Depois de ministrar
aula de Descrição de Lugares (Ambientes e Paisagens), foi solicitado à turma de
1º ano da escola Ação Fraternal de Itabuna que escolhessem entre uma descrição
de “seu quarto” ou de “um local que haviam visitado”, para treinamento das
técnicas descritivas.
Valia uma caixa de
chocolate para a melhor descrição. O resultado pode ser lido abaixo:
Pessoal e Particular
A garota chegava fatigada de sua rotina
estressante e, ao abrir a porta de madeira nova que seu pai acabara de colocar,
desconectava-se do mundo lá fora. Era
realmente um mundo “pessoal e particular”.
Não possuía janelas, mas o
ar entrava das paredes que não tinham acabamento com forro, o que deixava o
ambiente mais abafado. O teto era um verdadeiro céu, porque as telhas estavam
acabadas, com respingos de tinta, os quais levavam a garota da mente fértil a
imaginar que eram estrelas. Algumas telhas estavam fora do lugar e, quando o
sol batia, formavam-se pequenos pontos de luz, criando esperança a toda aquela
escuridão. Havia um jarro de rosas e outro de margaridas, que davam um aroma
campestre ao local.
Quando chegava de suas lastimáveis bebedeiras
da madrugada, a garota se esbarrava nos móveis pesados e deitava sua cabecinha
em seu travesseiro. Chorava feito criança, lamentando-se pela vida tirana que
levava ou, por suas decepções amorosas, aquele famoso “príncipe que virou um
chato”. Os problemas financeiros de seus pais que afetavam sua vida, os
conflitos com seu próprio eu, tudo isso refletia nas lágrimas que caíam em seu
travesseiro. Ele era seu confidente. Na gaveta de seu criado mudo, havia um
antigo quadro, de uma velha amizade, além de cartas amorosas, que a atordoada
garota fazia questão de esconder, e só tirava de lá quando estivesse naqueles dias
em que se toma uma taça de vinho, ouvindo blues, com toda aquela nostalgia.
Ali era mesmo um lugar especial, cheio de
tristeza e melancolia (da porta para dentro), porque a aparência de fora era de
uns desenhos minúsculos nas paredes, quase indecifráveis. Para quem o via, era
apenas mais um quarto, mas para aquela garota, era muito mais que isso. Era
onde o passado era presente a cada minuto que passava, onde tudo era nada e
nada era tudo.
Kaline
Reis Nascimento - Aluna do 1º ano da AFI.
Olá, Gustavo! Fico muito feliz que você tenha gostado de minha descrição, obrigada por tudo! Beijos :*
ResponderExcluirboa noite .alguém pode mi dar uma esplicaçao sobre caracteristica tecnicas do comportamentalismo
ResponderExcluirEstamos perdidos...
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