Todos os caminhos levam à Redação. |
A Matemática anuncia aos quatro ventos: sou a rainha das disciplinas!
A Filosofia retruca: sem mim ninguém aprende a pensar!
A Física, do alto da montanha, se vangloria das suas ondas, energias
e dinâmicas.
Já a Química assevera que tudo é química!
A História conta tudo sobre o passado remoto e atual e afirma que sem
ela não se pode viver o presente, muito menos prever o futuro!
A Língua Portuguesa diz que tudo o que se faz é com a linguagem:
verbal ou não-verbal.
Por outro lado, a grandiosa Arte conclama: sou a expressão da alma
dos seres humanos...
E a Geografia, questionadora, desafia a todos para um duelo sobre a
atualidade!
O que todas essas disciplinas
não esperavam é que existe uma, humilíssima, que é como se fosse o bico de um
funil largo, ou seja, a convergência de todas elas, aparentemente díspares e
estanques: a tão desprezada Redação.
Esta é a expressão da linguagem
através do raciocínio lógico e racional, do entendimento do mundo, dos próprios
questionamentos, da atualidade, dos argumentos históricos, das causas e
consequências, da imaginação criadora, etc.
Quer dizer, de tudo o que se
aprende e se ensina, em todas as salas de aulas que os escreventes têm na
escola, e que são despejadas nas folhas em branco, como uma avalanche de
informações apreendidas em todos os saberes!
É por isso que a combalida e
desprestigiada Redação é importante
e vale tantos pontos de vestibulares e concursos: ela não só educa para a
escrita, mas para a arquitetura do pensamento diverso e multicor; não só para a
expressão, mas também para a ação e o comprometimento do sujeito no mundo em
que vive. Enfim, pode exprimir a alma e o coração em todos os sabores.
Nesse sentido, Redação é igual a intervenção... Ou
seria interseção? Tanto faz, porque ela, sim, une a tudo e a todos em seus
inúmeros gêneros e tipologias textuais.
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