Interior da Arena Fonte Nova. |
Com a reinauguração da (Itaipava?)
Arena Fonte Nova, um amigo confidenciou-me: não dou dois meses para estar tudo
destruído. Fui mais otimista: no primeiro rebaixamento de ambos – Bahia ou
Vitória – os torcedores destruirão os assentos, farão das barras de ferro armas
e invadirão o campo arrasando com tudo!
Em primeiro lugar, é uma infelicidade
tremenda chamar um estádio de futebol de “arena”. Parece um retorno à barbárie,
quando nas arenas da antiguidade se esfolava, matava, queimava etc., por mera
distração dos imperadores entediados, além de diversão e alienação das massas.
Mas a verdade é que nós, brasileiros,
não temos a educação anglo-saxônica que a Fifa impõe em competições internacionais.
Se na Europa os torcedores podem beber cerveja, assistir a jogos sem alambrados
e fosso, sentadinhos e quietos em cadeiras acolchoadas, é porque tem uma
Polícia eficiente, uma Justiça que funciona, uma fiscalização competente. E
educação!
No Brasil, o que manda são os
cambistas, a impunidade, o suborno e a falta de trato com o patrimônio
público... Salvo raríssimas exceções.
Antes de reinaugurar os estádios das
Copas que virão logo mais, tinha-se que fazer um amplo projeto de educar o
povo, de conscientizar a população, de ensinar a nação a usar um bem que custou
caro - quase todos ultrapassaram seus orçamentos iniciais – e que é de todos!
Aliás, um bem que não é essa “coca-cola” toda!
Reportagens do UOL de domingo e
segunda, dias 07 e 08 de abril, traziam os inúmeros defeitos da recente Fonte
Nova: fiações soltas, tapumes impedindo acesso, problema de estacionamento, materiais
de construção largados na obra, poltronas sem parafusar, as vias inacabadas no
entorno, poças de água embaixo dos assentos e, o pior, mais de 06 mil lugares
com ponto cego no estádio, ou seja, o sujeito vai para assistir e não assiste!
Porque no Brasil, querido leitor, é
assim, tudo feito nas coxas, afinal, aqui é terra de ninguém! Faz-se o que
quer: ninguém reclama, ninguém quer se comprometer, ninguém prende os que (des)
mandam!
Um espaço que custou quase 700
milhões de reais, acusado de a maioria da verba ter sido desviada do FUNDEB, e
ainda mal feito. É brincadeira!
Ai, ai, ai... E ainda têm os que
sonham com isso aqui civilizado! Polido! Urbanizado! Com certeza não será para
esta, nem para as próximas gerações. É esperar para ver.
Gustavo Atallah Haun - Professor.
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