quinta-feira, 26 de julho de 2012

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM - II


2 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Conforme o efeito pretendido, um dos elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, referente, canal ou código) será sempre mais enfatizado do que os outros. Depreende-se daí uma função da linguagem predominante.



a) Função emotiva ou expressiva: Está centrada no emissor, na 1ª pessoa (eu). Expressa os sentimentos de quem fala em relação àquilo de que está falando:
Exemplo: Estou muito feliz.    / Este jantar está excelente.

b) Função conativa: está centrada na 2ª pessoa (tu). É dirigida ao receptor com o objetivo de influenciá-lo a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa. Exprime-se através do vocativo (chamamento) e do imperativo (verbos que expressam ordem ou pedido). Função muito utilizada em campanhas publicitárias.
Exemplo: Não deixe de ver aquele filme amanhã.
   Venha aqui, menino.

c) Função poética: é a função que realça a elaboração e caracteriza-se pela criatividade da linguagem. Percebe-se um cuidado especial na organização da mensagem através da exploração das figuras de linguagem, do ritmo, das sonoridades, etc.
Exemplo:
girafas
          africanas
                  como meus avós
                            quem me dera
                                       ver o mundo
                                                   tão alto
                                                          quanto vós       ( Paulo Leminski)

d) Função referencial: ocorre toda vez que a mensagem faz referência a acontecimentos, fatos, pessoas, animais ou coisas, com o objetivo de transmitir informações.
Exemplo: O tempo amanhã estará nublado.
                  Ela abriu a porta, entrou, sentou-se na poltrona e sorriu

e) A função fática ocorre quando o emissor deseja verificar se o canal de comunicação está funcionando ou se ele está sendo compreendido pelas pessoas que o ouvem:
ex: “ alô!”, “ entenderam?”.

é também a função empregada, quando no decorrer de uma conversa, emitimos sons:
ex: “ heim! “, “ hum-hum!”.

e além de ser utilizada para testar o canal, a função fática ocorre também quando o emissor quer iniciar uma comunicação:
ex: - olá! como vai? – perguntou o homem de olhos empapuçados

ou quando visa prolongar o contato com seu receptor:
ex: - ela não desanima nunca.....você concorda? não acha?

ou quando deseja interromper o ato de comunicação:
ex: - qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar.
        qualquer dia, amigo, a gente vai- se encontrar.

E em alguns casos, percebe- se que a única preocupação do emissor é manter o contato com o destinatário ou testando o canal com frases do tipo: “veja bem” ou “olha...” ou “compreende?”. Essa preocupação com o contato caracteriza-se função fática.

Um bom exemplo do emprego são as conversas no telefone pontuadas por expressão do tipo: “esta me ouvindo?” ou “ sim...sei...”  em que se testa o canal ( no caso, a linha telefônica).

Antes de começar um filme, pessoas dialogam com o espectador por alguns segundos, ou seja, também estão testando o canal, que no caso, sempre aparece uma tela com cores diferenciadas e um apito toca, fazendo com que o espectador ajuste sua imagem e o volume para ter um bom filme.

Também temo o famoso “plim-plim!” da rede globo, que na verdade tem a função específica de chamar a atenção do espectador (que se distraiu durante o intervalo comercial) para o canal, no caso a televisão.

f) Função Metalinguística: caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever. A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem.


Exemplos: “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça.” Carlos Drummond de Andrade

Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como escrever poemas. Ou seja, a criação literária fala sobre si mesma.

Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartum; ele demonstra o ato de fazer cartuns e como são feitos.

2 comentários:

  1. qual a relação existente entre a função e o elemento da comunicação?

    ResponderExcluir

  2. Se Deus encheu tua vida de obstáculos, é porque ele acredita na tua capacidade de passar por cada um! 🙏🙌👊

    ResponderExcluir