domingo, 11 de setembro de 2011

A PROVA DE REDAÇÃO NO VESTIBULAR

Chegando perto de prestar as provas dos vestibulares das universidades estaduais baianas, o aluno nessas horas tem que se manter calmo, tranquilo e com a consciência em paz, pois, se plantou boas sementes durante o ano letivo, óbvio que irá colher bons frutos agora.
Um dos obstáculos que mais tiram o sono – e realmente o que mais reprova nos concursos – é o da Redação. Muitos mitos e lendas circulam por aí em torno da escrita de um simples texto dissertativo, geralmente o que mais é cobrado nessas ocasiões, por se tratar de um texto debatedor, opinativo, de convencimento, fazendo com que o discente demonstre seus conhecimentos a respeito do assunto proposto.
O texto dissertativo tem como estrutura básica a argumentação, que serve para todo e qualquer tema possível, um tipo de chave-mestra que abre todas as portas. É tão simples quanto milenar: a introdução (abordando o tema mais uma alusão das idéias secundárias que servirão de argumentos), o desenvolvimento (que terá tantos parágrafos quantos forem os argumentos apontados no início do texto, acrescido de dados, estatísticas, exemplos, citações e especificações) e a conclusão (retomando o tema e fazendo uma observação final, como críticas ou soluções do problema que está sendo esmiuçado).
Os alunos chegam em sala de aula cheios de dúvidas, de suposições, de questiúnculas que não se coadunam com um legítimo ensino da escrita de um texto, tais como se pode letra de forma, se pode usar primeira pessoa, se rasurar o que é que faz, qual o mínimo de linhas, etc. Eu sempre digo que depende de cada caso. Existem vestibulares que permitem o uso da letra bastão, outros não. Certos temas permitem o uso da primeira pessoa, outros não... E por ai vai. Na verdade, a grande diferença ou o maior fator, digamos assim, que fará um aluno escrever um texto nota 10, é a originalidade da exposição, a capacidade de discutir acerca do tema, as leituras de mundo que esse sujeito tenha e que demonstre de maneira informativa e clara.
Entretanto, não é isso o que vemos. Apesar de uma avalanche de informações por todos os lados, de tantas publicações midiáticas, do advento da internet e de um certo barateamento dos livros, os adolescentes hoje não lêem muito, ou se lêem não são bons textos, que farão com que eles tenham parâmetros internalizados e absorvam boas idéias. Muitas publicações alternativas ficam restritas a nichos intelectuais que os jovens não frequentam, fazendo com que eles busquem clichês e chavões massificados no dia-a-dia das TVs brasileiras e revistas de gosto duvidoso.
No meio literário é comum a assertiva de que um escritor é medíocre quando escreve mais do que lê. Assim também o é com qualquer ser humano. A leitura é um exercício que está indissociável ao da escrita: só escrevemos bem, se lermos bons e muitos textos! Não há como fugir de tal regra, a não ser que sejamos gênios... O que não vem ao caso. Na dúvida, ponha o coração e a mente na mão e escreva com sinceridade, com verdade, sem esquecer que tudo vale a pena... se a alma não for pequena!
Gustavo Atallah Haun - Professor.

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