14/01/2015 19h53 - Atualizado em 14/01/2015 20h20
Jovem nota mil na redação do Enem tenta há 4
anos entrar em medicina
'Tem
que ter autoconfiança', aconselha Lucas Santos Barbosa, de 20 anos. Antes da
nota máxima, estudante havia sido reprovado em 10 vestibulares.
Do G1
AL
Estudante prestou 11 vestibulares até conseguir
nota máxima na redação
(Foto: Larissa Vasconcelos/G1)
(Foto: Larissa Vasconcelos/G1)
Após prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela quarta vez, o
estudante de Maceió Lucas Santos Barbosa, 20,
resolveu se preparar intensamente para a redação e conseguiu ser um dos 250
candidatos que atingiu a nota máxima de 1.000 pontos. O estudante afirma que
conhecer bem as exigências do Enem, ter autoconfiança e escrever bastante foram
os diferenciais para atingir a nota máxima.
"Tem que ter autoconfiança. No ano passado, eu coloquei dentro de
mim que iria passar e estou esperando ser aprovado na Ufal [Universidade Federal
de Alagoas]", afirmou o estudante, que foi reprovado em 10 vestibulares em
busca do sonho de cursar medicina até conseguir nota máxima este ano.
Barbosa conta que ler, escrever muito e estudar sobre diversos temas o
ajudaram a progredir nas notas dos exames. Em 2011, ele tirou 680 pontos na
redação; em 2012, 720; no ano seguinte, 780; até que no exame do ano passado
ele alcançou a nota máxima, 1.000. "No último ano, eu passei a dar
importância para a redação e estudei sobre as competências que o Enem exige,
além disso, me dediquei bastante estudando os temas. Sempre que os professores
passavam um tema novo, eu estudava muito sobre aquele assunto para obter um
conhecimento de mundo", disse.
A rotina intensa de cursinho
pré-vestibular, isoladas de química, física e redação, além de estudos diários
de quatro horas foram fundamentais na preparação do estudante. "Ia para o
cursinho pela manhã, voltava para casa para almoçar, depois ia para a isolada
mais cedo e ficava estudando na biblioteca, só voltava para casa às 22h, quando
ia dormir", contou ao ressaltar que não estudava durante a madrugada para
não ter o desempenho prejudicado no dia seguinte.
Dentre as renúncias que Lucas teve que fazer ao longo do ano, como não
ir a festas, a que mais marcou foi não assistir a todos os jogos da Copa do
Mundo. "O mais difícil para mim foi não assistir ao jogo que quisesse,
tive que escolher poucos", relatou.
O estudante investiu na estratégia de responder a redação primeiro para
garantir uma nota melhor. Além disso, para ele, mostrar domínio de
conhecimentos gerais foi peça chave para a obtenção da nota máxima.
"Fiz o rascunho da redação, depois as questões que eu sabia da prova
de matemática e pulei as mais difíceis. Depois voltei para a redação para
passar a limpo, e por último acabei as questões que faltavam. No meu texto, eu
procurei fazer diferente, mostrei um conhecimento de mundo e fugi da linha de
raciocínio tradicional, procurei falar do desenvolvimento sustentável
decorrente do consumo para chegar na publicidade infantil", contou.
Para quem vai prestar o exame nos próximos anos, Barbosa indica que é
fundamental ir fazer a prova à vontade e estar tranquilo. "No dia anterior
à prova, evitei emoções e tive muita autoconfiança. Fui prestar o exame de
bermuda, de uma forma que me deixasse bem tranquilo", disse.
Lucas Barbosa dá dicas para quem vai prestar Enem
nos próximos anos (Foto: Larissa Vasconcelos/G1)
Ainda segundo ele, é fundamental o candidato se dedicar desde o início
do ensino médio. "Aconselho que desde a 1º série do ensino médio o
estudante deve se preparar para o vestibular entrando em [cursos de matérias]
isoladas. Se eu tivesse me dedicado antes, provavelmente já teria sido aprovado
no vestibular, mas adolescente não pensa muito, no momento eu só pensava em
curtir", disse.
"Sempre tirei notas boas na época do colégio, mas nunca fui aquele
aluno destaque, ia empurrando os estudos com a barriga. Tinha feito dois anos
anos de cursinho até que 'caiu a ficha' que o tempo estava passando. Então, no
ano passado, no meu terceiro ano de cursinho, eu 'acordei' e percebi que tinha
que focar", admitiu.
Você tem a redação dele? Gostaria de ler.
ResponderExcluirRedação 9
Excluir"Desde o fim da Guerra Fria, em 1985, e a consolidação do modelo econômico capitalista, cresce no mundo o consumismo desenfreado. Entretanto, as consequências dessa modernidade atingem o ser humano de maneira direta e indireta: através da dependência por compras e impactos ambientais causados por esse ato. Nesse sentido, por serem frágeis e incapazes de diferenciar impulso de necessidade, as crianças tornaram-se um alvo fácil dos atos publicitários.
Por ser uma questão de cunho global, as ações de propagandas infantis também são vivenciadas no Brasil. Embora a economia passe por um período de recessão, a vontade de consumir pouco mudou nos brasileiros. Com os jovens não é diferente, influenciados, muitas vezes, por paradigmas de inferioridade social impostos tanto pela mídia, quanto pela sociedade, além de geralmente serem desprovidos de uma educação de consumo, tornam-se adultos desorganizados financeiramente, ao passo que dão continuidade a esse ciclo vicioso.
Diante desse cenário, os prejuízos são sentidos também pela natureza, uma vez que o descarte de materiais gera poluição e mudança climática na Terra. No entanto, o Brasil carece de medidas capazes de intervir em ações publicitárias direcionadas àqueles que serão o futuro da nação, hoje, facilmente manipulados e influenciados por personagens infantis e pela modernização em que passam os produtos. Em outras palavras, é preciso consumir de maneira consciente desde a infância, para que se construam valores e responsabilidade durante o desenvolvimento do indivíduo.
Dessa forma, sabe-se que coibir a propaganda voltada ao público infanto-juvenil não é a melhor medida para superar esse problema. Cabe aos pais, cobrarem ações do governo – criação de leis mais rigorosas – além de agirem diretamente na formação e educação de consumo dos filhos: impondo limites e dando noções financeiras ainda enquanto jovens. Ademais, as escolas têm papel fundamental nesse segmento. É imprescindível, também, utilizar a própria mídia para alertar sobre os problemas ambientais decorrentes do consumo em larga escala e incentivar o desenvolvimento sustentável." (Lucas Santos Barbosa, Alagoas)