Para a vice-diretora-executiva da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), Maria Thereza Fraga Rocco, não se exige um texto impecável do aluno, mas, sim, uma redação coerente e original. "Há graus de originalidade. Não se espera a originalidade de um escritor maduro. O fato de o candidato ter 18 anos não o impede de pensar e se expressar com suas próprias palavras, principalmente porque, no caso da Fuvest, já houve uma pré-seleção na primeira fase", diz Maria Thereza.
O professor de redação do cursinho da Poli, Marcelo Donatti, aposta na sólida capacidade de reflexão dos alunos como melhor forma de preparação: "Uma vida cultural intensa é muito importante". Para isso, o professor sugere leituras diversas e organiza sessões em que os estudantes assistem a clássicos do cinema.
Para o apresentador de TV e colunista da Folha Pasquale Cipro Neto, o aluno deve ficar atento também à decodificação de linguagens como letras de música, poesia, charge e tiras de jornal. "A imprensa é a grande referência, pois é muito difícil apresentar algo que não se reflita nela", afirma Pasquale Cipro Neto.
Filosofia
Vários professores de redação falam da importância das aulas de filosofia no ensino médio justamente para auxiliar nessa capacidade de reflexão. Para a professora do Intergraus Eliete Bindi, os alunos têm preguiça de pensar e, muitas vezes, nem mesmo consideram o interlocutor.
Apesar da importância no vestibular, parte dos alunos não se preocupa muito com a aula de redação. "Se for preciso, ele sacrifica a aula para não perder o fio da meada em outra disciplina", diz Odilon Soares Leme, professor de redação do Anglo. Para o professor, a redação não é uma área do conhecimento com limites bem definidos: "Na verdade, é uma grande habilidade, cuja percepção de melhora por parte do aluno não é tão clara".
Da Folha de S. Paulo
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