domingo, 23 de setembro de 2012

REDAÇÃO E SOMENTE REDAÇÃO

Todos os caminhos levam à Redação.

A Matemática anuncia aos quatro ventos: sou a rainha das disciplinas!
A Filosofia retruca: sem mim ninguém aprende a pensar!
A Física, do alto da montanha, se vangloria das suas ondas, energias e dinâmicas.
Já a Química assevera que tudo é química!
A História conta tudo sobre o passado remoto e atual e afirma que sem ela não se pode viver o presente, muito menos prever o futuro!
A Língua Portuguesa diz que tudo o que se faz é com a linguagem: verbal ou não-verbal.
Por outro lado, a grandiosa Arte conclama: sou a expressão da alma dos seres humanos...
E a Geografia, questionadora, desafia a todos para um duelo sobre a atualidade!
O que todas essas disciplinas não esperavam é que existe uma, humilíssima, que é como se fosse o bico de um funil largo, ou seja, a convergência de todas elas, aparentemente díspares e estanques: a tão desprezada Redação.
Esta é a expressão da linguagem através do raciocínio lógico e racional, do entendimento do mundo, dos próprios questionamentos, da atualidade, dos argumentos históricos, das causas e consequências, da imaginação criadora, etc.
Quer dizer, de tudo o que se aprende e se ensina, em todas as salas de aulas que os escreventes têm na escola, e que são despejadas nas folhas em branco, como uma avalanche de informações apreendidas em todos os saberes!
É por isso que a combalida e desprestigiada Redação é importante e vale tantos pontos de vestibulares e concursos: ela não só educa para a escrita, mas para a arquitetura do pensamento diverso e multicor; não só para a expressão, mas também para a ação e o comprometimento do sujeito no mundo em que vive. Enfim, pode exprimir a alma e o coração em todos os sabores.
Nesse sentido, Redação é igual a intervenção... Ou seria interseção? Tanto faz, porque ela, sim, une a tudo e a todos em seus inúmeros gêneros e tipologias textuais.

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