Após miojo, Inep quer anulação de redações com gracinhas
no Enem
Karina
Yamamoto
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
21/03/201312h05 > Atualizada 21/03/201312h33
Gracinhas como receita de miojo ou trecho do
hino do time do coração na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)
podem virar motivo de anulação da redação.
Essa é uma das propostas de aprimoramento do
sistema que serão levadas pelo presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, à comissão
que elabora o edital do próximo exame. O Inep é a autarquia federal responsável
pela prova, que seleciona estudantes para instituições federais de ensino
superior e serve para a certificação do ensino médio.
Nesta semana, duas redações ficaram famosas por esse tipo de
gracinha -- um estudante inseriu o modo de fazer miojo e outro, o hino do Palmeiras na redação no Enem 2012.
Inserção indevida
Segundo o Inep, das mais
de 4 milhões de redações corrigidas, apenas 300 apresentaram "inserções
indevidas" -- ou seja, tinham um trecho sem conexão alguma com o restante
do texto.
"Temos que separar o joio do trigo", afirmou Luiz
Cláudio Costa ao UOL. Ele disse que vai
levar a proposta à comissão que elabora o edital do Enem. "Em respeito ao
participante sério. Se esses alunos quiseram testar o sistema, precisamos ser
ainda mais rigorosos."
Atualmente, esse tipo de
deslize é "altamente penalizado", mas não elimina o inscrito, não leva
nota zero.
Segundo o presidente do
Inep, o Enem é "um processo em aprimoramento" e, por isso, críticas à
correção são bem-vindas e ajudam a enriquecer o debate técnico. O exame foi
criado 1998 para diagnosticar a qualidade do ensino médio. A partir de 2009,
passou a ser usado por instituições federais como prova de vestibular.
Novo patamar para 1.000
Uma nova discussão que
pode ser levantada após a polêmica dos erros graves em redações com nota máxima
é sobre como seriam os textos nota 1.000. O Jornal O Globo mostrou exemplos com
erros de ortografia como "trousse" (em vez de trouxe) e
"rasoável" (em vez de razoável).
Há uma corrente que
defende a coerência do texto e articulações das ideias como prevalente sobre
deslizes de ortografia e de gramática. Outro grupo considera que a nota máxima
deva considerar a perfeição na grafia e na concordância.
"Acho a redação
importante, pois o cidadão deve saber articular suas ideias em um texto e
apresentar soluções aos problemas", diz Luiz Cláudio Costa. Não há intenção
alguma de o Inep retirar a redação da avaliação.
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