Maioria dos inscritos no
Enem não conseguirá vaga no ensino superior pelo Sisu
07/06/2013 - 14h52
·
Educação
Mariana Tokarnia
Repórter da
Agência Brasil
Brasília – O
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 recebeu número recorde de
inscrições, mas a maioria dos candidatos não conseguirá vaga no ensino superior
público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Foram 7.173.574 inscrições
confirmadas. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o número de
vagas nas universidades é 1,1 milhão. "Uma parte importante dos
participantes não poderá entrar através do Enem na universidade", disse
hoje (7) em coletiva com a imprensa.
A nota do
Enem não é usada apenas pelo Sisu. Serve para concorrer a vagas em instituições
privadas de ensino superior, por meio do Programa Universidade para Todos
(ProUni). Além disso, é requisito no Programa Ciência sem Fronteiras e serve
também para o estudante receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies). O exame é usado ainda para certificação do ensino médio de estudantes
maiores de 18 anos que não têm o documento.
O governo
reconhece que existe uma demanda que não é atendida. "O Ministério da
Educação administra 22 mil obras. Construiu 3 milhões de metros quadrados para
expandir a rede federal de ensino e não damos conta da demanda". Para
atender aos estudantes, Mercadante diz que o ensino privado e a educação a
distância são foco de investimento do ministério, com ações como o ProUni e
Fies. Segundo o Censo da Educação Superior de 2011, as instituições privadas
atendiam a 88% do ensino superior.
Mercadante
destaca o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
como alternativa para complementar o ensino superior. "Quem não tem uma
especialização tecnológica profissionalizante deve procurar este caminho e deve
continuar disputando o Enem e tentar uma vaga na universidade".
O ministro
ressaltou que o número de inscritos no Enem é uma vitória para o país: "o
brasileiro está querendo estudar e sabe que tem que estudar mais", disse.
O
investimento em educação aumentou de 2000 para 2011. Em 2011 foram
investidos em educação o equivalente a 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Em
2000, a porcentagem era 4,7%. Em tramitação no Congresso Nacional, o Plano
Nacional de Educação (PNE) - que traça metas a serem cumpridas pelo setor nos
próximos dez anos – estabelece que 10% do PIB devem ser investidos em educação.
"Para
continuarmos nesse ritmo de crescimento, eu só vejo uma alternativa, os
recursos do pré-sal", disse, referindo-se ao projeto de lei enviado ao
Congresso pela presidenta Dilma Rousseff. O PL 5.500/13 destina os
recursos do petróleo para a educação.
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