crianças e adolescentes. Confira a redação:
Entre peões e iPhones
Bola de gude. Peão. Peteca. Um dia,
esses objetos fizeram parte do universo infantil, passados de uma geração a
outra sem muita dificuldade. Hoje, em uma sociedade altamente globalizada,
muitas crianças desconhecem esses brinquedos e têm outros anseios e desejos de
consumo, que são ainda mais ampliados e influenciados pela propaganda. Nesse
contexto, discute-se a publicidade infantil no contexto brasileiro e até que
ponto ela pode ser abusiva. Cabe, então, avaliar a legitimidade e o impacto desse
questionamento.
Em primeiro lugar, é preciso analisar o
poder que a publicidade tem de ajudar a construir a ideia de relevância social.
Hoje, a cultura do ter em detrimento do ser encontra-se bastante enraizada, e o
que se tem determina o que se é. Sabendo disso e da influência que as crianças,
mais do que nunca, exercem sobre os adultos, parte do mercado vira-se para esse
público, com jogos, roupas, emissoras e programas bastante atrativos. No
Brasil, entretanto, tal questão torna-se extremamente problemática, pois, em um
país com profundas desigualdades socioeconômicas, nem todas as crianças podem
ter o que a propaganda vende. Para além do consumismo desenfreado, isso pode
estimular o “bullying” e aprofundar a segregação social.
Além disso, faz-se necessário atentar
para o fato de que a publicidade se faz presente para além de comerciais e
campanhas midiáticas. Ela está também presente de maneira camuflada, escondida
em “merchandisings” de novelas e filmes, por exemplo. Um ídolo teen usando uma
determinada marca de roupa é capaz de catapultar as vendas desse produto – por
vezes, muito mais do que uma propaganda direta. Quando falamos de crianças,
isso é ainda mais preocupante, uma vez que elas são altamente influenciáveis e
estão em fase de formação de caráter e personalidade – atualmente, construídos
por iPhones e “tablets”, ou pela ideia deles.
Fica evidente, portanto, que, assim
como na Biologia, na qual o mutualismo é a relação harmônica na qual um precisa
do outro para sobreviver, é necessário um esforço mutualístico para preservar
uma relação saudável entre a publicidade e o público infantil. Por meio de
leis, o governo deve punir com multas propagandas deliberadamente abusivas. Já
a família e a escola devem se unir para passar às crianças os valores mais
essenciais que escapam à ideia do consumismo, bem como ajudar a construir
consumidores críticos e conscientes. Afinal, peões e bolas de gude podem estar
no passado, mas o cuidado com o nosso futuro – nossas crianças – não pode ser
renegado.
A Colocação das palavras foi boa, mas enrolou muito no inicio, falou-se pouco em educação relacionado a economia e ao consumismo
ResponderExcluirProfessor, qual seu e-mail pessoal? Queria perguntar sobre sua forma de correção de redações e outras coisas.
ResponderExcluirHaíssa,
ResponderExcluirEstá aí ao lado, no meu perfil: g_a_haun@hotmail.com
Valeu,