À Messias Maciel Filho e Família.
Hohoho!
Natal chegou e com ele o Santa Claus,
que nada tem que ver com nossa cultura sul-americana lusoafroíndia. Papai Noel
da invencionice presenteira. Europeu do norte. Neve. Renas e trenós. E o
nascimento de Jesus? Bom, isso já não seduz mais!
Campanhas
do bom velhinho; vermelhidão para todos os lados; sacos e meias espalhados por
todos os cantos, pisca-piscas incandescentes em olhar alheio, multidões
aceleradas por tempo determinado...
E
o advento do Cristo? E o Evangelho? E a comemoração do Aniversariante? E o
amor, o perdão e a caridade? E as Parábolas e o Sermão do Monte? E as curas a
cegos, aleijados e endemoniados?
Água
no ralo.
25
de dezembro é perfumaria, alfaiataria, sapataria, pirataria. Febre de consumo. Ilusão de e para as massas, função
hiper-mega-super-comérciopropagandista! Do contrário, falência do mercadooo...
Amigos
secretos. Amigos sacanas. Amigos indiscretos. Inimigos para todos os lados!
Rabanadas
no nordeste? Nozes no sertão de meu Deus? Nêsperas e tâmaras na caatinga? Avelãs
e castanhas na ceia do cabra da peste? Chester
com passas e blanquet com cerejas na
terra dos tupiniquins? Nada!
Contradiz
toda a historinha do Mestre Nazareno com sua santíssima frugalidade palestina:
Pão e vinho. Corpo e sangue.
Estou
de saco verdadeiramente cheio, entupido, desse senhor de barbas brancas,
barriga desleixada, cajado dourado e cara de bom sujeito!
O
pior é que cada ano as coisas ficam mais difíceis: o sentimento de amor
fraterno vai esmaecendo; a sensação de concórdia e amizade é esquecida; a
homenagem ao maior Espírito que já esteve entre nós é deixada de lado, pelo
compre e venda!
Quero
a abolição do Hohoho! Desejo o retorno à Sibéria do Santa Claus! Almejo a morte simbólica e eterna do Papai Noel!
E
que ressuscite no coração do ser humano terráqueo, mamífero, bípede,
telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor o “amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”,
o “perdoai não sete vezes, mas setenta
vezes sete” e o “bem-aventurados os
que choram, porque eles serão consolados”!
Que
renasça na mente e na alma dos homens a verdadeira noção e sentido Natalino:
celebrar que a nossa pequenez, a nossa mesquinharia e a nossa inferioridade
teve um Exemplo Maior a ser seguido, um Exemplo que esteve entre nós há 2012
anos, e O imolamos na infame cruz dos condenados!
Sonho
Jesus, Governador Moral da Terra, no 25, no 26, no 27 e em todos os dias do ano
para todo o sempre!
Ah,
isso sim é um verdadeiro presente de Natal e um real desejo de Amigo “Fraterno”,
distante léguas do fim de ano plim-plim!
* Gustavo
Atallah Haun é professor, formado em Letras, UESC, e ministra aula em Itabuna e
região. Escreve para jornais de Itabuna, Ilhéus e edita
oblogderedacao.blogspot.com (g_a_haun@hotmail.com). É maçom, da Loja Acácia
Grapiúna.
Amei esta postagem! Concordo com tudo que disse! Parabéns! Se permite, vou postá-la em meu blog, é claro, vou colocar o link do seu blog ao final da postagem! Posso? Abraços!
ResponderExcluirolá Gustavo! Vim conhecer o seu espaço através da Vanúcia e confesso que tenho visitado poucos blogs de qualidade. A maioria se prende ao copiar e colar. Sou a favor da produção, da redação de textos, mesmo que imperfeitos e inexpressivos, da criação, da exposição de idéias e de levar a sério o que o humano tem de mais característico, a linguagem. Passeei por aqui e me deleitei com este texto, tão reflexivo sobre esta época do ano. Faço minhas suas palavras, que gritam de desespero ante a imposição do pançudo vermelho. Não vamos mudar essa história e nem reverter a saga do que se transformou o Natal, mas também não vamos nos vender por bugigangas chinesas. Sic! Um grande abraço!
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